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LUTA CONTRA AS REFORMAS
O presidente dos Metalúrgicos do ABC afirma: o que sabemos fazer é apenas negociar
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

"Vamos agir com o que sabemos fazer de melhor: a negociação". Assim, se pronunciou Wagner Santana, o Wagnão, novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC sobre a aprovação da Reforma da Trabalhista.

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Depois da CUT ter boicotado abertamente a greve do último dia 30 e se calado frente à traição da Força Sindical, é essa a postura do presidente do sindicato, afirmar que o que sabe fazer bem é negociar.

Todo brasileiro sabe que as reformas são ataques profundos à nossas condições de vida, por isso, é comum ouvir nas ruas, nos locais de trabalho e nos transportes públicos que é preciso “parar tudo para derrubar as reformas”. O ódio e indignação presentes em cada casa de trabalhadores em nosso país, não encontra reflexo na política das grandes centrais sindicais, que negociam nossos direitos em nome de seus próprios interesses.

Wagnão, que tomou posse no último da 25 de abril, foi aconselhado diretamente por Lula, que afirmou que o sindicalista “terá que ter a responsabilidade de construir um novo jeito de fazer sindicalismo”. Além do apoio de Lula, o novo presidente ganhou votos de Vicentinho, Luiz Marinho, Jair Menegueli e Sergio Nobre. Todos esses políticos fizeram carreira no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e assim como o próprio Wagnão, estão há anos sem pisar no chão de fábrica e alguns deles governaram cidades importantes do ABC, se conciliando com os grandes empresários e disciplinando a classe trabalhadora.

A Reforma Trabalhista e todos os seus ataques ao conjunto da classe trabalhadora brasileira, era sancionada por Temer e o Sindicato dos Metalúrgicos aprovava ao mesmo tempo sua campanha salarial. Para Wagnão, agora o sindicato deve fazer “o que sabemos fazer de melhor: a negociação. Para que o trabalhador não fique tão vulnerável quanto a reforma prevê”.

É justamente contra esse sindicalismo que trabalhadores e trabalhadoras de todo o país devem lutar. Não existe negociação possível quando se trata de nossos direitos, o próprio sindicato nos deixa vulneráveis quando, assim como no último dia 30, não constrói a paralisação nacional contra as reformas, pensando sempre na via institucional e no projeto “Lula 2018”.

Em todos os últimos anos, o Brasil passou por um enorme crescimento econômico, que chegou ao fim, fruto da crise capitalista internacional. Para os grandes empresários seguirem lucrando, precisam atacar os direitos e garantias de vida da maioria e as grandes centrais sindicais ajudam nesse projeto, se negando a lutar.

As Reformas mostram que toda conquista dos trabalhadores dentro do capitalismo é efêmera, ou seja, dura o tempo necessário para garantir os lucros patronais, quando nossos direitos se chocam com esse interesse, a burguesia e seus governos atuam com um só punho para nos atacar.

Ao contrário de negociar e criar um sindicalismo responsável, a CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, deveriam mobilizar massivamente o conjunto de nossa classe. Fazendo uma greve geral real e efetiva. Parando a produção e usando os métodos clássicos da classe trabalhadora, assim poderíamos de fato derrubar as reformas e até mesmo o governo golpista.

Não podemos alimentar nenhuma ilusão nessas direções sindicais, que provam a cada dia que querem pacificar os conflitos e não lutam efetivamente contra os ataques. Sendo assim, precisamos exigir assembleias em cada local de trabalho, assim como eleger nossos comitês de fábrica, com representantes de base. Dessa forma, tomamos a luta em nossas mãos e podemos lutar contra a traição dos sindicatos.

Com a força da nossa mobilização, poderemos discutir à fundo um plano para que sejam os capitalistas que paguem pela crise, elegendo delegados e base em cada comitê de fábrica, bairro, locais de trabalho e estudo para uma nova assembleia constituinte livre e soberana, que tenha como primeira tarefa anular todas as reformas que foram votadas.

Os sindicatos devem ser nossas ferramentas de luta e não barreiras para a nossa mobilização, por isso, precisamos retomar nossos sindicatos, com uma orientação de combate e não de negociação. Essa talvez seja a maior reforma trabalhista do mundo e assim como a reforma da previdência deve ser derrotada por nossa força e com nossa luta.

 
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