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ABSURDOS DO TST
Ives Gandra, ministro do TST, se sente discriminado por ser homem, branco e rico
Amanda Navarro

Em 2013, o ministro Ives Gandra escreveu um artigo que ainda é bastante atual: ele afirma que se sente discriminado por ser branco, homem e rico.

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Ives Gandra, professor emérito da universidade Mackenzie e ministro do Tribunal Superior do Trabalho, que abertamente defendeu a Reforma Trabalhista, um ataque brutal aos trabalhadores, escreveu em 2013 uma declaração que afirma sobre a dificuldade de ser homem, branco, hétero e rico no Brasil. O artigo foi publicado no blog O POVO, e voltou a tona agora.

O jurista, que faz parte da casta do judiciário com salários imensos e benefícios extraordinários, afirmou em seu artigo que é muito difícil fazer parte de uma minoria na sociedade que coleciona os maiores privilégios: "tenho eu a impressão de que no Brasil o “cidadão comum e branco” é agressivamente discriminado pelas autoridades governamentais constituídas e pela legislação infraconstitucional".

Ele questiona em seu texto as cotas étnico-raciais, afirmando que elas excluem o cidadão branco. Ives Gandra, assim como tantos outros políticos e juristas, ignoram por completo a discriminação histórica fruto da escravidão e da colonização as quais estão expostas os negros e indígenas no Brasil. Em um país majoritariamente negro, apenas 26% dos universitários são negros, reflexo de um processo histórico de discriminação e racismo nas instituições de ensino superior.

Os homossexuais também não escapam aos absurdos de Ives Gandra: ele critica as leis de fomento aos LGBTs e suas atividades, como Congressos e Seminários, comparando com os cidadãos que ele chama de "comum", que não conseguiriam tais fomentos. Ou seja, para Gandra e a direita conservadora, é irrelevante dar suporte para os debates em torno das questões de identidade de gênero e sexualidade, contrastando completamente com a realidade do Brasil, que é o país que mais mata transexuais e a cada 25 horas um homossexual é agredido.

De fato, Ives com seu salário que chega a 30 mil reais, todos seus benefícios do seu cargo, ocupando as posições historicamente privilegiadas na sociedade, ignora e minimiza toda a opressão e exploração que os negros, indígenas, LGBTs e mulheres vivem. Apesar do texto de Ives Gandra ser de 2013, é sempre atual e está em consonância com os ataques do governo Temer, suas reformas e os ataques da direita sobre os setores explorados e oprimidos da sociedade.

 
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