Em gravação feita antes do massacre em Paraisópolis, registro dos abusos e violência sistemáticos cometidos pelos policiais militares. Jovem encurralados em uma viela saíam com os braços para cima, enquanto PM agredia-os de forma sádica.
terça-feira 3 de dezembro de 2019 | Edição do dia
Diversos vídeos gravados em Paraisópolis desmentem a versão policial de que eles apenas reagiram a um confronto com 2 bandidos. As imagens, como o vídeo abaixo, escancaram o sadismo dos policiais militares a serviço de Doria. No vídeo vemos um policial com seu cassetete agredindo gratuitamente jovens que saem com as mãos para cima.
Ainda que o vídeo seja anterior ao massacre, foi gravado pouco tempo antes da ação terrorista da polícia militar na favela, escancarando a violência sistemática da polícia contra os jovens da periferia.
Senhor @jdoriajr ,quem é o PM das imagens? Quem ocupa o posto de governador do Estado tem o dever de controlar suas polícias. Nas imagens, o policial agride até mesmo um rapaz que caminha com o auxílio de muletas pic.twitter.com/U3vxQJBayb
— André Caramante (@andrecaramante) December 3, 2019
Mesmo com todas as imagens de abusos e violência policial, ainda assim Doria fecha os olhos e é cúmplice do massacre cometido por esses policiais. O governador já garantiu a impunidade a eles, dizendo que os policias serão "preservados, e endossando a versão mentirosa deles, de que não foram eles que iniciaram o tumulto:
"A letalidade não foi provocada pela PM, e sim por bandidos que invadiram a área onde estava acontecendo baile funk. É preciso ter muito cuidado para não inverter o processo"
Os verdadeiros bandidos responsáveis pelas cenas de terror em Paraisópolis são os policiais sob o comando de Doria, que seguem a risca sua brutal política de repressão, como o próprio já havia dito um ano atrás, com ele "a polícia vai atirar para matar”.
Mais uma vez, o Estado racista e seu braço armado tem suas mãos sujas do sangue da juventude. O assassinato desses jovens não pode passar impune. Exigimos a apuração do caso e que as investigações sejam acompanhadas e fiscalizadas rigorosamente por representantes dos direitos humanos, movimentos sociais e organismos da classe trabalhadora para que os policiais envolvidos não sejam acobertados.