Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN
Como parte das recentes aproximações de Ciro Gomes (pré-candidato pelo PDT) do golpista PP, o presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, é o novo cotado para entrar como vice. O mesmo que defendeu em vídeo o fim da hora de almoço do trabalhador.
A máscara progressista e “radical” de Ciro começa passo a passo a se desmanchar, em vistas de se apresentar como viável para o projeto de ajustes. Benjamin Steinbruch é o novo cotado a vice de sua chapa, chefe da FIESP no auge dos patos amarelos na paulista e em Brasília.
Impossível esquecer a notável entrevista de Steinbruch em que defendia a radical flexibilização das leis trabalhistas. A “inovação” pensada por ele consistia em flexibilizar a idade, jornada de trabalho, o que for possível para facilitar a exploração desenfreada como resposta à crise capitalista.
Em entrevista para Fernando Rodrigues do UOL, Steinbruch disse: “É preciso flexibilizar a legislação trabalhista. A jornada pode ser flexível. A idade pode ser flexível, também. A idade do...agregado poder trabalhar [fazendo sinal para baixo, indicando trabalhadores mais jovens]. Trabalhar mais jovem.”
Como se não bastasse, alegando a necessidade de “se adaptar à nova realidade”, reivindicou o exemplo dos Estados Unidos em que o trabalhador almoça ao mesmo tempo em que trabalha: “comendo sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a direita. Tem 15 minutos de almoço, entendeu?”.
Assista a entrevista:
É com esse idealizador da complete barbárie no chão de fábrica que Ciro Gomes cogita se aliar, como forma de provar para a burguesia imperialista estar disposto, caso seja eleito, de alavancar o seu projeto nefasto para os trabalhadores e a juventude no país. Sua figura, que vez ou outra fala forte, mostra domínio técnico e “gestor”, como uma forma de alcançar um setor crítico ao petismo, na realidade não é capaz de apresentar uma alternativa aos interesses dos detentores da criminosa dívida pública, dos grandes empresários, do imperialismo americano mandante da burguesia covarde do nosso país.