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CONGRESSO CSP-CONLUTAS
Entrevista com ativistas haitianos
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Da redação.

Durante o II Congresso da Conlutas a equipe do Esquerda Diário entrevistou Fedo Bacourt, imigrante haitiano, que está no Brasil lutando pelos direitos do povo haitiano, e a companheira Rilliene Richard, também haitiana. Leia abaixo as declarações dos dois militantes pelos direitos do povo haitiano.

Você poderia nos contar um pouco de sua trajetória, e de sua luta dos imigrantes haitianos no Brasil?

Fedo - Eu moro no Brasil há 1 ano e 8 meses. Morei na Republica Dominicana, e cheguei aqui em 25 de setembro de 2013. Desde esse dia vivo em São Paulo. Minha situação eu posso dizer que não é a pior, mas vivendo com os outros haitianos que estão chegando há que dizer que têm muitos que estão passando muita necessidade. Principalmente as pessoas que chegam pela Missão Paz, que quando chegam não tem onde dormir, não tem água, estão numa situação muito ruim. Chegam sem dinheiro, sem nenhuma condição. Por isso nós criamos essa associação que é a União Social dos Haitianos, e estamos buscando trabalho digno para ver como podemos mudar a situação dos haitianos que chegam ao Brasil.

Qual é a situação dos haitianos que ainda estão no Haiti e vivem sob a ocupação da Minustah?

Fedo - A ocupação do Haiti não começou com a Minustah. O Haiti foi o primeiro país a ficar livre da escravidão. Lá no Haiti chamamos as pessoas que fizeram a ocupação de “colon”. Para nós os colon são os colonizadores que vieram da França, Espanha, entende? O Haiti até hoje paga um preço que não deveria pagar. Sua libertação foi legítima. Mas esses países fizeram o Haiti pagar um preço pela sua libertação. Não querem que os haitianos vivam bem. Em 1915 os Estados Unidos ocuparam o Haiti, e depois disso em 1994 novamente os americanos chegaram pela via de Jean Bertrand Aristide, e com o USA Navy, e desde então o Haiti está ocupado. Com a guerra do Iraque os Estados Unidos tiraram suas tropas do Haiti, e colocaram as forças da ONU no lugar, com o Brasil à frente. O Brasil é um fantoche dos Estados Unidos e da França, que querem impedir o Haiti de ser um país soberano de verdade.

Qual é a situação das mulheres no Haiti?

Rillienne - É muito difícil a situação das mulheres haitianas no Brasil. E há muita violência contra a mulher aqui. Elas não conseguem ter acesso à saúde, trabalho. Mas aqui estamos nos organizando para conseguir nossos direitos. Quando fomos convidadas à vir para esse Congresso, elas não puderam vir, pois não tem condições de saírem. Estamos lutando para ver se podemos ajudá-las a ter uma vida melhor. Por isso viemos a Conlutas e estamos junto com a União Social dos Haitianos.

Como o governo brasileiro recebe os imigrantes haitianos atualmente?

Fedo - As pessoas que chegam ao Brasil legalmente são mais bem recebidas. Mas aqueles que chegam pelo Acre, para entrar no país, são mal tratados. Passam fome, estão na miséria, e tarda muito para os documentos saiam. E sem eles não se pode trabalhar. Há poucos que estão trabalhando. A maioria fica na rua, sem condições, comida, nada eu posso dizer. Por isso na União Social dos Haitianos estamos defendendo os direitos de todos os imigrantes, não apenas dos que vem de nosso país. Queremos que o governo brasileiro crie uma legislação imigratória que garanta um bom atendimento aos imigrantes, que tenham direitos, que consigam se legalizar, tendo acesso à saúde, educação e trabalho.

 
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