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STF
Veja os nomes cotados para a vaga de Teori no STF
Matheus Correia

Depois da morte de Teori Zavascki no acidente de avião em Paraty (RJ), surgem nomes para quem assumirá o cargo no STF. Deixando explicitas os jogos políticos por trás das escolhas e já sinalizando os ataques que podem surgir.

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No dia de ontem (25) uma comitiva chegou ao Palácio do Planalto para entregar um manifesto de defensores do golpe apontando seus candidatos ao posto no STF. São por volta de 15 nomes cotados para o cargo, que deverá ser indicado por Temer. Entre os candidatos, Temer já sinalizou que irá esperar a Lava-Jato mudar de relator para que o novato no cargo do STF não assuma a relatoria.

Segundo o próprio Temer, é para não gerar a impressão de que o presidente estaria influenciando na Lava-Jato. Contudo, parece mais uma indicação de que deixe a lava-jato agir como está indo, com suaas ligações com o PSDB e deixando vários políticos impunes.

Entre os 15 nomes mais cotados para a vaga, três merecessem destaque especial, pela força com que aparacessem na mídia já associados ao cargo e à proximidade com Temer. O primeiro deles é o advogado Heleno Torres, talvez já considerado carta fora do baralho, um vez que teve uma atuação contra o golpe institucional de Temer. Contudo, nos últimos dias vem colocando vários elogios a Temer em declarações públicas, sinalizando uma maior aproximação ao governo golpista. A escolha de Heleno Torres pelo presidente poderia vir no sentido de indicar uma “neutralidade político/partidária” quanto ao cargo.

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes também figura com força para o cargo. Antes secretário de segurança do governo Alckmin em São Paulo, Alexandre de Moras foi peça chave na repressão dos secundaristas nas ocupações contra o fechamento de escolas, e na repressão à outras mobilizações como os atos contra aumento da passagem, a CPI das merendas entre outras. Um candidato perfeito para o governo golpista, que já o indicou para o papel de ministro devido à sua atuação enquanto secretário de segurança, e que poderia cumprir um papel de repressão agora no STF. Entre os motivos que poderiam evitar que Alexandre de Moraes ocupasse o cargo seria sua íntima ligação com o PSDB, o que acabar comprometendo uma postura “neutra” que Temer tenta buscar.

Outro candidato para o cargo seria o presidente do Tribunal Superior de Trabalho, Ives Gandra Filho. Depois da suposta indicação para o cargo no STF, veio à tona um artigo em que o presidente do tribunal superior de trabalho destila posições reacionárias. Nesse artigo, Gandra Filho defende que a mulher seja submissa ao marido, compara a união homoafetiva ao casamento de humanos com animais e critica a possibilidade de os casais se divorciarem. Contudo, esse seria o candidato mais forte ao cargo do STF, uma vez que assim como Temer, Gandra Filho defende mudanças nas leis trabalhistas, que seriam muito custosas no Brasil, e prejudicariam o empresário.

Entre os nomes citados por auxiliares palacianos, políticos e juristas como candidatos à vaga de Teori estão o de três mulheres e 12 homens. As mulheres mais cotadas na bolsa de apostas são a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Isabel Gallotti, filha do ex-presidente do STF Luiz Octavio Pires e Albuquerque Gallotti; a atual advogada-Geral da União, Grace Mendonça; e Flávia Piovesan, secretária nacional dos Direitos Humanos. As três são citadas no Palácio do Planalto por serem técnicas e pelo notório saber jurídico.

Entre os homens, destaca-se Luís Felipe Salomão, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), considerado o nome mais forte do tribunal para a vaga de Teori. Também do STJ, são apontados como candidatos Rogério Schietti, e os ministros João Otávio Noronha, Ricardo Villas Cueva, Humberto Martins e Mauro Campbell. Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União, é afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e conta apoio dos caciques do PMDB do Senado. Ainda é citado o promotor Luiz Antonio Marrey, de São Paulo.

Se aguarda ansiosamente o nome da pessoa que assumirá a vaga de Teori Zavascki, uma vez que poderá ter impactos diretos na Lava-Jato e com certeza o terá nos próximos capítulos do drama político brasileiro. Contudo, independente do nome sabemos que o STF e a Lava-Jato não podem representar uma saída progressista para a crise atual, a alternativa se encontra nos trabalhadores e estudantes que hoje se levantam contra os ataques.

 
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