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Vereadora lésbica eleita em Londrina declara não defender causa LGBT e estar alinhada com Bolsonaro

A primeira vereadora lésbica eleita em Londrina (PR) se autodenomina “Jessicão, a Opressora” e declarou nos últimos dias que não defende a causa LGBT, dizendo que foi “eleita para defender a direita londrinense, todos que respeitam Deus, Pátria e Família!”

quinta-feira 19 de novembro de 2020 | Edição do dia

Sendo a primeira vereadora lésbica eleita na cidade de Londrina, no Paraná (PR), Jéssica Ramos Moreno disse em entrevista e em suas redes sociais que não irá atuar a favor das causas LGBT, pelo contrário, defende a direita, a família e está alinhada ideológica e politicamente com a família e governo Bolsonaro.

A vereador se autointitula “Jessicão, a Opressora” e pelo PP se elegeu agora nas eleições municipais. Em seu Twitter, relata a entrevista em que disse que não irá defender a causa LGBT e sim a direita londrinense.

A vereadora recém eleita disse que apoia os empresários da cidade e que vai lutar pelas escolas militares, valorizando as forças de segurança e se posicionando contra a “ideologia de gênero” nas escolas. Declaradamente alinhada com Bolsonaro, Jessicão teve apoio da família do presidente em sua campanha nessas eleições, com vídeos e declarações nas redes sociais de toda a família Bolsonaro.

No país em que um LGBT morre a cada 23 horas, a discussão e causas deste setor oprimido são de extrema importância. Uma vereadora lésbica que se autointitula opressora não somente é um desserviço para a comunidade e causa LGBT, de defesa de direitos, de combate ao reacionarismo, crimes de ódio e LGBTfobia, como também é demonstração que a simples representatividade não garante nenhuma defesa aos setores oprimidos, pelo contrário. Temos o exemplo de Fernando Holiday que mesmo sendo negro é ataca incansavelmente as cotas étnicoraciais, além de defender um programa político de precarização e ataque à vida dos negros e maioria trabalhadora e pobre, que no Brasil é majoritariamente negra. O caso de Jessicão, a Opressora segue a mesma lógica, de que não podemos contar com a representatividade dela ser a primeira vereadora LGBT eleita em Londrina quando declara abertamente que não só não irá defender a causa LGBT, como irá defender os empresários, a polícia, a família heteronormativa e a direita que ataca e oprime historicamente mulheres, negros, indígenas e LGBTs.




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