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XVI CONGRESSO DO PTS
Nosso objetivo é liberar toda a humanidade da escravidão assalariada
Fredy Lizarrague
Dirigente Nacional do PTS da Argentina

No sábado (15), a sessão do Congresso do PTS, partido irmão do MRT na Argentina, esteve dedicada à discussão sobre "Balanço e orientação". em base aos documentos apresentados previamente. Mesmo tendo passado somente 8 meses do congresso anterior, foram muitos os temas em discussão. Colocaremos aqui uma síntese dos debates e resoluções deste ponto. No domingo a discussão foi sobre a direção nacional do PTS para culminar com a eleição por votação dos delegados dos membros do novo Comitê Central.

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1 - Participar nas lutas e começar a campanha eleitoral sem perder de vista os objetivos revolucionários.

A realidade internacional tem um grande paradoxo: enquanto o capitalismo consegue a duras penas se manter a deriva desde a crise de 20072008 com um crescente descontentamento popular, lutas e fim das ilusões em uma economia "globalizada", a direita nacionalista (Donald Trump e variantes similares) toma a iniciativa para tentar uma saída mais reacionária à crise.

Na outra ponta emergem tendências à esquerda que expressam sintomas de recomposição da classe trabalhadora, mesmo que capitalizadas centralmente por neoreformistas e "populistas" (ver "Uma nova etapa da situação mundial"). Na Argentina, o governo de Macri busca avançar sobre as conquistas operárias e populares graças ao apoio da mal chamada "oposição" (Partido Justicialista/Frente para a Vitória, Frente Renovador, PS de Santa Fé) e as tréguas sistemáticas da burocracia sindical.

As lutas que veem se desenvolvendo nos últimos anos são defensivas e por reivindicações parciais, sem chegar a questionar ao governo e a classe capitalista (como em certa medida ocorreu em dezembro de 2001). Os principais protagonistas têm sido diversos setores da classe trabalhadora e o poderoso movimento de mulheres.

O kirchnerismo pretende aproveitar este caráter parcial dos principais processos para canaliza-los no "vamos voltar", porque "com Cristina estávamos melhor", sabendo que é pura demagogia: o ajuste já tinha começado sob o governo kirchnerista e Daniel Scioli se propunha continua-lo no marco de uma coalizão que continha a todos os que hoje dão governabilidade a Macri; vão compartilhar as mesmas listas para as próximas eleições com os "votantes seriais de leis macristas" e quem governam suas províncias ajustando e reprimindo, o que no peronismo é abundante.

Por isso, o XVI Congresso do PTS aprofundou o questionamento à separação entre luta sindical e luta política, entre qualquer luta reivindicativa parcial e os programas de fundo que ponham em questionamento o poder capitalista ( ver "Luta operária, luta política e as tarefas dos revolucionários").

Não se trata de uma batalha simples já que a mesma se enfrenta ao "sentido comum" que nos impõe dia a dia o regime, seus meios de comunicação, a burocracia sindical e grande parte do "sindicalismo combativo". Podemos terminar nos adaptando a estas pressões seja colocando questões de fundo e estratégicas somente a poucas pessoas (propaganda) e evitando a luta política, seja diluindo o conteúdo mais anticapitalista, revolucionário, questionador da "rotina sindical" (ou feminista, ou estudantil), evitando o choque de ideias e posições.

Este e o significado do que chamamos "movimentismo": a adaptação aos movimentos sindicais, políticos e de luta tal qual se dão, limitados por suas reivindicações concretas, inclusive sendo a sua ala mais combativa. Se não fazemos todos os esforços por colocar demandas políticas que sirvam de ponte entre a consciência atual e a perspectiva de uma sociedade sem exploração e opressão, estaremos colaborando para que avancem , seja a direita com suas saídas de "mudanças de fundo" ou os demagogos de centro-esquerda (kirchnerismo e seus aliados).

Para enfrentar isso, resolvemos uma orientação política em três níveis:

a) Intensificar a denúncia do papel do kirchnerismo, para disputar sua influência política sobre amplas camadas de trabalhadores e jovens. Os delegados e delegadas coincidiram em considerar que o kirchnerismo não está se desenvolvendo como força militante mas está "à ofensiva" devido aos bons prognósticos eleitorais de Cristina Fernandes de Kirchner, mesmo que seja improvável que efetivamente saia como candidata. Por isso, está colocada uma luta política aberta em todos os âmbitos, em especial na campanha eleitoral que se inicia.

b) Redobrar a agitação política com o tema "Nossas vidas valem mais que seus lucros", através do qual apresentamos distintos tópicos de luta, desde a defesa do salário, contra as demissões, contra o trabalho precário, até a demanda de "6 horas de trabalho, 5 dias, para que todos tenham trabalho, sem diminuição salarial e que o mínimo cubra a cesta básica familiar", como uma expressão concreta da demanda histórica do movimento operário e do marxismo revolucionário da redução da jornada de trabalho e a divisão das horas de trabalho entre empregados e desempregados.

O desafio que nos propomos é elevar as aspirações da classe trabalhadora para não limitar nosso horizonte de luta a uma eterna defesa de salários que não dão para chegar ao fim do mês, trabalhos precários, jornadas intermináveis e esgotantes (como os turnos rotativos) para ganhar um pouco mais, em definitiva, viver para trabalhar; o que nos propomos é começar a luta questionando a exploração capitalista, pelo direito ao ócio.

Se trata de uma luta colocada para o conjunto da classe trabalhadora, além de batalhas concretas que possam se dar em algumas fábricas ou empresas (como foi conquistado no Metrô de Buenos Aires e como se propõe setores da UTA), seguindo o exemplo da bandeira da jornada de 8 horas que levantou a classe operária desde o final do século XIX, com os Mártires de Chicago como grande exemplo, imortalizados pela 2ª Internacional no Dia Internacional dos Trabalhadores, o 1º de Maio. Já existe um debate a nível mundial a partir do desenvolvimento da técnica aplicada ao trabalho (robotização). Sua organização racional permitiria a diminuição progressiva da jornada de trabalho até um mínimo social, mas em mãos dos capitalistas está a serviço de super explorar a um setor enquanto envia outro setor à miséria.

Com esta campanha buscamos, de mínimo, que os ativistas sindicais, estudantis e do movimento de mulheres, assim como os e as simpatizantes da Frente de Esquerda, possam compreender mais claramente nossa perspectiva anticapitalista revolucionária. A Frente de Esquerda apresenta um programa que culmina no governo dos trabalhadores, mas os setores das massas que o apoiam e escutam, o fazem essencialmente por sua independência de todas as variantes patronais e em defesa dos direitos dos trabalhadores, das mulheres e da juventude.

Isto é uma grande conquista em um país onde a ideologia dominante na classe trabalhadora é a de colaboração de classes que o peronismo impôs. Mas a adesão à Frente de Esquerda e dos Trabalhadores (FIT) não chega a compartilhar os aspectos revolucionários e socialistas de seu programa, portanto a definimos como uma identidade "débil" para se converter em uma militância verdadeiramente transformadora. Isso responde aos limites da própria experiência da classe trabalhadora, que os revolucionários não podemos evitar. Mas o que sim podemos e devemos fazer é explicar que é necessário levantar bandeiras mais abertamente revolucionárias, assim como a direita apresenta as suas (duramente reacionárias).

Como objetivo "máximo", acreditamos que esta campanha pode despertar o imaginário de franjas de trabalhadores, em especial a juventude que trabalha e estuda, menos adaptados à busca por uma saída individual ou a deixar a vida na fábrica (horas extras) e mais dispostos a proporem-se lutas de fundo. No congresso, delegados da juventude trabalhadora e estudantil disseram ver especial predisposição às ideias de esquerda na juventude "sub 23", por isso resolvemos dar a eles atenção especial.

Os candidatos do PTS na Frente de Esquerda nas diferentes províncias já estão encarando esta campanha e vemos que chama a atenção de novos setores. O primeiro desafio para desenvolvê-la será o ato unitário do Frente de Esquerda este 1º de Maio.

c) Reafirmar com toda a militância e aos milhares de companheiros e companheiras que veem participando conosco das lutas, atos, campanhas eleitorais, em articular com os 20.000 que convidados para o ato no estádio de Atlanta, que o partido que estamos construindo na Argentina e a nível internacional é o partido que se propõe liberar os escravos modernos, que são os assalariados, terminar com a sociedade de exploração, conquistar com a luta o governo dos trabalhadores com base na auto-organização dos trabalhadores e oprimidos, para avançar ao socialismo. Um partido que está na linha de frente de cada batalha por mais parcial que seja, mas que não perde de vista que nosso destino não está em "fazer um pouco mais suportável a escravidão assalariada" e sim acabar com ela, já que somente assim será possível colocar fim na miséria, na opressão, na destruição do planeta, nas guerras e em toda forma de barbárie humana.

Esta questão foi encarada no congresso como uma necessidade para reforçar os fundamentos estratégicos da militância no PTS, tanto aos e às militantes atuais como aos companheiros e companheiras que convidamos a que se incorporem à militância e para explicar também aos que compartilham conosco agrupações sindicais e estudantis, a razão de fundo pela qual opinamos que estas agrupações devem apoiar e impulsionar a Frente de Esquerda.

Estes fundamentos são conhecidos pela maioria dos e das militantes mais antigos, mas "pouco exercitado" pela pressão dos "movimentos" que colocamos acima. É necessário explicar pacientemente , com todo tipo de exemplos históricos e atuais, aos companheiros e companheiras novas e aos que integram as agrupações.

2 - Um "partido de combate" no terreno político e da luta de classes

O PTS vem desenvolvendo teoricamente todas as questões referentes a estratégia revolucionária, ou seja, a arte de vencer, articulando as batalhas parciais. Isto é parte de tomar com muita seriedade cada intervenção na luta de classes e em cada cenário da luta política.

a) Uma campanha eleitoral a serviço da luta política para ampliar a influência da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores

A esquerda revolucionária utiliza a campanha eleitoral para aprofundar a denúncia política ao regime e a seus partidos, difundir as lutas e levantar um programa para que a crise seja paga pelos capitalistas. É nossa obrigação intervir nela o quanto antes para não dar espaço ao inimigo.

Como se expressa na resolução nacional, o Congresso ratificou por unanimidade as pré candidaturas propostas para representar ao PTS na Frente de Esquerda, considerando que são os melhores companheiros e companheiras para batalhar por conquistar influência política em novas camadas da classe trabalhadora, das mulheres e da juventude, para amplificar a representação parlamentar da Frente de Esquerda.

Vários delegados e delegadas relataram as possibilidades de ganhar influência não somente os setores defraudados do kirchnerismo, mas também em franjas de trabalhadores e jovens que votaram no Macri no segundo turno porque tinham bronca do governo kirchnerista pela inflação, denúncias de corrupção, imposto ao salário etc. e hoje se ”arrependem", assim também como setores desencantados com Massa por seu colaboracionismo.

O Congresso chamou a iniciar a campanha eleitoral durante o mês de maio com o lançamento das pré-candidaturas locais.

Esta pendente a discussão com os demais integrantes da Frente de Esquerda, para explorar a possibilidade de listas comuns ou se utilizar o mecanismo das prévias internas para estabelecer a ordem das listas (dado que está garantido o mecanismo da rotação das bancas que conquistemos).

b) Bastiões que permitam impulsionar com força a Frente única e agrupações para potenciar a luta política

O PTS veem intervindo nas lutas por grêmio, onde atuamos junto a outras correntes como oposição a burocracia sindical (agora em professores, por exemplo) e em históricas batalhas em fábricas, como as de Astillero Rio Santiago nos anos 90, Zanon desde 2000, Brukman em 2002, Jabón Federal em 2006, Mafissa em 2008, Kraft em 2009, Lear em 2014, junto com numerosas lutas estudantis , que são mitos na vanguarda operária, verdadeiras "escolas de guerra" (Lênin) que permitem forjar dirigentes e militantes em enfrentamentos duros com as patronais, o Estado e a burocracia sindical. Em outro terreno, Pão e Rosas foi a agrupação de mulheres da esquerda que encabeçou a batalha no Encontro Nacional de Mulheres de Rosário por um programa independente, por métodos democráticos e porque a sede seja Buenos Aires.

Em cada uma destas batalhas se coloca a luta pela Frente única das organizações de massas dos trabalhadores (ou estudantis), como exigência a suas direções para que tomem medidas de luta concretas, por pontos determinados, mantendo nossa total independência e liberdade de crítica (golpear juntos, marchar separados). Este chamado não tem nada a ver com um suposto "frente antimacrista" ou uma frente política com correntes como o kirchnerismo.

Nosso chamado é as organizações de massas e suas direções, para impulsiona-las a luta e em eu decorrer demonstrar diante suas bases seu caráter conciliador ou diretamente traidor. Dentro da frente única lutamos pela auto-organização, de maneira tal a conquistar "volumes de força" para poder impor às direções burocráticas as medidas necessárias e ter a capacidade de superar estas direções. O congresso debateu sobre o balanço da ocupação da AGR, ratificando as críticas à direção do Partido Obrero (PO) que colocamos no La Izquierda Diario.

Para conseguir "volumes de força", o congresso se propôs conquistar novos "bastiões" - lugares onde exista acumulação militante e influência política que nos permitam ter "capacidade de combate" frente aos ataques patronais ou do governo. Por sua vez, em cada cidade importante ou província onde conquistemos vários bastiões, nos propomos criar "centros de gravidade" (concentração de forças e peso dirigente) do PTS, na indústria, nos transportes e comunicações, em docentes e no movimento estudantil.

No congresso discutimos também que os "bastiões" não significam só organizar companheiros e companheiras de uma estrutura determinada, senão também suas redes nos bairros ou em outras empresas, aumentando assim sua influência e capacidade de luta. Este é o fundamento mais estratégico do que chamamos "militância cruzada" entre trabalhadores, mulheres e estudantes, com centro nos locais partidários, que ao mesmo tempo combate o "corporativismo" (militância centrada de forma quase exclusiva no próprio lugar de trabalho ou estudo).

Agora vamos lançar uma grande campanha eleitoral, onde recorreremos os bairros e redes cientificamente, utilizando toda a tecnologia disponível, mas nos propomos uma experiência política que se mantenha no tempo.

O XVI Congresso do PTS resolveu também dar um forte impulso as agrupações comuns com companheiros e companheiras sem militância partidária que compartilham nossos objetivos de luta, tanto sindical como estudantil e do movimento de mulheres (Pão e Rosas), como a batalha política eleitoral. Nos propomos organizar de forma ampla a milhares de trabalhadores, mulheres e jovens que compartilharam conosco batalhas parciais nos lugares de trabalho e estudo, explicando a necessidade de elevar estas lutas ao plano político geral com os eixos que colocamos desde o PTS na Frente de Esquerda. No movimento operário, as agrupações discutirão o impulso de centenas de pré-candidaturas para encher de trabalhadores as listas da Frente de Esquerda. No movimento estudantil e em Pão e Rosas, também se põe de pé agrupações que nos permitem desenvolver uma experiência comum e neste marco avançar na compreensão do objetivo estratégico do PTS por construir um partido de trabalhadores revolucionário, socialista e internacionalista.

Como resoluções de campanhas especificas, o Congresso votou retomar o apoio concreto às fábricas sob gestão operária, tanto Zanon como Madygraf/Donnelley, assim como o Hotel Bauen que está sofrendo ameaça de desocupação.

Como parte da luta por recuperar os sindicatos, resolvermos aprofundar as campanhas das chapas Multicolor no SUTEBA (provincial e seccionais, onde militantes do PTS ocupam cargos destacados), assim como na Granate-Blanca de FOETRA Buenos Aires (Trabalhadores Telefônicos), encabeçada por nosso companheiro Carlos Artacho como candidato a Secretário Geral.

3 - O "La Izquierda Diário" como meio massivo de influência política da esquerda revolucionária e "Organizador Coletivo" do PTS

No agitado mês de março, o La Izquierda Diário conquistou quase 3 milhões de ingressos. No Congresso reafirmamos que é una novidade na tradição da esquerda operária a nível internacional, já que é uma imprensa partidária que ao mesmo tempo oferece atualizações de notícias com o ponto de vista da esquerda e se propõe a "competir a agenda" com os grandes meios de comunicação capitalistas.

O que significa "Organizador Coletivo"? Significa que nos permita golpear com um só punho com a posição do PTS frente a determinados fatos da política nacional e internacional. Ou seja, não se trata de somar notas que respondem aos fatos nacionais e que refletem as intervenções parciais do PTS, senão de articular todo este caudal em campanhas políticas que permitam que as dezenas de milhares de leitores conheçam e compartilhem nossas posições políticas, as critiquem e se estabeleçam diálogos. Desde o Congresso anterior, militantes e simpatizantes do PTS veem desenvolvendo uma riquíssima experiência como correspondentes do diário e muitos o utilizaram para exercitar-se como "tribunas do povo" (Lenin), buscando relacionar a resposta aos problemas sociais e políticos com uma saída anticapitalista e na perspectiva do governo dos trabalhadores.

4 - A luta ideológica e a formação de novas forças militantes

Tudo o que temos desenvolvido requer fundamentos teóricos e ideológicos profundos. Com este fim impulsionamos a revista "Ideas de Izquierda", a publicação de livros do CEIP/IPS (Centro de Estudios, Investigaciones y Publicaciones "León Trotsky" / Instituto del Pensamiento Socialista), as notas de análises, teoria e debate no "La Izquierda Diário" e as cátedras marxistas na universidade. Os companheiros e companheiras docentes da Corrente 9 de Abril, junto com estudantes terciários (universitários de um curso pré-graduação) da Juventude do PTS, veem de editar a revista "Questionando a Educação por Esquerda".

Durante o verão se realizaram cursos de formação teórico político de distintos níveis e temas em cada regional do PTS.

Reafirmar que nos propomos construir um partido para "liberar aos escravos assalariados" como fim é um ponto de partida essencial para encarar a difícil tarefa de formar novas gerações de dirigentes e militante, algo que requer não somente uma intensa propaganda e luta ideológica, senão também uma relação estreita com companheiros e companheiras quadros mais experientes que "acompanhem" os novos militantes e ajudem a superar todas as dificuldades que se apresentam.

Se conseguirmos combinar os distintos níveis que estamos nos propondo, acreditamos que o PTS deve multiplicar sua militância partidária durante este ano, por isso resolvemos que todos os núcleos partidários elaborem e sistematizem o convencimento e a organização de novos companheiros e companheiras.

Tradução: Cristina Tristan

 
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