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CULTURA
Entrevista com a Coletiva Luana Barbosa
Fábio Nunes
Vale do Paraíba

Lançamento do documentário Eu sou a próxima.

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Coletiva Luana Barbosa - Nasceu de um Grupo de Trabalho (GT das Pretas) da Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais de São Paulo em 2016.

Também em Abril de 2016 Luana Barbosa dos Reis (negra, lésbica, periférica e mãe) foi assassinada pela Polícia Militar nos deixando muito chocadas e sentidas. Após o acontecimento da caminhada decidimos formar uma coletiva por termos afinidades e semelhanças nas nossas vivências. Temos em comum a garra e a vontade de lutar, durante o processo de construção da caminhada realizamos atividades que aconteciam simultaneamente as ações promovidas pelo organizativo. Para que a Luana nunca seja esquecida demos o nome dela a Coletiva.

Somos em nove mulheres, 8 lésbicas e 1 bissexual. Todas negras e/ou indígenas. Todas periféricas e duas mães. A coletiva realiza rodas de conversas temáticas sobre os mais diversos assuntos, tais como: relacionamento abusivo, violência contra a mulher, redução de danos, solidão da mulher negra, saúde da mulher LB, etc. O assunto se dá de acordo com a necessidade e demanda que vai surgindo.

Produzimos uma festa chamada Sarrada no Brejo, que inicialmente foi uma proposta pensada para a caminhada. Atualmente a festa acontece apenas na grande São Paulo mas devido ao grande número de manas que se deslocam do interior, de outros estados e também pelos pedidos recebidos em nossa página, estamos sondando possibilidades de produzirmos a festa em outros estados, algumas negociações já estão sendo feitas para essa demanda. O ponto alto do nosso evento é a creche Brejinho do Pijama, essa ação proporciona as mamães que frequentam a festa a oportunidade de experienciar uma noite tranquila e feliz pois sabem que seus girininhos (como chamamos os bebês) estarão seguros, a creche funciona das 21 as 6 da manhã nas proximidades da festa ou próxima à alguma estação de metrô. Nos preocupamos em ter o olhar e a sensibilidade de tornar a Sarrada no Brejo um local seguro, livre de preconceitos, um espaço de empoderamento, resistência e visibilidade LB preta e periférica. Toda quantia arrecadada na festa é para viabilizarmos a ajuda financeira às mulheres que nos procuram diariamente pedindo algum tipo de ajuda, além de nos respaldar também porque estamos praticamente todas desempregadas. A festa acontece mensalmente e por enquanto é a única exclusiva para mulheres. Destinada para o público Lésbico e Bissexual, mas todas as mulheres são bem-vindas.

Fabio Nunes - Vocês acabaram de lançar o documentário “Eu Sou a Pŕoxima”. Comentem.

Coletiva Luana Barbosa - O documentário surgiu com a ideia de gritar por justiça. Em abril faz um ano que Luana foi assassinada por dois policiais militares. Pensamos muito no que faríamos em relação a data, há uma preocupação em respeitar o luto da família e dos amigos mas há também a necessidade de se fazer lembrar. Decidimos então gravar vídeos com depoimentos de mortes motivadas por lesbofobia. Durante as gravações surgiu a ideia de transformarmos o material captado em um documentário, queríamos de alguma forma criar um evento para compartilharmos todas essas historias e por consequência chamar a atenção das pessoas para essas mortes e principalmente para relembrar a impunidade em relação ao assassinato de Luana. No documentário cada uma das nove mulheres da coletiva conta um caso de morte como se fosse a própria vitima. Paralelo a isso, informamos a falta de cuidado e de politicas públicas que existe para lésbicas, nós morremos por irresponsabilidade do estado.

 
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