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I CONGRESSO DO MRT
Estar organizada significa combater toda opressão que a gente vive

O portal Esquerda Diário entrevistou as trabalhadoras da Universidade de São Paulo Vilma Maria, Marília Lacerda e Patrícia Galvão, que serão delegadas e estarão junto com dezenas de trabalhadores e trabalhadoras da USP neste I Congresso do Movimento Revolucionário de Trabalhadores.

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Vilma Maria, trabalhadora há 25 anos no Bandejão da USP expressou sua ansiedade em relação ao Congresso, e o quanto espera ter ferramentas para poder se organizar ainda mais: “O que eu acho desse Congresso? É a primeira vez que eu vou, né? Eu estou numa expectativa muito forte porque eu to aprendendo muito com a política. Aprendendo a ser política”! Vilma exemplifica com sua atuação diária nos ônibus em que vai e volta do trabalho. Durante o longo tempo no trajeto, misturado com o recorrente trânsito, Vilma encontra nesse momento a chance de mostrar os jornais do MRT e discutir as matérias do Esquerda Diário com outros trabalhadores no ônibus, “quero chegar na massa, a milhares de trabalhadoras e trabalhadores”, completa.

Vilma ainda comentou sobre a importância do Esquerda Diário na vida dos trabalhadores e falou da necessidade que esse Congresso tem de conseguir fazer ecoar ainda mais longe as vozes e as denúncias dos trabalhadores, buscando organizar mais pessoas nessa perspectiva: “O Esquerda Diário é uma ferramenta muito importante pra nós do MRT porque é onde os funcionários e os trabalhadores podem se expressar. E o que eu acho é que teria que ter mais trabalhador se expressando, o que passa em fábrica, indústria, as dificuldades. Como agora, com a nossa presidenta, que foi a pior decepção da vida, foi o PT. Quando era o Lula, nós todos votamos no PT, e agora de novo com a Dilma, eles estão cortando tudo, cortou o PIS, cortou o seguro-desemprego, aumentou a luz só esse ano 4 vezes, ninguém tá aguentando pagar tão cara conta de luz. E isso é muito triste pro trabalhador, principalmente pra um trabalhador que ganha um salário mínimo. Imagina um trabalhador ganhando um salário mínimo ter que pagar uma conta de luz de R$200,00? O que é que ele fica pra comer? E o Esquerda Diário tem que dar voz e política pra isso!”.

Marília Lacerda, trabalhadora do Hospital Universitário da USP e membro do Conselho Diretor de Base do Sintusp explicou a importância da experiência da greve de 118 dias que protagonizaram ano passado e a compreensão do que é fazer política: “antes da greve de 2014 que aconteceu na USP eu não entendia muito bem o que era fazer política. Pra mim, fazer política antes era ir lá e votar em qualquer candidato durante as eleições e estava tudo certo. Depois da greve dura de 118 dias que a gente protagonizou na Universidade – e não foi somente por salário, mas foi por uma série de outras questões que afetavam diretamente a vida do trabalhador –, eu vim a entender que fazer política não é somente ir lá e votar, mas é você estar preparado para os ataques que o governo e toda essa casta de exploradores da sociedade fazem com o trabalhador, aquilo que afeta diretamente a minha vida e a vida de minha família. E eu consigo ver hoje que não é só durante as eleições que se faz política, mas é estar preparado para tudo isso”.

Marília conta que há uma defasagem muito grande de funcionários dentro da Universidade, que só no Hospital Universitário saíram 240 no início desse ano e os funcionários tem trabalhado com dor e com pessoas doentes, pois a demanda de trabalho se mantém. Ela conclui apontando como enxerga a importância de estar organizada e de participar como delegada do I Congresso do MRT para enfrentar essa situação: “Eu me sinto muito mais forte e preparada para todas essas coisas que vêm acontecendo. A gente ouve falar que a Universidade está em crise, que o país está em crise, mas a gente não tem que pagar por essa crise. E eu me sinto muito mais organizada para lutar contra isso, lutar contra esse sistema. Aos poucos consigo clarificar na minha cabeça que estar organizada politicamente significa exatamente isso, estar preparada para combater todo esse tipo de opressão que a gente vive. E não só isso, mas fazer parte de uma organização que hoje, um pobre, um trabalhador, o mais explorado, é quem mais tem valor, faz toda a diferença pra mim. Saber que tem pessoas que vão defender as minhas ideias, que vão defender a minha vida, e fazer parte de tudo isso, de fazer a diferença na vida de alguém, eu acho muito importante. A gente está no caminho certo, estamos juntos e faz toda a diferença mudar esse sistema de organização que existe hoje. O sistema político que existe hoje. Vamos fazer do nosso jeito, vamos fazer bem feito. Vamos fazer a mudança. E mudança não é o que propôs o governo ano passado durante as eleições aqui no Brasil, mas mudança se faz fazendo a revolução e mudando o que está posto hoje.”

Patrícia Galvão, trabalhadora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e Coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sintusp nos contou suas expectativas para que esse Congresso sirva à necessidade de organizar politicamente os trabalhadores contra os ataques dos governos e os ajustes tanto do PT quanto do PSDB: “Vejo esse congresso com bastante esperança. Embora aconteça em um momento de ataques aos trabalhadores e aos setores mais oprimidos da sociedade, quando o governo do PT rifa nossos direitos, e o PSDB ataca greves como a dos professores, vejo como a chance de organizar as fileiras da nossa classe, de se apresentar uma alternativa para formar uma terceira via, onde os trabalhadores possam dar a sua resposta a crise que se apresenta e não pagar por ela. O Movimento Revolucionário de Trabalhadores, nessa nova etapa, tem a tarefa audaz de buscar ser parte de uma alternativa real à massa de oprimidos e explorados e é um orgulho imenso não apenas compor a delegação desse Congresso mas dividir com meus camaradas trabalhadores e a juventude esse projeto político transformador.”

 
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