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OCUPAÇÃO FSA
Carta aberta para a Fundação Santo André
Redação

Republicamos a declaração oficial do Movimento Estudantil da FSA

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No dia 09/11/2017 o Movimento Estudantil da Fundação Santo André ocupou o prédio da FAFIL após deliberar em assembleia geral, reivindicando a revogação da resolução 038/17 do CONDIR que aprova o reajuste de 6,5% para as mensalidades de 2018. No dia 10/11 foi realizada uma reunião com a Reitoria, PROGRAD, PROAP E PROPPEX, onde não houve uma negociação que atendia nossas pautas. Mais tarde, no mesmo dia, foi realizada uma nova reunião para negociar a desocupação do prédio em virtude da realização da prova do ENEM. Em primeiro momento, por não haver uma aceitação da proposta inicial que o movimento reivindicava, foi mantida a decisão de permanecer no prédio e impedir a realização das provas. No entanto, repensando que esta decisão poderia prejudicar a instituição e também gerar uma imagem negativa frente ao atual cenário de crise da mesma, assim como os mais de 2 mil estudantes que teriam suas provas suspensas e isso geraria prejuízos diversos para os mesmos, o movimento propôs a Reitoria que convocasse uma reunião extraordinária do CONDIR e intervisse para que seus membros votassem pela revogação da resolução 038/17. Pedimos também que a Reitoria reunisse o maior número possível de conselheiros e junto da mesma comparecessem a assembleia geral dos estudantes que se realizaria naquela noite, a fim de que os mesmos se comprometessem publicamente com comunidade acadêmica a votar pela revogação da resolução. Durante a assembleia, a Reitora em exercício Prof.a Simone Jaconetti Ydi e mais 6 membros do conselho declararam publicamente aos mais de 300 alunos presentes na assembleia que votariam sim pela revogação do aumento de 6,5%. A assembleia deliberou então pela desocupação do prédio naquela noite e estado de greve até o dia 14/11, quando seria realizada a reunião do CONDIR. Na terça-feira, 14/11, a reunião foi realizada de portas fechadas, com a entrada permitida de 4 alunos do movimento, sem direito a voz e voto. De maneira arbitrária, a Reitora e a maioria dos conselheiros, inclusive a representante do prefeito e a secretária de educação de Santo André, manobraram a reunião contra os estudantes, nem sequer colocando a pauta principal do movimento em votação, ou seja, a revogação da resolução 038/17. A Reitoria junto da PROAP apresentou uma contraproposta que não atendia ao interesse do movimento, como consta na ata oficial da 163ª reunião do conselho. Essa proposta foi votada e deliberada por 9 votos contra 3. Durante essa reunião a Reitora, a representante do prefeito Sidnei Oliveira e a secretária de educação Dinah Zecker, declararam para os conselheiros que são totalmente contra cobrar judicialmente da Prefeitura Municipal de Santo André a volta do subsidio para a FSA e o pagamento da dívida de 28 milhões de reais. O movimento então, diante dessa atitude de traição por parte da Reitoria e dos membros do conselho, que não votaram pela revogação do aumento das mensalidades, na assembleia geral realizada na noite do dia 14/11, deliberou pela reocupação do prédio da FAFIL, exigindo a revogação imediata da resolução 038/17, impedindo a realização de todas atividades da Faculdade por tempo indeterminado caso essa reivindicação não fosse aceita. Na quinta-feira, 16/11, o diretor da FAFIL convocou o Conselho de Faculdade para que fosse debatido junto aos coordenadores e seus respectivos colegiados, propostas para atender as reivindicações do movimento estudantil. Foi decidido nesse conselho que uma comissão formada pelo diretor, professores e alunos da FAFIL faria uma reunião com a Reitoria e PROAP para a negociação de possíveis propostas que atendessem o interesse do movimento dos estudantes. A PROAP então apresentou a proposta de um reajuste de 3,6%, alegando ser apenas o repasse da inflação nacional. Alegou ainda que para um possível cenário de 0% de aumento das mensalidades só seria possível mediante a alguns cortes de gastos que implicavam diretamente aos professores, como a redução proporcional do salário dos mesmos, a redução do valor com gastos dos convênios médicos de todos os funcionários e professores da instituição, assim como a reavaliação dos salários dos professores em regime RTI. Pediu ainda que fosse realizada uma assembleia pelos estudantes naquele mesmo dia para a análise da proposta e a possível desocupação do prédio da FAFIL. Como cabe ao coletivo dos estudantes deliberar sobre as decisões do movimento, o mesmo negou a realização da assembleia naquele dia, decidindo posteriormente em chamar uma assembleia para o dia 22/11, onde seria feita a apreciação da proposta apresentada pela PROAP, e apresentadas as contradições dessa proposta. Nesse interim, professores que são contra o movimento e não se solidarizam com a causa do movimento estudantil, incitaram seus alunos contra o movimento, incutindo-lhes o discurso de ódio e a banalização do movimento, colocando os estudantes da ocupação como baderneiros que apenas queriam promover a desarmonia entre a comunidade acadêmica e impedir a realização das provas e atividades previstas no calendário letivo. Manobraram seus alunos com mentiras e omissões de modo que eles comparecessem na assembleia do dia 22/11 com a intenção de votar pela desocupação do prédio sem ao menos reivindicar a pauta principal do movimento que é a revogação imediata da resolução 038/17. Sem saberem como uma assembleia é estruturada e submetida a um estatuto, os alunos contrários ao movimento compareceram à assembleia permeados pelos discursos de seus professores e não respeitando o andamento da mesma, implodiram a reunião antes dos encaminhamentos e deliberações. Vale ressaltar que a mesa da assembleia propôs a todos os alunos alternativas em conjunto para que nossa reivindicação principal fosse atendida, evidenciando que a Reitoria é a total responsável pela crise crônica que vive a instituição, e só enxerga a solução dessa crise a partir do aumento das mensalidades, prejudicando todo o Centro Universitário e o levando a profunda precarização e total desmonte. Fica evidente que o aumento das mensalidades não atrai alunos ingressantes, pois são totalmente acima do valor de mercado das concorrentes, fazendo com que o número de inscritos no vestibular venha diminuindo drasticamente nos últimos 3 anos, e também inviabiliza a permanência dos alunos veteranos, que não conseguem sustentar os altos valores das mensalidades. A Reitoria eximindo-se de sua responsabilidade em não revogar o aumento das mensalidades, provocou um embate entre os alunos, fazendo com que parte dos alunos ficassem contra a ocupação por terem uma visão manipulada da real situação da universidade pela imprudência da atual gestão. Desse modo, o movimento chamou em caráter emergencial o CRC – Conselho dos Representantes de Classe, para esclarecer as manobras efetuadas pela Reitoria contra os alunos e propor uma solução para a grave situação em voga na FSA. A partir desse conselho, foi deliberado a realização de um ato em frente à casa amarela no dia 24/11, repudiando a atuação ardilosa dessa Reitoria e reivindicando a revogação imediata da resolução 038/17. Em seguida, o movimento estudantil entendeu que a ocupação do prédio da FAFIL não era mais viável, uma vez que não afetava diretamente o verdadeiro inimigo dos alunos, que é a Reitoria, e prejudicaria o andamento das atividades e provas do calendário letivo, gerando um confronto entre os alunos que são as vítimas de todo esse processo. Foram 10 dias de ocupação, de maneira legítima requerendo nossos direitos enquanto estudantes, de maneira pacifica e organizada, mantendo a total integridade física do prédio. O movimento então decidiu que a ocupação agora se daria na casa amarela, impedindo o funcionamento da mesma e a paralisação de todas suas atividades, até que nossas pautas reivindicadas sejam atendidas. Deixamos claro que a ocupação é pacifica e o intuito não é depredar absolutamente nada, manteremos a total integridade da casa amarela. Sendo assim, o movimento estudantil exige dessa Reitoria que seja convocado em caráter emergencial uma reunião do CONDIR para o dia 28/11, terça-feira, de portas abertas para toda a comunidade acadêmica com as seguintes pautas:

01) A Revogação Imediata da resolução 038/17 do CONDIR;

02) A aprovação imediata da proposta de nova forma de acordo e parcelamento de dívidas para os inadimplentes: entrada de 5% do total da dívida e o restante dividido em até 24 parcelas, assim como casos excepcionais que podem ter o parcelamento estendido para até 72 parcelas, mediante a avaliação pelo quadro social e;

03) O congelamento das mensalidades para o ano de 2018.

O movimento também exige que essas pautas sejam apresentadas e votadas na reunião do CONSUN que se realizará ordinariamente no dia 27/11.

O movimento estudantil exige que nos dois conselhos as pautas sejam deliberadas e, diante da aprovação das mesmas, se compromete em promover junto a instituição uma intensa divulgação do vestibular para a prospecção de novos alunos, evidenciando a qualidade do ensino e o legado de excelência na formação de profissionais ao longo de seus mais de 60 anos de vida. Nos solidarizamos com a situação crítica da FSA e faremos um intenso trabalho na intenção de trazer novos alunos. Entretanto, se mais uma vez a reitoria de forma arbitrária enganar o movimento estudantil e toda a comunidade acadêmica, não cumprindo em aceitar e deliberar nossas pautas, o movimento realizará em conjunto com movimentos sociais que nos apoiam, um intenso boicote ao vestibular da FSA que se realizará no dia 03/12, pois entendemos que não é digno para os possíveis novos alunos que ingressarem na instituição serem vítimas do processo de precarização e desmonte que é vivido pelos veteranos por parte da política de gestão adotada pela Reitoria, que faz com que os poucos alunos que ingressam na instituição não consigam permanecer pela falta de recursos financeiros, pautada na ótica do aumento de mensalidades como saída para a insolvência financeira, assim como o tratamento da educação e do ensino como mercadoria. Portanto, exigimos um posicionamento imediato da Reitoria em relação as pautas apresentadas nessa carta.

Fazemos aqui um chamado para toda a comunidade acadêmica da FSA, a fim de compor essa mobilização e exigir da Reitoria a sua responsabilidade em honrar as reivindicações dos estudantes. Alunos, professores, funcionários e toda a comunidade estão convocados a compor essa luta e cobrar do nosso inimigo em comum, a Reitoria, o comprometimento de atender prontamente as exigências do movimento, pois a instituição está com seus dias contados e será sucumbida pela sua dívida crônica que se arrasta desde meados dos anos 2000 e se intensificou nessa última gestão.

A continuidade da vida acadêmica e do legado da FSA está sobre a inteira responsabilidade dessa Reitoria.

 
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