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CONTAGEM REGRESSIVA 8 DE MARÇO
A brava luta das trabalhadoras têxteis na Argentina
Larissa Ribeiro
Metroviária de SP e e militante do Mov. Nossa Classe e Pão e Rosas

No especial Contagem Regressiva para o 8 de Março, contamos a história das trabalhadoras têxteis que seguem determinadas em lutar pelos seus postos de trabalho na Argentina.

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No dia 1 de Fevereiro, as 36 trabalhadoras da empresa Neuquén Textil (Argentina) encontraram a fábrica vazia. O patrão havia retirado as máquinas da planta na calada da noite, em meio as férias. Máquinas que a patronal nunca pagou ao Estado Provincial de Neuquén, ou seja, além de deixarem 36 famílias sem sustento, ainda roubam dinheiro da própria população local, deixando uma dívida de 13 milhões de pesos com o governo.

Apenas dias depois receberam o telegrama informando as demissões. Essas trabalhadoras decidiram ocupar a fábrica para que não fosse retirado da planta o restante das máquinas. Exigem seus empregos de volta. Desde então não param de chegar mostras de solidariedade de sindicatos, centros acadêmicos, deputados, artistas, a comunidade mapuche, além da solidariedade via redes sociais e até buzinas de carros que passam em frente à fábrica. Além disso, estão recebendo doações de alimentos e outros suprimentos básicos da população.

Antigas guerreiras

Não é a primeira batalha que essas bravas trabalhadoras travam contra a família Huerta, dona da Neuquén Textil. Lutaram contra a demissão de Norma Brizuela em 2012, primeira delegada de base eleita para representá-las. Norma foi demitida em uma clara perseguição política pois lutava pelos direitos de suas companheiras de trabalho. As trabalhadoras têxteis mostraram sua valentia enfrentando por mais de dois meses a patronal e o Ministério do Trabalho. Contaram com a ajuda dos deputados da FIT (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores) Alejandro López e Raúl Godoy. O Tribunal Superior do Trabalho, em Setembro do ano passado, foi a favor da readmissão de Norma, mas ainda não foi efetivado devido às manobras jurídicas da patronal.

E seguem resistindo

As trabalhadoras cortam ruas por horas para fazer visível a toda a população o duro conflito que enfrentam. Não permitiram que a empresa de energia elétrica retirasse os medidores da fábrica. Marcharam junto a apoiadores até a Subsecretaria do Trabalho. O que querem é que as máquinas sejam devolvidas e que a justiça intervenha e busque onde estão. Máquinas que pertenceram a elas durante 11 anos e que fabricaram as roupas para o próprio governo de Neuquén.

A luta das trabalhadoras têxteis de Neuquén é um exemplo para todas as mulheres. Não se calaram diante de uma patronal que quer retirar os meios que possuem para sustentar suas famílias. Com as mesmas mãos que costuraram durante anos e deram altos lucros para o patrão, agora se transformaram em punhos cerrados e unidos para exigirem os seus direitos.

Daqui do Brasil, nós do Pão e Rosas gritamos a essas lutadoras: Sua luta é nossa luta! Todo o apoio à luta da Neuquén Textil!

 
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