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O LUCRO DOS PATRÕES NÃO VALEM MAIS QUE NOSSAS VIDAS
Acidente trabalhista: um trabalhador morre e dois se ferem gravemente na mineradora peruana Southern
Cecilia Quiroz

Depois da paralisação de mais de 2000 trabalhadores na mineradora Southern, em Monquegua, Peru, na quarta-feira 24 de maio na fundição da empresa, localizada na província de Ilo, ocorreu um trágico acidente trabalhista que tirou a vida de um trabalhador e feriu gravemente outros dois, que estão hospitalizados.

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Paul Lostaunau, representante da mineradora em declarações à imprensa afirmou que : “as causas do acidente são desconhecidas, mas a situação se esclarecerá nas próximas horas”; depois complementou dizendo que “ Ministério Público Peruano, Polícia Nacional e a área legal de assuntos internos está fazendo as investigações correspondentes”.

Situações similares a esta temo corrido frequentemente nas regiões mineradoras do país, o que evidencia a falta de políticas reais para prevenir este tipo de situações e a culpa é dos empresários – que para diminuir os custos de produção e ser mais competitivos nos mercados de matérias primas – reduzem as medidas de segurança, afetando com isso os trabalhadores que em ocasiões como esta terminam pagando com sua própria vida pela ganância de seus patrões.

É importante lembrarmos que uma das razões que levou ao desencadeamento da greve dos trabalhadores da mineradora Cerro Verde, também localizada no Peru, foi a morte por “acidente trabalhista” dos trabalhadores Winston Peter Garatea Ale e Frank Khoen Ruiz.

As causas de fundo que explicariam o porque destas lamentaveis situações se repetem com certa regularidade nas regiões mineradoras, estão diretamente relacionadas com a necessidade dos empresários em aumentar seus lucros. Isso os leva a acelerar os ritmos de ttrabalho, reduzir os benefícios sociais, realizar espionagem trabalhista através de câmeras de vigilância com sensores infra-vermelhos, entre outras medidas para aumentar a produtividade dos trabalhadores.

Essa tendência, que é comum no capitalismo, se destaca fortemente nos momentos de crise econômica internacional como o que estamos vivendo agora, já que os empresários buscam que nós os trabalhadores terminemos pagando a conta desta crise, e para isso eles contam com o apoio do governo, dos parlamentares, do poder judicial e da grande imprensa que contribui ao silenciar esta problemática e responsabiliza aos próprios trabalhadores por estes lamentáveis ocorridos.

Nem um morto a mais por acidentes de trabalho! É necessário que os trabalhadores comecem a construir mecanismos de controle operário com caráter legal, para que possam sancionar as empresas neste tipo de situação. Exigimos que os empresários invistam mais em segurança do trabalho, de modo a garantir segurança para que os trabalhadores exerçam seu ofício e não destruam sua saúde. Para que isso ocorra é necessário acabar com o sincretismo financeiro do qual se valem os donos das mineradoras para justificar a redução dos custos de produção. Portanto, exigimos que se abram os livros de contabilidade das empresas para que desta maneira possamos saber quanto alcançam de lucro, inclusive em tempos de “vacas magras” como agora.

Notas:

1. A empresa Southern Copper, do Grupo México, opera no Peru as minas localizadas em Toquepala e Cuajone além da refinaria de Ilo. No México, opera também as unidades La Caridad e Buenavista. É a quarta mina em produção de cobre no Peru.

2. Lembremos que no 11 de abril passado, os trabalhadores da Southern começaram uma greve indefinida que se estendeu por 12 dias, na qual participaram mais de 3000 trabalhadores.

Tradução: Zuca Falcão

 
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