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RÚSSIA
Massivos protestos e mais de 700 detidos na Rússia
La Izquierda Diario

No domingo pela tarde realizaram-se numerosos protestos “anti-corrupção” convocados pelo líder opositor Alexéi Navalny. Houve centenas de detidos. Estados Unidos e União Europeia exigem a Putin sua libertação.

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Dezenas de milhares de russos, em sua maioria jovens, participaram no domingo da jornada nacional de protestos contra a corrupção convocada por Alexéi Navalny, aspirante à Presidência, com passeatas e manifestações em todo o país, que em Moscou resultou com mais de 700 detidos.

Navalny, que está em liberdade provisória por uma condenação por estelionato, converteu-se no principal crítico de Vladimir Putin, e também foi detido durante as manifestações.

A jornada nacional de protestos foi convocada sob o lema “Dimón (diminutivo depreciativo de Dmitri) pagará”, que faz alusão ao primeiro ministro russo, Dmitri Medvédev, a quem o líder opositor acusa de ser o homem mais corrupto da Rússia. Cidades como São Petesburgo, Novosibirsk, na Sibéria e Vladivostok foram tomadas por manifestantes, em que pese não contar com as permissões oficiais.

O líder opositor fez esta denúncia no início do mês em um vídeo publicado no Youtube, resultado de uma investigação de vários meses, que já foi visto mais de dez milhões de vezes.

Navalny é o líder opositor a Putin de maior promoção nos últimos anos. Suas denúncias contra a corrupção e as arbitrariedades do governo russo se combinam com uma retórica liberal e alianças políticas com grupos de direita xenófoba. Isto não o impede de manter outros pactos com movimentos mais liberais e próximos à União Europeia ou os Estados Unidos. Justamente, Navalny é visto pelos governos das principais potências como o candidato ideal para confrontar a autoridade de Putin, não é casual que tenha recebido uma beca da Yale World Fellows Program da prestigiosa universidade, cujo objetivo explícito é “criar uma rede global de líderes emergentes e facilitar a compreensão internacional”.

No vídeo, de 59 minutos, como o título de “Ele para vocês não é Dimón”, afirma-se que o primeiro ministro tem acumulado um império com ações que rondam os 70 bilhões de rublos (cerca de 1,2 bilhão de dólares) em dinheiro e propriedades.

Por sua parte, o Kremlin defendeu a atuação da polícia russa na hora de dispersar os manifestantes opositores. “As forças da ordem atuaram de maneira absolutamente correta, altamente profissional e de acordo com a lei”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, à imprensa local.

Peskov lembrou que o protesto em Moscou, em que foram detidas centenas de pessoas, não estava autorizado e que os manifestantes se concentraram no centro da cidade, o que criou obstáculos ao tráfego e ameaçou “a segurança de uma grande quantidade de transeuntes”.

Peskov sugeriu que os opositores teriam pagado dinheiro aos jovens para que participassem da manifestação contra a corrupção.

Desaprovação internacional

O governo dos Estados Unidos e a União Europeia desaprovaram a detenção de “centenas de manifestantes pacíficos”, entre eles o líder Navalny.

"Estados Unidos condenam contundentemente a detenção de centenas de manifestantes pacíficos na Rússia nesse domingo”, afirmou nesta segunda o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, em um comunicado divulgado por meios estadunidenses.

A União Europeia, por sua vez, também reivindicou a libertação “sem demora” dos manifestantes “pacíficos” que foram detidos no protesto. “Fazemos um chamado às autoridades russas a cumprirem seus compromissos internacionais, incluídos os do Conselho da Europa e a OSCE, fazer valer esses valores, e libertar sem demora os manifestantes pacíficos detidos”, afirmou em um comunicado a chefe da diplomacia comunitária, Federica Mogherini.

A UE critica que a polícia russa, “na intenção de dispersar os manifestantes e com a detenção de centenas de cidadãos, incluindo o líder opositor, tenha impedido o exercício da liberdade básica de expressão, associação e assembleia pacífica, que são direitos fundamentais da Constituição russa”.

As críticas da UE e do Departamento de Estado estadunidense à repressão contra os manifestantes na Rússia, respondem aos interesses das principais potências por deslegitimar o governo russo, que no último período tem tomado uma relevância geopolítica especialmente no conflito na Síria.

Estas críticas à ação policial repressiva na Rússia não podem ser mais cínicas. Tomam as repudiáveis medidas autoritárias do governo russo para atacá-lo, enquanto ocultam que nos últimos anos, sob o discurso da luta contra “o terrorismo”, nos principais países europeus e nos Estados Unidos tem crescido a repressão e as medidas cada vez mais autoritárias e antidemocráticas.

Tradução: Fabrício Emmerich

 
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