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VIOLÊNCIA POLICIAL | Violência policial aumenta mesmo durante a pandemia

Durante os meses de abril e maio, o número de assassinatos pela polícia nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará batem recordes.

segunda-feira 13 de julho de 2020 | Edição do dia

Nas últimas semanas alguns casos se tornaram emblemáticos de violência policial nestes estados. O assassinato de João Pedro pela PM do Rio de Janeiro, o assassinato de Mizael pela polícia enquanto dormia em Fortaleza e uma mulher que foi imobilizada com um policial pisando em seu pescoço até que ela desmaiasse, em São Paulo. Em comum, os três eram negros e estavam em bairros periféricos destas cidades.

A violência racista da polícia brasileira aumentou durante abril e maio, meses em que estes estados estavam sob medidas de isolamento social. Isto gera um conflito com o próprio discurso da Secretária de Segurança Pública de São Paulo, que diz que os assassinatos cometidos pela polícia são derivados de conflitos por causa de crimes como roubos e assaltos. Este tipo de crime, no entanto, caiu no período no estado de São Paulo.

No entanto, foram 102 assassinatos por parte da polícia em abril deste ano no estado, o segundo mês mais violento no século, perdendo apenas para maio de 2006, que teve 137 assassinatos, e que foi o mês dos Crimes de Maio. Isto inclui apenas crimes cometidos por policiais em serviço. A Corregedoria da PM, que contabiliza também crimes cometidos por policiais fora de serviço, fala de 116 assassinatos em abril e 71 em maio, totalizando 187 mortes no período. No ano passado, foram 143 homicídios por parte da polícia nestes mesmos dois meses, ou seja, um aumento de cerca de 30% este ano.

No Ceará, segundo dados do Fórum Popular de Segurança Pública do Ceará (FPSP-CE), foram 53 assassinatos por parte da polícia em abril e maio de 2020, contra 26 no mesmo período do ano passado, aumento de mais de 100%. No Rio de Janeiro, foram 65 mortes em 2020, contra 49 em 2019, aumento de 32,6%, segundo dados do Observatório da Segurança do Rio de Janeiro.

É mais uma demonstração do caráter racista e burguês da polícia, que entra nas favelas e bairros periféricos para reprimir os jovens negros, em especial, negando o direito de ir e vir, o direito ao lazer, como foi o caso do baile em Paraisópolis, e o mais elementar direito à vida. Neste momento de pandemia, os governadores cinicamente orientam a população a ficar em casa, mesmo sabendo que grande parte das pessoas precisa sair de casa senão será incapaz de comer e também que moram que imóveis pequenos e as vezes superlotados, sem condições de fazer uma quarentena. Ainda assim, a polícia segue assassinando em massa.

Por isso, nós do Esquerda Diário e da Fração Trotskista realizamos um ato internacional no último dia 11 contra o racismo e a violência policial, e nos apoiamos nos milhões que vão as ruas nos Estados Unidos demandando a abolição da polícia, pois é uma instituição que não pode ser reformada, já que serve a apenas um papel: reprimir a classe trabalhadora, a população pobre e negra e proteger a propriedade privada da burguesia.




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