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RELATORES DELATADOS
Relatores dos principais projetos de ataques aos trabalhadores estão na lista de Fachin
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT
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Nos últimos dias, em toda mídia oficial, só se fala na enorme lista de Fachin, que envolve 108 políticos e autoridades acusados de fazer caixa 2 e receber propina de grandes empresas para financiar suas campanhas e seguir garantindo os lucros capitalistas. Entre os acusados estão 9 ministros de Temer, 24 senadores, 42 deputados, 3 governadores e um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).

Seria trágico se não fosse cômico, enquanto Temer vem à público dizer que “só a Reforma da Previdência pode tirar o país da lama”, os políticos que compõem o governo golpista estão entre os maiores corruptos de todo o país. Não precisamos ir longe para argumentar que a “salvação” adotada pelo governo servirá para atacar os trabalhadores e perpetuar os poderes de toda a casta política.

Entre os políticos citados na famosa lista, estão Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Vicente Cândido (PT-SP) e Arthur Maia (PPS-BA), que são respectivamente os relatores das “medidas anticorrupção”, da Reforma Política e da Reforma da Previdência. Ou seja, são parlamentares que estão na linha de frente dos ataques às nossas condições de vida.

O deputado Onyx Lorenzoni recebeu R$175 mil de caixa 2 da Odebrecht, para sua campanha em 2006, em nome de Alenxandrino Alencar, ex diretor da empresa. Alencar não poupou elogios a Lorenzoni, que em uma conversa por telefone declarou “Estamos percebendo o seu desempenho, a sua conduta, e nós gostaríamos de termos aí como um parceiro futuro nas suas atividades como deputado federal”. O desempenho e a conduta do deputado estão ligados à retirada de 5 pontos das medidas, propostas por ele mesmo, para combater a corrupção, claro que as medidas nunca tiveram de fato a intenção de combater os corruptos, até mesmo porque foram feitas por parlamentares que foram beneficiados por todo o corrupto esquema político nacional.

Vicente Cândido, deputado pelo PT de São Paulo, é o relator da Reforma Política, que vetará a esquerda e os trabalhadores das eleições nacionais. Sua reforma prevê a Cláusula de Barreiras, que cerceará os partidos que não tiverem 5% de votos em mais de 14 estados brasileiros, portanto, esses partidos não terão tempo de TV e fundo partidário. Além disso, o deputado defende voto por lista, ou seja, os eleitores votarão na legenda e não no candidato, as legendas mais votadas escolherão os políticos que assumirão os cargos, de acordo com uma lista partidária. Por fim, a reforma prevê voto distrital, ou seja, o Brasil tem 512 distritos e cada um deles elegerá apenas um deputado. O mesmo relator da reforma que calará a esquerda eleitoralmente, recebeu R$50 mil de propina.

Por fim Arthur Maia, presenteado com R$200 mil em propina, é o relator da odiada Reforma da Previdência, que prevê o aumento do tempo de trabalho para 49 anos corridos para que possamos nos aposentar, impondo que trabalhemos até morrer para seguir garantindo os lucros dos grandes empresários.

Aqui citamos apenas três nomes entre a infinidade de políticos da ordem que seguem se enriquecendo às custas de nosso trabalho. Enquanto os poderosos nos roubam, querem aprovar as reformas que atacarão ainda mais nossas condições de vida. Frente a isso, nossa indignação deve se transformar em combate. Não podemos permitir os ataques históricos que o governo tenta implementar, para combatê-los precisamos romper com qualquer ilusão sobre essa democracia que beneficia um setor ultraminoritário da sociedade.

No dia 28, uma greve geral está sendo convocada, precisamos nos colocar em marcha e desde já nos organizar em cada local de trabalho e estudo para tomar a luta contra os ataques em nossas mãos. A crise não foi criada pelos trabalhadores, e, a cada lista de delação cheia de nomes de políticos, fica ainda mais claro que são os capitalistas que devem pagar pela crise.

 
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