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XVI CONGRESSO DO PTS (PARTIDO DOS TRABALHADORES SOCIALISTAS)
Luta operária, luta política e tarefas dos revolucionários
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Compartilhamos partes de uma das intervenções de Emilio Albamonte no Congresso do PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas) sobre a luta sindical e a luta política.

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A separação entre luta operária - sindical ou não - e luta política é o meio que tem a burguesia para dominar o movimento operário. O que a burguesia poderia querer mais do que os trabalhadores lutando somente por salário e que como cidadãos votem em um candidato burguês e não construam um partido da classe que una ambas as coisas! Por isso o sindicalismo, como corrente, pode ser progressivo em alguns momentos, mas não pode ser do ponto de vista dos interesses históricos da classe trabalhadora.

Claro que não nos negamos à luta sindical, mas todo comunista tem que saber que a luta pela divisão da renda nacional é uma luta burguesa. Não é que esta luta não seja importante, mas não libera ao povo trabalhador da escravidão. O historiador argentino trotskista Milcíades Peña dizia que 50% da renda nacional foi tudo que os trabalhadores conseguiram obter durante os 10 anos dos primeiros dois governos do General Domingo Perón na Argentina, que tinha bate-pau e burocratas sindicais para conseguir a separação do sindical e do político. Durante estes anos houveram muitas lutas operárias, mas o peronismo usava esses burocratas para contê-las e derrotá-las.

Por que a burguesia arrebentou com as conquistas da classe trabalhadora, mas não acabou com os sindicatos? Por um lado, pela mesma resistência operária, mas por outro lado porque o regime burguês busca um interlocutor para negociar e dar o que permite a relação de forças.

Na Argentina, por exemplo, os burocratas sindicais da CGT (Confederação Geral do Trabalho), em troca do dinheiro para os planos de saúde, fizeram um esforço enorme para não chamar a nenhuma paralisação geral durante 16 meses. Mas de onde saem as burocracias sindicais? Entre outras coisas, das tendências sindicalistas do proletariado. Por isso, ou o proletariado supera as tendências sindicalistas ou sempre haverá burocracia sindical. Partindo de um programa meramente sindicalista não é possível combatê-la.

O centrismo incorpora muita das coisas dos sindicalistas. Por exemplo, quando diz "este é o momento da luta". Mas não há um momento para a luta e outro para a construção de um Partido Operário. O momento da luta também é o momento para levantar um programa que leve a construir um Partido Operário. Não se pode separar a luta política da luta operária direta contra os patrões. Isso é o mais favorável aos patrões e a seus políticos. Este é um problema muito importante pois as correntes centristas também estão submetidas à pressão do regime burguês e da burocracia sindical. Quando as massas avançam por esquerda tendem a falar da revolução e quando as massas estão passivas, tendem a colocar os mesmos argumentos dos sindicalistas e da burocracia sindical.

Na Argentina, Agustín Tosco foi um grande dirigente sindical e referente do movimento operário na década dos 60 e 70. Era combativo e democrático. Foi preso e torturado, mas não levantava uma política que combatia o regime burguês. Por exemplo, se opôs a uma política de candidaturas operárias e terminou chamando voto no peronismo em Córdoba, se subordinando à política do Partido Comunista. Se não rompemos com esta ideologia sindicalista, levamos os operários a atuar dentro do regime.

O verdadeiro classismo culmina com a luta por um governo de trabalhadores e não como os sindicalistas comuns que - mesmo não sendo burocratas e por mais combativos que sejam - se abstêm da política e depois votam ou chamam a votar no "mal menor" entre os partidos dos exploradores.

O PTS intervêm na luta de classes, em cada conflito que assumem os explorados, mas só isso não é suficiente: é preciso destruir as forças da burguesia politicamente. Se não combatemos politicamente esta ideologia no movimento operário, como vamos conseguir a hegemonia sobre os aliados da classe operária? Como vamos criar as condições de ruptura com o capitalismo para que possamos conquistar o poder e instaurar um governo de trabalhadores e avançar no caminho da liquidação da escravidão assalariada? Um partido que não sabe lutar politicamente é um partido incompleto, mesmo que sejamos muito bons na luta nas fábricas contra a burocracia. Por isso, temos que mostrar permanentemente a unidade entre luta econômica e política. Sem luta política é impossível avançar em construir uma hegemonia na classe trabalhadora. Temos que explicar a todos os trabalhadores que participamos em todas as lutas dos trabalhadores, mas que fazemos isso em uma perspectiva comunista.

Hoje a campanha para que os capitalistas paguem pela crise e a campanha pelo não pagamento da dívida pública (ou a campanha pela redução das horas de trabalho e pela jornada de 6 horas na Argentina) servem para começar a colocar um método que combata pelo comunismo, que é a liquidação acabar com a exploração do trabalho humano, unindo e aproveitando as forças produtivas dos países centrais. Por isso a Teoria da Revolução Permanente de León Trotsky coloca que a revolução pode começar em um país atrasado, seguindo no plano internacional e só culmina a nível mundial. Ou seja, quando países como Estados Unidos, França e Alemanha planifiquem sua força produtiva de conjunto, o trabalho como escravidão perecerá dando lugar a criatividade humana.

Tradução e adaptação: Cristina Tristan

 
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