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GREVE EM SANTO ANDRÉ
Greve dos funcionários da Fundação Santo André mostra a crise estrutural da universidade
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

Em crise há anos, a Fundação Santo André vive uma nova mobilização, apenas dois meses depois da ocupação do prédio da FAFIL e da reitoria pelos estudantes que lutavam por redução das mensalidades e rematrícula dos inadimplentes. Agora são os funcionários que paralisam suas atividades e exigem o pagamento de seus salários.

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A greve dos trabalhadores da FSA começou no dia 3 de janeiro desse ano, a gota d´água foi o não pagamento do 13º salário, mas a situação caótica já acumula atrasos salarias desde 2015, sem contar que a reitoria não depositou o FGTS dos funcionários nos últimos 12 meses.

A Fundação atravessa uma crise que atravessa muitos anos. As reitorias que se revezam não têm interesse real em salvar a universidade e atuam como mero administradores da falência dessa instituição que nasceu com o objetivo de atender os filhos dos trabalhadores da região do ABC.

As matrículas caíram de 12 mil para 4.400 estudantes, já que as mensalidades são caríssimas e a elitização da Fundação leva ao seu esvaziamento. O rombo da FSA é de 500 mil por mês, são 106 milhões em dívidas, que são fruto da administração voltada para o lucro de todas a reitorias que assumiram nos últimos 12 anos e também da prefeitura de Santo André que deixou de fazer o repasse municipal que mantinha grande parte dessa instituição.

Agora acabou de acontecer a eleição para a reitoria, 3 candidatos participaram do pleito, um deles, Didi, é marido da atual reitora e mesmo ficando em 3º lugar na votação acredita que Paulo Serra possa nomeá-lo para o cargo. Para Didi, a reitoria deve colocar o pagamento das dívidas acima de qualquer coisa, até mesmo do pagamento dos trabalhadores.

Na segunda posição ficou Andrea Quintão e quem venceu o pleito foi o professor Francisco José Santos Milreu, que aguarda a posição do prefeito para saber se assumirá o cargo. O professor não tem propostas concretas para a crise, mas promete apresentar um plano, caso esteja à frente da reitoria. O professor Francisco já tem experiência com falências, já que foi sócio proprietário da Madeireira “Nova Andradina” que faliu e responde por esse processo há anos. O professor diz não querer repetir o mesmo na FSA, mas sua carreira tem essa marca importante.

Lembro aqui que as eleições são extremamente antidemocráticas, já que o peso da maioria se expressa como minoria e os votos de estudantes e funcionários valem menos que o dos professores. Além disso, os que estudam e também os trabalhadores administrativos não podem concorrer a essa vaga e por essa via são impedidos de colocar fortemente suas demandas.

Paulo Serra se pronunciou dizendo que não permitirá o fim da Fundação Santo André, mas não se propôs a pagar a dívida da prefeitura com a universidade e nem um plano que possa de fato responder aos problemas que lá estão colocados. Como sabemos, seu plano é vender a Fundação para a iniciativa privada.

Os funcionários em greve exigem imediato pagamento de seus salários, assim como 13º e depósito do FGTS, para que ganhem essa batalha, a unidade com os estudantes e professores comprometidos com o projeto de uma Fundação pública, gratuita e à serviço dos trabalhadores é fundamental. Para que a FSA seja salva das ameaças privatistas é preciso lutar por sua estatização e para que estudantes, funcionários e professores cuidem de sua administração. Além disso, as mensalidades devem ser reduzidas radicalmente, em 50% já, assim como todos os inadimplentes devem ser anistiados de suas dívidas e ter a garantia de suas matrículas.

Dessa forma será possível retomar o caráter da Fundação e voltar a atender os filhos dos trabalhadores da região. Também, os salários poderão ser pagos assim como os direitos trabalhistas. Não existe uma resposta efetiva que não seja radical, o programa que apresentamos busca uma saída de fundo para a FSA, mas se generaliza na exigência de que todas as universidades sejam públicas e gratuitas e atendam a um projeto à serviço dos trabalhadores.

Todos apoio aos funcionários em greve!

Veja a carta dos funcionários:

 
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