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CONTRA A CORRUPÇÃO?
FIRJAN em defesa da Lava Jato e do judiciário para acelerar a privatização do petróleo
Valéria Muller

Em anúncio publicado nesta sexta (02) a Federação de Indústrias do Rio de Janeiro declara apoio e solidariedade ao judiciário, contra as alterações nas medidas anticorrupção feitas pela Câmara. Sob véu da ética e da moralidade, os empresários escondem seu real interesse na Lava Jato: a privatização do petróleo nacional.

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A FIRJAN, que representa uma parte importante do empresariado carioca, saiu em defesa dos magistrados e procuradores brasileiros, contra as alterações da Câmara de Deputados nas medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público. Sua emocionada defesa do judiciário demarca um posicionamento importante, ditado pelos setores da indústria do petróleo, alimentícia e outros que a Federação representa.

No texto a FIRJAN saúda as "manifestações de indignação" perante a tentativa dos deputados de limitar o poder do Ministério Público. Embora não cite os atos convocados pela direita no próximo domingo (04), se utiliza da estética verde-amarela e do conteúdo deles, reivindicando o judiciário e principalmente Sérgio Moro como os guerreiros nacionais de combate à corrupção.

A Federação, defendendo seus interesses, dialoga com o legítimo repúdio da população às manobras dos parlamentares corruptos para salvar sua própria pele. O exemplo é sua proporcional paulistana (e bem mais poderosa), a FIESP, que teve uma importante atuação no golpe institucional, cumprindo um papel de legitimar junto à sociedade o impeachment, além de patrocinar setores golpistas. Poucos meses depois, com as medidas do governo Temer, é notável que quem vai pagar o pato não são os empresários, e sim a classe trabalhadora e o povo pobre.

É necessário entender os interesses dessa representação dos patrões ao enaltecer a atuação do judiciário. Para além de uma suposta defesa "da democracia, pela ética, pela transparência", há uma pressão privatizadora, com foco no petróleo, para a qual o discurso da corrupção tem servido bem. Tendo na figura de Moro um representante do imperialismo, que foi treinado pelo Departamento de Estado norte-americano e que tem relações com a gigante Shell, o apoio da FIRJAN busca legitimar a atuação do judiciário em todo o processo. Se Dilma e o PT avançaram na privatização do petróleo, Temer tem se esforçado bastante para ser ainda mais exemplar nisso, os empresários e seus amigos juízes querem ainda mais.

A Lava-Jato, muito longe de tornar a Justiça "a mesma para todos, do mais rico ao mais pobre", como diz no texto da FIRJAN, busca pressionar pela privatização da Petrobrás e de todo o petróleo do país. Logo nos primeiros meses após o golpe institucional, Temer já garantiu a entrega do pré-sal para o imperialismo, e as investigações e sucessivos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobrás derrubam as ações da empresa, fragilizando a estatal e tornando-a alvo fácil da privatização.

Esse anúncio aparentemente bem intencionado da FIRJAN demonstra disposição de se enfrentar publicamente com a toda a base aliada de Temer para garantir seus interesses. Além disso, faz coro com a pressão aos senadores, para que concedam ao judiciário a vitória na nova queda de braço entre os poderes que se abriu na última semana.

A atuação do judiciário, assim como o conjunto dos empresários representados na FIRJAN, na verdade, busca demonstrar a corrupção, que é um problema real de todo o sistema capitalista, mas não no sentido de combatê-la e sim de apresentar soluções capitalistas, como a privatização. Porém, a privatização não é uma medida de combate neste sentido. A privatização serve somente para que as grandes riquezas estejam nas mãos de poucos, aprofundando as desigualdades do sistema capitalista.

Para combater a corrupção na Petrobrás, pelo contrário, é necessário que ela seja 100% estatal e funcione sob administração democrática dos trabalhadores, de modo que o conjunto da sociedade brasileira possa ter controle sobre essa riqueza tão importante.

E para combater a corrupção de conjunto, dos políticos que querem se auto preservar aos privilegiados da toga que arbitram contra nossos direitos, é preciso apresentar uma saída independente dos trabalhadores contra esse jogo de cartas marcadas, por isso defendemos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Só colocando nas mãos dos trabalhadores a possibilidade de discutir e decidir sobre os rumos do país será possível dar uma resposta à crise favorecendo os interesses da nossa classe e não dos hipócritas engravatados de todo tipo.

 
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