Em meio ao pico da pandemia no Brasil que está ceifando milhares de vidas, o ministro da educação reitera a manutenção do Enem e ainda ironiza a situação de catástrofe atual.
quinta-feira 14 de maio de 2020 | Edição do dia
Nessa entrevista à Rádio Bandeirantes, Weintraub falou: "Hoje está muito cedo para adiar. Vamos seguir o rumo e acompanhar. Se cair um meteoro no Brasil no segundo semestre evidentemente a gente vai cancelar".
Lembremos, essa é uma declaração em meio a quase 200 mil casos de infecção no país e quase 14 mil mortos. O próprio ministro já afirmou que a medida é também uma forma de pressionar os governadores a afroxarem a quarentena, com a volta às aulas. Ou seja, expor mais ainda a vida de milhões.
Se o Enem já é em sua essência excludente, um filtro social e racial, imagina agora?
Segundo pesquisa, no Brasil, 30% da população e 33% dos domicílios ainda não tem acesso a internet, e os dados são ainda mais alarmantes quando dizem respeito às zonas rurais ou às camadas mais pobres da população: apenas 49% da população rural e 48% das pessoas que se encontram nas “classes” D e E tem acesso à internet. Ou seja, menos da metade.
Os capitalistas querem uma educação para poucos, privatizada e que seja voltada aos lucros das grandes empresas. O adiamento do Enem é o mínimo que pode ser feito diante da gravidade da Pandemia.