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ANIVERSÁRIO ESQUERDA DIÁRIO
Grande ato em Barcelona para celebrar o primeiro aniversário do Esquerda Diário Espanhol
Arsen Sabaté
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Nesta quarta-feira se celebrava um importante ato no Casal del Pou de la Figuera em Barcelona para celebrar o primeiro aniversário do Esquerda Diário e o faziam em grande estilo.

A mesa estava formada por Santiago Lupe, diretor do ID, Marta Clar, da agrupação de mulheres Pão e Rosas e redatora das sessões de Gênero e Sexualidade e de Juventude e Philipe Alcoy, jornalista de Revolution Permanente (França). Junto a eles, trabalhadores das greves de resistência mais importantes dos últimos anos como TBM Metro, Movistar, Telefónica e Panrico, além dos porta-vozes do Sindicato Popular de Vendedores Ambulantes. Contamos também com a presença de jovens que explicaram a experiência de greve e mobilização estudantil que haviam protagonizado na própria quarta-feira. Assim como as mulheres do Pão e Rosas e da Xarxa anti-repressió de familiares de detingudes e as Kellys.

A representação do ato esteve a cargo de Joe Molina, trabalhador despedido de Panrico e redator da sessão Mundo Obrero do ID que, como bem explicou em primeiro lugar vem sendo um alto-falante de todos os conflitos e lutas que não aparecem nos meios de comunicação capitalistas. Em segundo lugar a participação ativa nestas lutar de todos os setores em um marco de trabalho que possa beneficiar as próprias lutas. Finalmente, Joe Molina abriu as páginas do diário a todos os setores e coletivos a se transformar em correspondentes de suas próprias lutas.

Marta Clar revelou como desde a agrupação de mulheres Pão e Rosas ”não só tratamos de mostrar o que ocorre com as mulheres do Estado Espanhol, assim como o que ocorre com as mulheres em todo o mundo. É portanto uma sessão que mostra um perfil internacionalista”. E remarcou o papel anti patriarcal e anticapitalista do período observado que “a sessão de gênero tem que refletir o avanço das lutas históricas, mas também as batalhas cotidianas que levam a cabo as mulheres, assim como os debates que se levam a cabo dentro do feminismo e do movimento de mulheres”. Nesse aspecto, Clar remarcou que este movimento é hoje um dos mais dinâmicos, expresso em diferentes resistências como por exemplo a luta contra a violência machista ou a questão do aborto no Estado Espanhol. “Se trata de refletir a realidade que afeta a metade da população mundial e especificamente as mulheres imigrantes, as trabalhadoras, jovens precárias e a população LGBT, sentenciava. Por outro lado, Clar explicou que a sessão de juventude, da qual também faz parte, surge a raiz do poder “refletir a realidade cada dia mais devastadora dos jovens. Tomar os problemas mais sociais como a repressão e a perseguição. Mas também problemas mais sensíveis como a questão da precariedade do trabalho ou a luta por educação pública”.

Aitzol Ruíz de Azúa, grevista e representante da Maré Azul de Movistar, explicou a grandes rasgos o que foi sua luta e as conquistas que conseguiram arrancar de sua luta contra uma das maiores multinacionais do Estado Espanhol. Colocando também o importante que tem sido o Esquerda Diário enquanto difusor de sua luta, já que “além de lutar contra esse gigante, temos todos os meios de comunicação comprados. Telefónica paga publicidade a imensa maioria dos programas de televisão e ninguém morde a mão que lhe dá de comer”, afirmava.

Em relação a telefónica, Asun manifestou que teve “o privilégio de acompanhar os companheiros de Movistar. Eles foram os que levaram o peso de uma luta exemplar” e destacava que durante a greve, Pão e Rosas fez um vídeo que “refletia a luta das trabalhadoras em um campo onde é essencialmente masculino”, como parte do reconhecimento das mulheres que estiveram lutando nessa e muitas greves. Indo as raízes de tudo, Asun recordava a aproximação através de diferentes rodas de imprensa que fizeram em conjunto com trabalhadoras de diferentes setores e poder “estabelecer pontes entre nós”.

Da sua parte, Aziz Faye, porta voz do Sindicato Popular de vendedores Ambulantes, expôs que as razões da criação do sindicato atendem a necessidade de “poder sensibilizar a todas as pessoas subsaarianas recém chegadas e que acabam aqui sem conhecer a situação atual”. E quis agradecer ao ID pelo trabalho de difusão e a possibilidade de dar-lhes voz. “Nós queremos sair desta obscuridade em que estamos, situação a qual contribuem a maioria dos meios de comunicação”, explicava. E aproveitou também para remarcar que “ o que nós queremos é trabalhar conjuntamente com vocês porque lutam para melhorar a vida dos que não tem nem voz, nem voto, nem direitos (...) nos sentimos muito perto do ID, nos sentimos como em casa”.

Miguel Augusto, trabalhador da TMB, quis “agradecer o espaço que o ED nos tem dado aos trabalhadores de Metro para poder informar e fazer chegar a todo o mundo nosso conflito “em seguida denunciou como a prefeitura de Barcelona em Comú tem atuado diretamente e sem nenhum pudor como patronal, boicotando constantemente as jornadas de greve e paralisações dos trabalhadores. Além de colocar sobre a mesa a atual situação em que segue violando o acordo entre a empresa e sindicatos e confirmando que se continuar assim, a planta pode voltar a se mobilizar.

Seguindo o ato, tomou a palavra Phillippe Alcoy, jornalista da Revolution Permanente da França, um diário que também integra a rede internacional de diários Esquerda Diário. O companheiro explicava que a raiz da luta contra a reforma trabalhista de Hollande, o fenômeno do Nuit Debout e a repressão “toda a acumulação do diário pôde ser explorada em um contexto em que as pessoas buscavam explicações alternativas aos meios dominantes”. Então prosseguia, “nos permitiu chegar a classe operária que se enfrentava com o governo de Hollande e nesse marco Revolution Permanente se converteu em um gesto militante”. Por último, Alcoy manifestou que na raíz de tudo isso o diário começou a crescer, alcançando de 500 a 600 mil visitas por mês e que nesse sentido tanto “a patronal como o governo começaram a tomar nota. Isso quer dizer que estamos em um bom caminho”.

Santiago Lupe, diretor do Esquerda Diário, remarcou que “nascemos em um momento em que as ilusões no novo reformismo, como o Podemos ou as “mudanças de prefeituras” se encontravam no auge ha três meses de haver ganho as eleições municipais nas principais cidades. Ao mesmo tempo, na Catalunha aparecemos dois dias depois das eleições plebiscitárias do 27S, momento em que as ilusões no “processismo” estavam também em um momento importante”.

Adendou que o diário aparece, nesse sentido, a contracorrente de todas essas ilusões, “nascemos com a crítica a discussão do programa dessa formações políticas. Desde nosso ponto de vista acabam insuficientes quanto a resolver os grandes problemas sociais e democráticos e não questionam os interesses capitalistas nem a propriedade privada. Sem isso é muito difícil resolver os grandes problemas”. Neste sentido, Santiago Lupe explicava um dos objetivos do Equerda Diário, “nosso diário quer aparecer como uma voz da esquerda crítica com relação a esses novos fenômenos, queremos abrir as páginas de nosso diário a todos os setores descontentes e ser parte dos debates que vão sendo abertos na esquerda sobre como deve seguir uma vez que a hipótese Podemos vem fracassando aos olhos de muitos”.

E agregou que o Esquerda Diário se propõe também “criar uma massa crítica com uma perspectiva anticapitalista e de classe na perspectiva de construir um partido revolucionário”, em referência a como combater o regime. E se abra a toda esquerda, de uma forma ampla e que os setores em luta ou que se propõe a denunciar se convertam em correspondentes do diário”. Nessa linha, expressava a repercussão alcançada com o pico de visitas indo a 200.000 em um mês, o que implica que apareçamos como um meio a se preocuparem nossos inimigos de classe. Em nosso caso, um sindicato policial denunciou um redator e o próprio diário”, terminou Lupe em referência a queixa que querem impor ao companheiro Jorge Remarcha por escrever um artigo em que manifesta as diferentes denúncias por maus tratos da UAPO, unidade anti distúrbios de Zaragoza.

finalizarem as falas da mesa, se passou a palavra a diferentes coletivos que aportaram suas próprias experiências de luta e sua relação com o Esquerda Diário.

Primeiramente tomaram a palavra as representantes da Xarxa anti-repressió de familiares de detingudes. Explicaram que “surgimos da necessidade de ajudar os familiares que se encontram em uma situação de incompreensão para que possam ter um espaço e assessoramento psicossocial. Além de dar apoio em todos os âmbitos aos que vem sofrendo a repressão”. Por isso agradecemos ao ID, prosseguiam, “porque quando fizemos um ano nos entrevistaram e foram um dos muito poucos meios que nos deram voz e contribuindo para que pudéssemos expressar que nós queremos dar uma imagem diferente de nossos filhos. Sabemos que quando saem a rua tem valores, não são delinquentes, são dissidentes”.

Las Kellys, trabalhadoras da limpeza de hotéis, denunciaram que “nossa luta levamos a cabo de forma independente, não temos sindicatos majoritários a nosso lado. Aqui estamos, dando muita guerra”, e por isso agradeceram ai ED a voz “ que necessitavam para poder denunciar tudo o que há por trás do turismo “maravilhoso” que temos na Espanha e a precariedade que se esconde por trás dele”.

Diego Rejón, secretário geral da FESIM-CGT (Federação Estatal de Sindicatos da Indústria Metalúrgica) na Catalunha agradeceu “aos companheiros que nos tem dado a voz em muitas lutas em que está a CGT. Mas, além disso, o coisa boa do ED é que dá voz a todos os que não tem voz”. E fez uma comparação com outros periódicos “supostamente de esquerda” quando explicou que “há muito tempo queríamos denunciar a situação que sofriam os trabalhadores na Volkswagen e consultamos o El País. Nos pediram 250.000 pesetas por meia página. Os meios de comunicação estão para quem estão. Felipe González e o senhor Cebrián são exemplo disso, vão juntinhos com El País. Portanto que haja ar fresco na imprensa, quero felicitá-los e dar-lhes um forte abraço”.

Por outro lado, Rejón quis agradecer a equipe que faz o Esquerda Diário em Barcelona por “em nome de Vanessa, minha companheira, felicita-los todos pela ajuda que teve em seu momento. A luta que ela levou a cabo em Caprabo foi exemplar, muito abrigado pelo apoio recebido”. Para terminar, o secretário da FESIM quis aportar também com sua experiência e por um alerta sobre todos os ataques que vem em cima de um setor tão estratégico como a indústria e apelar a luta em conjunto com o ED”.

Por último, interviu Alsharqawi, representante dos Indignados Refugiados. Denunciou a situação pela que passam atualmente os refugiados recém chegados a Europa falou da campanha de denúncia que levam os meios de comunicação quando abordam o tema dos refugiados, das vítimas de guerra ou dos que estão fora do sistema e destacou que durante uma palestra sobre a situação “se aproximou um companheiro do ED para me entrevistar. Saiu exatamente como nós queríamos. Era a primeira vez que davam a voz às vítimas. Através da entrevista pudemos expressar as necessidades dos refugiados, não só de Barcelona, mas em toda a Europa”. A um ano do nascimento do Esquerda Diário no estado Espanhol, todas as companheiras e companheiros sentimos um grande orgulho de poder contribuir dando voz a tantos setores que lutam para se fazer escutar e defender seus direitos, porque cremos sinceramente na necessidade de transformar a classe trabalhadora e as mulheres, a juventude e os imigrantes nos verdadeiros responsáveis da luta contra este sistema opressor e levantar uma verdadeira alternativa anticapitalista e de classe.

 
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