www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
CENTRAIS IMÓVEIS
Centrais vão esperar Temer aprovar reforma da previdência pra chamar greve geral?
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

Em meio à condenação arbitrária de Lula, Temer busca reafirmar a agenda de ataques aos trabalhadores, e, cabe a pergunta, o que impede as centrais sindicais de convocar uma greve geral imediata contra as reformas e em defesa do direito de decidir em quem votar?

Ver online

Após a aprovação de gigantescos ataques à classe trabalhadora em 2017, como a reforma trabalhista, logo no início de 2018, no contexto de condenação arbitrária de Lula, Temer tenta aproveitar o fortalecimento de instituições reacionárias como o judiciário para reafirmar a agenda de ataques à classe trabalhadora, sobretudo, trabalha pela aprovação da Reforma da Previdência.

Está nítido a todos que, mesmo sendo comprovadamente antipopular, os políticos golpistas seguem uma agenda incessante para agradar seus aliados capitalistas e aprovar a reforma da previdência. Temer, em toda sua irrelevância internacional em Davos, na Suíça, não deixa de prometer aos gerentes imperialistas a reforma da previdência para 20 de fevereiro, e gasta altas cifras comprando parlamentares e com propagandas pró-reforma.

Está mais do que claro também, que qualquer saída isolada de combate à reforma apostando no judiciário e simplesmente em seguir a agenda parlamentar tende a ser derrotada. É mais do que inegável que para impedir mais este estrondoso ataque é preciso organizar um combate por locais de trabalho, e barrar a reforma pela luta de classes. Enquanto isso, a CUT e a CTB permanecem imóveis assistindo às movimentações da burguesia, esperando o dia da votação chegar.

Lula está longe de ser um defensor da classe trabalhadora, pelo contrário, sua política de conciliação com a direita e com a burguesia foi parte responsável pelo cenário de crises e ataques à classe trabalhadora que temos hoje. Contudo, Lula foi condenado em um processo com fundamentos jurídicos muito mais frágeis do que aqueles que apresentados em muitos dos processos a políticos golpistas, defensores dos ataques aos trabalhadores.

Longe de defender a política de Lula, o fato é que sua condenação envolve uma grande operação entre o judiciário, a polícia federal, os políticos golpistas pró-reforma, e a grande mídia. O fortalecimento dessas instituições autoritárias do estado, e a instauração de mecanismos absolutamente arbitrários para condenações e prisões, leva a um cenário: a abertura de caminho para maiores ataques à classe trabalhadora.

Para defender os direitos democráticos das massas, abolir a reforma trabalhista e barrar a reforma da previdência de Temer, a saída para a classe trabalhadora é ir às ruas, na organização de greves, e com seus métodos históricos de luta, como mostraram os metroviários de SP neste último dia 18.

Nem mesmo em meio a este ataque do judiciário a direitos democráticos elementares, como é o direito da população votar em quem quiser, as centrais sindicais se movem. O que leva as grandes centrais sindicais a não criar sua própria agenda de luta e erguer uma grande greve geral para derrotar a reforma? Apostam na pressão, conciliação, alianças parlamentares, mas não na classe trabalhadora organizada em ação. A busca é por se demonstrar como uma direção “responsável” para contenção das lutas, frente ao ano eleitoral, e a permanente separação entre as demandas “econômicas” e “políticas”.

Os direitos democráticos elementares dos trabalhadores precisam ser pauta das centrais sindicais junto com a derrota das reformas de Temer! É urgente que a CUT e a CTB convoquem uma greve geral organizada nos locais de trabalho, com antecedência ao 20/2, para posicionar novamente no centro da cena política nacional o sujeito social que abalou 2017: a classe trabalhadora. A CSP-Conlutas, central sindical combativa, deve abandonar sua posição subordinada às centrais majoritárias de oposição (expressa no uso da mesma consigna passiva: “Se botar pra votar, o Brasil vai parar!”, a mesma da CUT), e usar sua influência nos locais de trabalho para fazer esse chamado.

Foto: Roberto Parizotti/CUT

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui