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ENTREVISTA
“Rompendo com as barreiras de classes sociais”: entrevista com Lais, grafiteira de SP
Gabriela Farrabrás
São Paulo | @gabriela_eagle

Entrevistamos Lais Lenne, grafiteira de SP, conhecida nas ruas como Las, sobre essa arte periférica, que é o grafite, ser mulher, e a política Cidade Linda, do prefeito João Doria.

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O Esquerda Diário se colocou em defesa da arte periférica, que é o grafite e o pixo, e contra a política de Cidade Linda do novo prefeito de São Paulo, João Dória. O grafite e o pixo, que sempre foram arte de resistência sofrem agora mais um ataque, criminalizando os pixadores e grafiteiros e pintando de cinza murais paulistas mundialmente conhecidos como o da 23 de Maio. Mas o pixo e o grafite sempre resistiram contra a ordem dos poderosos e irão resistir mais uma vez.

Para falar sobre essa política higienista de Dória, o que é o grafite e o que é ser uma mulher grafiteira, entrevistamos a artista Laís Lenne, que desde os 18 anos grafita por São Paulo, buscando ser parte da cidade e ocupando espaços como mulher.

Gabriela - Quando você se envolveu com o grafite?

Lais – Na verdade foi o grafite que me envolveu, eu comecei a gostar quando tinha uns 14 anos e depois com 18 pra 19 eu comecei a me manifestar.

G – Por que fazer grafite, fazer arte?

L – Não tive um porquê de começar a pintar, é uma vontade natural de querer e de precisar fazer parte da cidade. Arte é uma parada muito subjetiva. Eu acredito que toda forma de expressão é arte, então não tem como rotular, você somente sente e por expressar esse sentimento já é real.

G – Ser mulher já é um obstáculo a mais em diversos espaços. Como é ser uma mulher grafiteira?

L - Ser mulher grafiteira é ser mulher como em qualquer outra área. Somos sempre subestimadas e sempre tem alguém pra te dizer que você só chegou onde está por ser bonita, “gostosa”, coisas do tipo. É difícil de alguns homens acreditarem que nós mulheres podemos sim ocupar outros espaços.

G – Como você encara as declarações do novo prefeito de São Paulo de que pixo e grafite não são arte?

L - Sobre as declarações do novo prefeito: não é a primeira vez que sofremos com esse tipo de censura e acredito que quem gosta mesmo de pintar continuará pintando, apesar da represália que com certeza cairá matando. Além do mais grafite é uma arte efêmera e a essência está exatamente nisso, de não ter distinções, qualquer lugar é lugar, tendo espaço, vontade e principalmente a intenção de levar a arte de rua para rua, rompendo com as barreiras de classes sociais e mostrando que a arte é acessível a todos.

 
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