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OPINIÃO
É possível vencer a reforma trabalhista superando a traição da burocracia sindical
Cristina Santos
Recife | @crisantosss

A luta das trabalhadoras e trabalhadores da multinacional Pepsico na Argentina vem mostrando como a resistência e a organização podem servir de exemplo para toda a classe trabalhadora e fazer pesar a força dos trabalhadores nos rumos da política nacional.

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Na Argentina, assim como no Brasil, o presidente Maurício Macri pretende passar um programa de ajuste e reformas que assim como aqui, tem o objetivo de aumentar os lucros dos patrões a custa da precarização das condições de trabalho.

Neste contexto, a luta das operárias e operários de Pepsico marca um grande contraste quanto ao que vem sendo praticado pelas direções dos sindicatos, que por sua vez deixaram passar mais de 200 mil demissões, repressões e planos de flexibilização laboral em troca da redução do custo do trabalho como aplicaram em Vaca Muerta - uma clara demostração do governo dos planos que pretendem estender para todos os setores de trabalhadores - tudo isso sem nenhum plano de luta desde os sindicatos.

Em Pepsico, depois do lockout patronal, os trabalhadores exigiram da direção sindical um plano de ação pois sabiam que um plano de luta desde o sindicato poderia impedir o fechamento da fábrica; mas o secretário geral do STIA – Sindicato dos trabalhadores da indústria da alimentação - , Rodolfo Daer, mostrou desde o primeiro momento sua postura traidora, propondo que os trabalhadores entregassem a luta e aceitassem as indenizações.

Diante desta traição, os trabalhadores decidiram em assembleia no dia 26 de junho ocupar a fábrica e preparar um plano de guerra em defesa de seus postos de trabalho. A partir disso, fábrica se transformou em um centro de organização da luta, onde inúmeras delegações de trabalhadores, estudantes, artistas, figuras de direitos humanos e intelectuais estiveram presentes para prestar solidariedade, transformando a luta destes trabalhadores em uma causa da classe trabalhadora. Bloqueios, piquetes, jornadas de luta e até mesmo um boicote fizeram parte da campanha. Os meios de comunicação dos patrões foram obrigados a admitir que a exemplar luta, colocava em risco o plano de Macri de impor a Reforma Trabalhista o que nos leva a pensar que muito do que está acontecendo na Argentina serve como exemplo de qual batalha temos que travar aqui no Brasil para resistir aos ajustes e ataques do governo golpista de Michel Temer.

E parte fundamental da tarefa que temos é superar as direções traidoras dos grandes sindicatos.

O dia 28 de Abril mostrou a disposição da classe trabalhadora para lutar contra as reformas, mas as centrais colocaram suas forças a serviço de não permitir que esta disposição se transformasse em uma ameaça para os capitalistas; o ato em Brasília no 24 de maio mostrou esta disposição de luta dos trabalhadores com a verdadeira batalha campal na qual a Esplanada dos Ministérios foi transformada com o enfrentamento dos trabalhadores contra a polícia de Temer, mesmo a burocracia tendo tomado este dia de luta de forma rotineira, sem chamar paralisações e sem mobilizar a base de trabalhadores que representam.

A própria burocracia tirou suas lições destas jornadas: se mesmo com chamados rotineiros os trabalhadores estavam saindo e dispostos a incendiar o país, em algum momento sua debilidade ficaria exposta e sua base sairia do seu controle – optaram por trair a luta como fez a Força Sindical ou então por desviá-la completamente atrás da consigna das diretas - Como CUT e CTB - tirando os trabalhadores das ruas e levando-os pros showmícios por “direitos” e pelas diretas, enquanto nossos reais direitos estavam sendo rifados no congresso sem nenhuma resistência.

Chamaram a Greve Geral para o dia 30 de Junho em um primeiro momento, que depois decidiram que seria um dia de paralisações, e que na realidade não contou com nenhuma importante ação das centrais, sendo totalmente boicotado pela CUT e CTB, ou diretamente traído pela Força Sindical.

Como as trabalhadoras e trabalhadores de Pepsico mostraram ser possível mesmo sendo uma única fábrica na Zona Norte de Buenos Aires, vemos que com um verdadeiro plano de guerra que aposte na organização dos trabalhadores - superando a traição da burocracia sindical - podemos passar por cima das reformas de Temer e impor nossas demandas.

Desde a esquerda, precisamos organizar uma grande força que se insira nas fábricas, escolas, bairros, empresas e organizem a classe desde as bases e que esta força possa impor a frente única operária aos dirigentes dos grandes sindicatos com a tarefa de derrubar as reformas e o governo golpista de Temer. Nós do MRT, apostamos nesta perspectiva, buscando construir comitês de base nos locais de estudo e trabalho onde estamos, no caminho de preparar milhares de trabalhadoras e trabalhadores para enfrentar o estado, seus patrões e sua polícia.

 
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