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VIOLÊNCIA SEXUAL
A cada cinco dias, uma vítima de estupro em instituições de ensino do Rio
Patricia Galvão
Diretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

O Jornal Extra realizou um levantamento que aponta dados escandalosos de uma cruel realidade. A cada cinco dias, uma criança, jovem ou adolescente foi vítima de estupro em instituições de ensino do Rio de Janeiro entre janeiro de 2016 e abril deste ano. A maioria são meninas menores de idade.

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Foto de Guilherme Ribeiro

Há pouco mais de uma semana uma denúncia no programa Fantástico trouxe à tona mais um caso de estupro coletivo, na cidade de em Bom Jesus do Itabapoana, no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro. Uma menina de 13 anos foi vítima de estupro coletivo dentro da escola que estudava, por cerca de 45 dias entre os meses de maio e junho. A direção da escola foi afastada e uma sindicância aberta.

O caso chocante, escancarou uma revoltante realidade das escolas do Rio de Janeiro e que deve se repetir pelas escolas no país. A cada 5 dias uma criança ou adolescente é estuprado dentro de uma escola. O Jornal Extra levantou 89 casos de estupros dentro de escolas no estado. Como muitos não são denunciados por medo de represálias e vergonha, os números podem ser ainda maiores.

De acordo com os dados retirados do Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro de 2016 a abril deste ano, das 89 vítimas de estupro em instituições de ensino, 82 vítimas tinham data de nascimento no registro de ocorrência e, destes, 74 eram menores de idade na época do crime. O levantamento ainda mostra que 50 tinham 10 anos ou menos.

No período foram registrados no estado 6.222 casos de estrupo, uma média de 13 por dia. As vítimas menores de 12 anos chegam a 40%. Estima-se que, no Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. O estupro é um dos crimes mais acobertados, conforme aponta o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), somente cerca de 10% é denunciado.

Também segundo o IPEA, 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou amigos/conhecidos da vítima. No caso da garota de Bom Jesus do Itabapoana, foi o próprio namorado que arquitetou os estupros coletivos.

Os dados são estarrecedores. A violência crescente contra as mulheres mostram o quanto a luta pela emancipação das mulheres é um debate atual e urgente. Os altos índices de estupros, de violência doméstica e feminicídio, como o recente caso da musicista Mayara AmaraL, mostram como, na sociedade capitalista, a vida das mulheres pouco importa ao Estado. Para piorar, nessa semana o anúncio de robôs que simulam uma situação de estupro só mostra como é preciso combater a violência sexual, e como até esta brutalidade é transformada em nicho de mercado por esse sistema.

Enquanto políticos corruptos vociferam contra as mulheres e fazem apologia ao estupro, como Jair Bolsonaro e filhos, precisamos combater cotidianamente o machismo, todo o tipo de violência sexual e de gênero. Esses casos brutais escancaram as contradições da sociedade capitalista e a necessidade da luta pela emancipação das mulheres sob uma perspectiva anticapitalista.

Precisamos organizar as trabalhadores e trabalhadores, a juventude para lutar contra toda forma de opressão, contra o patriarcado, contra os políticos que atacam os direitos mais elementares das mulheres enquanto fazem mais e mais apologia à violência contra a mulher. Precisamos lutar contra esse sistema capitalista que só sobrevive à custa da opressão e da exploração.

 
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