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FÓRMULA DA APOSENTADORIA | Veto a fórmula 85/95 na aposentadoria pode aumentar crise do PT

Se encerra nesta quarta-feira o prazo para Dilma decidir se veta ou sanciona mudança no cálculo das aposentadorias. Este veto significaria mais um pesado ataque aos trabalhadores.

quarta-feira 17 de junho de 2015 | 00:48

Em meio a um início de segundo mandato marcado por muito desgaste e crise politica, nesta quarta-feira, Dilma Rousseff terá que tomar uma decisão que pode aumentar o já enorme descontentamento entre amplos setores de trabalhadores e aprofundar ainda mais a crise pela qual passa o PT.

A presidenta precisa decidir se veta ou sanciona a mudança na aposentadoria aprovada pelo congresso – que estabelece que a soma mínima entre tempo de serviço e idade deve ser de 85 anos para mulheres e 95 para os homens – em substituição ao fator previdenciário criado em 1999 por FHC e mantido até então pelos três governos posteriores do próprio PT.

Apesar do veto não significar um ataque novo, e sim a manutenção de um antigo, está sendo visto por muitos trabalhadores e por vários militantes do próprio PT como uma traição que seria difícil de engolir.

“Muitos trabalhadores mais velhos, que viram o surgimento do PT e que de alguma forma ainda carregam alguma confiança neste partido, estão dizendo que se ela vetar será a gota d’água, que irão romper definitivamente” declarou ao Esquerda Diário Pablito Santos, diretor do SINTUSP.

Desde que foi criado o fator previdenciário, um setor expressivo de militantes e parlamentares do PT e, principalmente, a CUT vêm fazendo críticas a tal restrição nas aposentadorias e afirmando que, no momento oportuno, o governo iria derrubá-lo.

A herança maldita tucana, a crise do mensalão e depois a crise econômica serviram cada uma em seu momento para justificar a impossibilidade de trazer o tema à tona.

Agora que o Congresso Nacional aprova a flexibilização do fator previdenciário, justo esse congresso que é pintado pelos petistas como o grande responsável por todas as maldades cometidas em 2015 pelo governo, será uma presidenta do PT que irá mantê-lo?

Expressando parte deste descontentamento interno, os senadores Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA), ambos do PT, promoveram nas redes sociais e com cartazes nos corredores do Senado a campanha #NãoVeteDilma.

Na noite desta terça-feira, 16, a presidenta reuniu em jantar no Palácio do Planalto os líderes partidários da base aliada para debater sua posição em relação à fórmula “85/95”. Também estiverem presentes no jantar o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), e os ministros Aloízio Mercadante (Casa Civil) e Carlos Gabas (Previdência).

Aconselhada pela área econômica de seu governo a vetar a fórmula “85/95” e dar mais uma demonstração ao mercado de que está comprometida com o ajuste fiscal e o equilíbrio no orçamento, os analistas indicam que Dilma pode vetá-la e apresentar uma nova medida provisória para regular a previdência.

A ideia seria partir da soma mínima 85/95 e, gradualmente ir aumentado até que alcançasse uma soma próxima a 100. Veremos o que Dilma e o PT decidirão amanhã.

Sobre o tema, Pablito Santos completou ao Esquerda Diário “num país onde os políticos se aposentam depois de um ou dois mandatos com salários altíssimos, os trabalhadores passam sua juventude e sua vida inteira sendo explorados para se aposentar só no fim da vida e aposentadoria reduzida. O governo quer cortar gastos com a previdência para manter o superávit e pagar juros da dívida aos banqueiros.

Enquanto isso estimula a privatização das aposentadorias através dos fundos de pensão e planos de previdência privada. Nós trabalhadores temos que lutar para receber aposentadorias integrais, no valor do salário do DIEESE e sem nenhum desconto, independente da idade que tenhamos. Tudo isso é possível se deixarmos de enriquecer os banqueiros não pagando a dívida pública”.




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