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GRÉCIA
Greve geral na Grécia contra nova reforma trabalhista
IzquierdaDiario.es - Estado Espanhol

Nesta quinta (08) ocorreu a terceira greve geral do ano na Grécia, contra a reforma que exige a Troika. É a quinta greve geral desde que Syriza chegou ao governo.

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A luta foi muito forte no transporte público, com uma paralisação total do metrô e das ligações ferroviárias com o aeroporto Eleftherios Venizelos durante todo o dia. Os hospitais ofereceram somente serviços mínimos e os navios seguem ancorados nos portos, continuando uma greve do setor marítimo iniciada há vários dias. No setor privado o seguimento foi menor.

À convocatória, realizada pelos principais sindicatos do setor público e privado, se somaram também setores da esquerda, o sindicado do partido comunista PAME e associações de professores, de médicos e da segurança social, entre outros.

A greve ocorre ao mesmo tempo em que se debate no Parlamento os orçamentos gerais de 2017, que contemplam aumentos de impostos e cortes adicionais de um total de 3,3 milhões de euros.

Os credores europeus (a Comissão Europeia, o Mecanismo Europeu de Estabilidade e o Banco Central Europeu) exigem que a Grécia obtenha um superávit primário - antes de pagar serviço de dívida - de 3,5% do PIB também nos anos posteriores a 2018 quando termina, em teoria, o terceiro resgate. Este objetivo, segundo cálculos do FMI, requereria que a Grécia aprove medidas de corte e arrecadação adicional por um total de 4,5 milhões de euros. Por sua vez, exigem uma nova reforma trabalhista que flexibilize mais os empregos e que torne mais baratas as demissões.

O sindicato do setor público ADEDY criticou em um comunicado ao governo e aos credores por ter o único objetivo de conseguir "trabalho ainda mais barato" e o "aumento de benefícios ao capital".

Por sua parte, o sindicato do setor privado GSEE criticou às instituições credoras da Grécia por fazer exigências "não razoáveis" que se "dirigem diretamente contra a essência dos direitos trabalhistas".

Paradoxalmente, o partido do governo Syriza, também chamou a sair às ruas para protestar contra as exigências que estão fazendo os mercados, apesar de ser um protesto contra o seu próprio governo. O Ministro de Finanças, Euclides Tsakalotos, nega que seu governo possa dar um passo atrás em suas "linhas vermelhas" em matérias trabalhistas e negou cortes adicionais para além de 2018, o ano que termina o terceiro resgate. Porém como até agora o governo tem dito uma coisa e feito outra sempre ao contrário, os sindicatos estão prontos para convocar novas medidas de luta.

Yorgos Papaguikas, arquiteto de 30 anos, assegurou à Efe que se manifestava "contra a austeridade, contra a redução de direitos e de condições trabalhistas" e "contra a Troika, contra o governo e contra todos os que eliminam nossos direitos e destroçam nossa vida". "Meu futuro pessoal é instável, sem perspectiva, e será pior com as políticas que se aplicam", concluiu.

De sua parte, Tonia Katerini, presidenta da Associação Pan-helênica de Arquitetos, comentou a Efe: "Vivemos um período de ataque sem precedentes contra os direitos trabalhistas e o Estado de bem-estar". Katerie frisou que "a gente, a cada dia, se empobrece mais, e hoje já 50% da sociedade vive na pobreza".

"A esperança se perdeu, a maioria das pessoas acredita que não há alternativa", acrescentou Katerini, que, se pudesse, gostaria de dizer ao primeiro ministro Alexis Tsipras, que "relembre" que no referendo do ano passado o povo disse "não" às medidas de austeridade propostas pelos credores.

A greve desta quinta-feira, a 5ª sob o governo do Syriza, mostra que os trabalhadores gregos não estão dispostos a aceitar sem luta a liquidação de todas suas conquistas.

 
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