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PROFESSORES
Apeoesp some no dia 19 e não organiza os professores
Marcella Campos

O dia 19 de fevereiro foi marcado por atos e paralisações em todo país contra a Reforma da Previdência. É verdade que essas ações foram bem aquém do que poderiam ter sido. Entretanto, isso se deu devido a ação das centrais sindicais, que seguem pactuando com os patrões e dando trégua aos governos.

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Em São Paulo, a grande força da mobilização do dia 19 ficou a cargo dos professores, tanto estaduais quanto municipais. Com diversas escolas das duas redes paralisadas, total ou parcialmente, os professores foram para as ruas da capital para evidenciar todo o rechaço que sentem contra os ataques do governo golpista, que atinge o conjunto dos trabalhadores.

Os professores municipais inclusive, tendo que enfrentar simultaneamente a "reforma da previdência" que Doria vem tentando aprovar contra o funcionalismo de São Paulo. Em assembleia realizada no próprio dia 19 aprovaram greve por tempo indeterminado contra o Sampaprev, que pode aumentar para até 19% a contribuição previdenciária dos servidores. Um verdadeiro absurdo, que significa boa parte de seus salários. Em caminhada, se incorporaram ao ato das centrais sindicais na Av. Paulista.

Na rede estadual, paralisando diversas escolas e aderido parcialmente em outras, os professores mostraram que estão dispostos a enfrentar Temer e Alckmin, que por sua vez segue destilando todo seu veneno contra a educação pública do estado de São Paulo.

A disposição dos professores estaduais começou a ser percebida dias antes, quando por fora do sindicato, a Apeoesp, se organizaram nessas escolas para debaterem a paralisação, enquanto a diretoria majoritária do sindicato (PT e PCdoB) implementava a confusão na categoria, com um discurso dúbio, que não se sabia se estava chamando os professores a paralisar no dia 19 ou apenas a aderir a manifestação das centrais.

Três dias antes não havia um único cartaz ou um único chamado da direção, informando e orientando os professores a paralisar. Muito menos percorreram escolas para conversar e organizar pela base a paralisação. Bebel Noronha, presidente do sindicato, em um ato em São Bernardo gritou aos quatro ventos "vamos fechar as escolas!", mas sequer soltou um comunicado com tempo hábil para que a categoria pudesse se sentir confiante em paralisar totalmente suas unidades escolares. Ainda assim, milhares de professores assumiram um dia de falta, contra uma vida sem direitos e aderiram a paralisação e o dia de lutas.

Isso só nos mostra que a direção majoritária do sindicato não acata a vontade de lutar dos professores estaduais, não organizando absolutamente nada contra os ataques do governo federal (como a reforma trabalhista e a reforma da previdência), contra o autoritarismo do judiciário (que agora quer determinar em quem a população pode ou não votar), contra a absurda intervenção federal no RJ, (que quer massacrar ainda mais a população pobre em nome de desviar o foco da reforma da previdência que Temer não consegue aprovar), além do governo estadual de Alckmin, que neste momento pode estar com teto de vidro, querendo ser presidenciável, mas atacando brutalmente os professores no começo deste ano, fechando mais de 1500 salas de aulas e demitindo quase 30 mil professores.

Ao invés de organizar os professores na base e fazer um chamado para que se concentrassem em uma assembleia, que pudesse discutir e votar um plano de luta para as próximas semanas, até o dia 8 de março quando esta marcada a próxima paralisação da categoria, a Apeoesp preferiu que os professores aderissem à paralisação e ao ato quase de forma individual. Muitos professores estiveram no ato na Av. Paulista, mas sem demonstrar a força que a categoria teria se estivesse unificada em um bloco, marchando até lá, como fizeram os municipais. A Apeoesp simplesmente sumiu, enviando apenas alguns balões para enfeitar o ato das centrais.

Essa foi a batalha que deram os professores estaduais e municipais do Movimento Nossa Classe Educação, que ambas as redes de educação pública paralisassem e fizessem suas assembleias, e depois se unificassem e com um punho só golpeassem o governo golpista e os tucanos Doria e Alckmin.

Por isso, é necessário exigir que a Apeoesp deixe de seguir a linha das grandes centrais, como a CUT e a CTB, e passe a organizar de fato a mobilização entre os professores, para que no próximo dia 8 de março, dia internacional da mulher, essa categoria que é de maioria feminina paralise suas escolas e juntos possam demonstrar sua força nas ruas! Exigindo as demandas dos professores do estado, que são muitas, mas também as demandas políticas da classe trabalhadora, que enxerga nos professores seus tribunos.

 
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