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JOAQUIM BARBOSA
PSB quer que campanha de Joaquim Barbosa seja em defesa de um “capitalismo de verdade”
Bianca Coelho - Estudante de Letras USP

Aliados do ex-ministro afirmam que uma candidatura de Barbosa seria "market friendly" (amigável às ideias de mercado), contrária ao “capitalismo de compadrio” e em defesa de um "capitalismo de verdade".

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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa continua em diálogo com o PSB sobre a possibilidade de viabilizar sua candidatura à presidência. Segundo a Folha, o partido o pressiona a apresentar um conjunto de propostas que sejam “simpáticas ao mercado financeiro” e, ao mesmo tempo, “favoráveis à distribuição de renda”.

Sobre essas propostas “simpáticas”, o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) declarou na semana passada numa casa financeira de São Paulo que, no caso das privatizações, o ex-ministro salvaguardaria setores estratégicos (Eletrobrás por exemplo), mas defenderia a venda de ativos à iniciativa privada. O parlamentar afirmou que Barbosa também é favorável a uma reforma da Previdência.

A plateia de investidores para a qual Delgado falava recebeu bem as propostas e a simpatia desses investidores dá o tom da linha que o PSB está buscando desenhar para Barbosa. O deputado afirma que o possível presidenciável condensa a ideia de uma chapa de centro, em que o avanço econômico pode ser associado a iniciativas que promovam justiça social.

Nesta semana, o governador de São Paulo, Márcio França (também do PSB), já falou na possibilidade de levar Barbosa para a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), como vice. Ele vem defendendo que a sigla feche apoio à candidatura do tucano, de quem era vice-governador. "O fato de ele [Barbosa] querer entrar para a política e de colocar o nome dele à disposição do partido é uma honra para nós", afirmou França na segunda-feira (16). "Agora, decidir se vai ser candidato a presidente ou vice-candidato a presidente é uma coisa que a gente vai fazer mais à frente, de acordo com o andar da carruagem."

Aliados do ex-ministro afirmam também que uma candidatura de Barbosa seria "market friendly" (amigável às ideias de mercado), contrária ao “capitalismo de compadrio” e em defesa de um "capitalismo de verdade".

Em meio à enorme crise internacional pela qual passamos, a defesa de qualquer tipo de justiça social baseada em uma “simpatia” com o mercado financeiro e de um “capitalismo de verdade” é no mínimo incoerente. Não existe para o Brasil outro capitalismo que não o de “compadrio”. Por qualquer ângulo que se analise a economia nacional, salta à vista a profunda situação do Brasil de dependência de suas compadres grandes potências, que ditam as regras da economia mundial. O “capitalismo de compadrio” é ele próprio o “capitalismo de verdade”.

A principal ferramenta dessa subordinação é o mecanismo da dívida pública, uma verdadeira “bolsa banqueiro” que consumiu quase 40% do orçamento federal em 2017. Qualquer medida de justiça social é impensável sem lutar pelo não pagamento da dívida pública e a nacionalização do conjunto do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores, algo que só é possível rompendo qualquer tipo de simpatia com o mercado financeiro e golpistas como Alckmin, que por meio do golpe já demonstraram que só o que pode agradar os grandes empresários hoje é exatamente o contrário de “justiça social”, mas sim atacar os direitos dos trabalhadores com reformas para manter seus lucros.

Não há como realizar essa ruptura com uma “Unidade para reconstruir o Brasil”, manifesto que conta com PSB, PDT, PCdoB e PT no qual o PSOL se insere também como “ala a esquerda”, que não é nada mais que continuar a mercê da lógica de conciliação de classes que já mostrou sua falência com o PT abrindo espaço para a direita com o golpe. Enquanto a esquerda não se propor a ser uma alternativa independente, batalhando por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo, que seja baseado nas organizações de democracia direta, será impossível darmos fim ao desemprego, às reformas, aos ataques aos direitos democráticos e a todos os ataques que os capitalistas desferem para jogar a crise em nossas costas.

 
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