O ex-ministro de Temer também está proibido de manter contato com outros investigados e de utilizar o telefone. Ele estava preso desde 3 julho no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, acusado de obstrução da justiça.
Geddel teria tentado impedir Eduardo Cunha e Lucio Funaro de firmar acordo de delação premiada. Ele é acusado ainda de participar de esquemas para facilitar a liberação de dinheiro público para determinadas empresas Além dele, Cunha, Funaro e Fabio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal estariam envolvidos.
Ele mesmo, na audiência de custódia, chegou a pedir para cumprir a pena em prisão domiciliar, no conforto de sua residência. Agora, o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), concedeu este privilégio ao ex-ministro.
No mesmo dia em que a justiça burguesa demonstra que não precisa de grandes provas para condenações, como a de Lula, Geddel é liberado para "cumprir pena" no conforto de sua mansão. Outra face da justiça é mostrada com o caso de Rafael Braga, jovem negro preso por portar uma garrafa de pinho sol durante uma manifestação. Ele chegou a ser solto mas acabou condenado a 11 anos de cadeia.
Quando essa justiça dos patrões condena um ex-presidente sem provas, como é o caso de Lula, abre espaço para avançar ainda mais contra a classe trabalhadora e o povo. Ao mesmo tempo, com o caso de Geddel, mostra que nada disso é sobre corrupção ou má utilização de recursos públicos.
Seja qual for a face da justiça, ela está sempre contra os trabalhadores, como se demonstra nas greves que são perseguidas e consideradas ilegais ou mesmo na população carcerária, de maioria pobre e negra, que boa parte jamais passou por um julgamento. Aos criminosos da classe dominante ou da casta política, como Geddel, reserva privilégios e impunidade.
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