IMAGEM: EntreMentes
Estamos diante de um cenário muito incerto no Brasil contemporâneo, em que o desemprego assola o contingente de trabalhadores e trabalhadoras que estão vivendo uma fase do capitalismo financeiro de ideologias neoliberais mais adversas de todos os tempos. A população trabalhadora encontra-se à margem dos postos de empregos, submetendo-se à informalidade do trabalho, à criminalidade e todas as dificuldades de uma vida sem labor para garantir o mínimo de subsistência para suas famílias.
Aqueles que ainda possuem um emprego sofrem as transformações no mundo do trabalho por conta de uma reestruturação das empresas para melhor alinhar-se às modificações geradas pela crise econômica. Podemos citar algumas dessas alterações como: a flexibilização, introdução de novos métodos de gestão que intensificam o trabalho e os adoecimentos físicos e psicológicos ligados à atividade laboral. Isso dentro das esferas produtivas e de serviços. Além dos retrocessos nos direitos do trabalho chamados de “reformas” impostas pelo atual governo que visam diretamente os interesses dos empresários.
É nessa atual conjuntura que o conservadorismo aflora na população, por conta do medo e da incerteza do amanhã. Hoje, temos vidas de homens e mulheres sem o preenchimento que o trabalho os proporciona, dando-os dignidade e satisfação pelo que fazem. As consequências da vida sem emprego levam a uma relação de abandono e descrença em uma melhora de vida no futuro, adotando assim discursos equivocados de políticos de extrema-direita que acabam ganhando voz com falácias incoerentes com a realidade, que de certa forma acaba fazendo “sentido” para esse contingente de trabalhadores que necessitam de uma melhora imediata.
A direita e a extrema-direita no Brasil e no mundo não possuem coerência em seus discursos para uma mudança verdadeira. São totalmente a favor do capital e dos empresários que exploram, intensificam e adoecem a classe trabalhadora. Hoje, podemos observar um cenário de conservadorismo, diretamente ligado ao medo de uma vida sem empregos e sem a renda diária que sustenta e alimenta a família de muitos brasileiros.
O discurso de novos postos de empregos sendo criados através das “reformas” é uma falácia concreta, pois o que podemos observar com muitos estudos perante o tema e sobre o atual cenário é que vamos obter empregos com salários mais baixos, com metas e intensificações brutais, além da insegurança por conta da perda dos direitos trabalhistas imposta pelo governo Temer. Além dos postos de empregos extinguindo-se pela introdução de máquinas mais modernas e eficientes que baixam os custos de produção e até substituem o homem ampliando e aprofundando o desemprego estrutural. Confirmando o que Karl Marx chamava de substituição do trabalho vivo pelo trabalho morto.
O trabalho precarizado, estranhado e intensificado é o labor da era “pós-moderna” e que vigora no Brasil e no mundo do século XXI. A classe que vive da venda da força de trabalho sofre um brutal adoecimento por conta da nova reestrutura das esferas produtivas e de serviços (isso pra não falarmos do agronegócio que explora e até mesmo continua escravizando homens e mulheres nos campos), caracterizando a crise estrutural no mundo do trabalho, além dos adventos no setor econômico que monopolizam, centralizam e acumulam o capital na mão de poucas empresas e empresários.
A crise do conservadorismo é a crise da desesperança em uma mudança real, uma transformação que traga a consciência de toda a classe que vive do trabalho e uma vida dotada de sentido dentro e fora da esfera do labor, na qual o trabalho seja digno e proporcione uma renda justa, além da satisfação de um serviço bem feito e sem nenhum estranhamento. Assim como há a possibilidade de prospecção de um futuro melhor. O povo brasileiro precisa lutar contra essas imposições e fugir desse conservadorismo e batalhar para um progresso positivo e verdadeiro, através dos movimentos sociais e de uma política ideologica bem estruturada contra o capital e suas formas nefastas de alienação e exploração.
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