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BANCÁRIOS
Traição pros trabalhadores são os freios que a CUT segue impondo às lutas
Thais Oyola - bancária e delegada sindical da Caixa

Resposta à Folha Bancária de 23-27 de março que tem como destaque matéria em que diz “Deputados traem trabalhadores e aprovam terceirização”.

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Pra começar, é preciso lembrar que só existe traição se em algum momento existiu confiança. E aí nos perguntamos, como é que a CUT ainda “confiava” de que os deputados golpistas poderiam votar pensando nos trabalhadores? Se há quase 1 ano atrás começaram o processo de golpe institucional para acelerar e aprofundar os ataques aos trabalhadores que o PT já estava implementando?

Não sejamos ingênuos. Todo mundo sabe que a CUT e seus dirigentes não nasceram ontem para acreditar na palavra da direita golpista. Essa lógica de pensamento só escancara que a única maneira que a CUT tem “tentado” combater o golpe e os ataques à aposentadoria e aos direitos trabalhistas, tem sido em base às negociatas de cúpula com os golpistas (votando neles no Congresso, inclusive!).

Ou seja, a CUT confia mais nos acordões com os golpistas do que na força de mobilização dos trabalhadores.

E porque será? Porque será que as burocracias sindicais de CUT e CTB seguem tendo mais medo da luta de classes do que dos ataques do governo golpista?

No fundo eles sabem que, se os trabalhadores como classe se levantarem, não vão se contentar com uma saída eleitoral de “Lula 2018”, que só promete mais conciliação com os mesmos que querem até a última gota de sangue e suor dos trabalhadores.

Dos deputados golpistas, não é novidade a posição anti-trabalhadores, e ninguém confiava que partisse deles qualquer disposição em nosso favor. Por outro lado, os trabalhadores deveriam poder confiar em seus próprios sindicatos, mas as burocracias sindicais tem minado essa confiança a cada ano, em cada greve e/ou campanha salarial. Além do mais, como confiar que a CUT vai lutar contra a terceirização se ela própria, em seus sindicatos, terceiriza os serviços da limpeza, contribuindo para precarizar a vida de mulheres trabalhadoras?

Se há uma traição em curso aqui é a que parte das direções da CUT e da CTB, que ano após ano tem atuado pra frear as respostas contundentes que em cada greve os trabalhadores poderiam dar, nos desarmando pra momentos decisivos como o que está colocado.

A organização dos trabalhadores não pode ser moeda de troca em mesa de negociata, tem que ser a mais pura realidade se a gente quiser derrotar Temer e sua sanha de acabar com os nossos direitos.

Se as direções de CUT e CTB estão de fato, do lado dos trabalhadores, então parem com a encenação e as conversas de camarilha e coloquem a estrutura dos sindicatos que dirigem (que são das categorias mais estratégicas do país) a serviço de organizar uma luta de verdade, não desde as cúpulas e salas fechadas, mas desde onde os trabalhadores de fato estão!

 
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