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ENTREVISTA
"Podemos ser uma ferramenta para sintetizar o espírito da sociedade": entrevista com Ananda Nahú, grafiteira
Gabriela Farrabrás
São Paulo | @gabriela_eagle

Como parte da campanha em defesa da arte de rua impulsionada pela juventude Faísca e pelo Esquerda Diário estamos publicando uma série de entrevistas com artistas de rua para darmos voz a esses que sofrem agora mais uma forte repressão pela política Cidade Linda de Joao Dória. Hoje a entrevistada é a grafiteira Ananda Nahú, famosa por seus retratos imensos de jovens negros e suas cores fortes.

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Gabriela - nos conte um pouco como começou seu envolvimento com o grafite e sobre o seu trabalho

Ananda - Fiz faculdade de design e arte plasticas na UFBA em Salvador, e nesta época comecei a estudar mais profundamente técnicas de gravuras como litogravura, xilogravura, gravura em metal, serigrafia, e logo comecei a desenvolver o stencil. Comecei a fazer graffiti justamente por influência do stencil, e nunca mais parei.

G - Por que fazer arte?

A - nasci gostando de cor, de desenhar e de pintar, foi uma escolha natural seguir esse caminho. Depois aprendi que trabalhando nesta área mais profundamente podemos ser uma ferramenta para sintetizar o espírito da sociedade, de uma época, de uma cultura, de um movimento, e isso é bastante desafiador.

G - O que é ser uma mulher grafiteira?

A - desafiador e gratificante ao mesmo tempo. A mulher tem que se esforçar ao máximo para provar seu valor, existe um machismo velado, temos que ser duronas para encarar.

G - O que você vem achando da repressão por parte de Dória que vem prendendo pixadores e grafiteiros, querendo enquadra-los por formação de quadrilha, afirmando que pixo e grafite não são arte e que se são arte deveriam estar então em galerias?

A - Um político de mente velha e atrasada, que tem a barra tão suja que não merece governar uma cidade tão moderna como São Paulo. Porém estamos vivendo momentos obscuros na história do país, e também do mundo, onde a lógica e lucidez estão em extinção, estamos retrocedendo absurdamente e essa atitude de apagar arte de rua só é mais um dos tristes exemplos deste retrocesso.

 
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