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XENOFOBIA | Xenofobia no Masterchef, o alvo desta vez foi a Bahia

No episódio desta semana, comentários xenófobos sobre a Bahia , tema do desafio, causaram revolta.

Patricia GalvãoDiretora do Sintusp e coordenadora da Secretaria de Mulheres. Pão e Rosas Brasil

quinta-feira 8 de junho de 2017 | Edição do dia

Mais uma vez houve polêmica no Masterchef ligado à opressões, desta vez expressaram comentários xenófobos contra a Bahia.

Na conta do twitter oficial do programa, apagado logo em seguida, foi postado: “A contagem regressiva da prova da Bahia vai ter quantos minutos?”

Depois foi a vez de Erick Jaquin, já conhecido pela grosseria e pelo machismo, vociferar

"E precisa cozinhar devagar, porque é uma comida da Bahia, né?”

Pra coroar a noite, a apresentadora Ana Paula Padrão soltou

“É Bahia, mas não é devagar não”.

Não é a primeira vez que o Masterchef se mete em polêmicas preconceituosas. O machismo já foi sentido tanto por quem acompanhou a trajetória de Dayse, da temporada passada, em que colegas a colocavam para varrer o chão, boicotando a sua performance e denunciando o machismo cotidiano, como colocou Diana Assunção em seu artigo Marterchef, Dayse e o machismo de todos os dias.

Mesmo Erick Jaquin já se referiu à mulheres como “prontas para casar” porque sabiam cozinhar, o que foi prontamente respondido por Paola Carosella.

A xenofobia expressa pelos apresentadores do Masterchef denuncia o quanto o preconceito está presente nos meios de comunicações e no cotidiano. O clássico de acusar a Bahia e os baianos de serem devagar ou de não trabalharem, explicita o desrespeito com o nordeste e nordestinos, ignorando que boa parte da força de trabalho que movimenta o país e o estado de São Paulo, defendido por muitos como onde “todo mundo tem pressa” e se trabalha muito, são de nordestinos, que em também estão nos postos mais precários de São Paulo. Além de um preconceito absurdo, incentivado pela mídia burguesa, não questiona em nada a suposta “velocidade”, “pressa” e a correria cotidiana a que somos impostos na sociedade capitalista, que cria um exército de pessoas exaustas e estressadas, sintomas de um ritmo de vida alucinado e de uma sociedade doentia.

É preciso denunciar e combater cada comentário, cada atitude xenófoba, machista e racista expressa na sociedade. Mas é preciso junto à isso combater esse sistema capitalista que cria e se alimenta das opressões contra nordestinos, gays, mulheres e negros. Só assim podemos livrar o mundo da exploração e opressão, seja nos programas de TV, sejam na vida cotidiana.




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