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EDUCAÇÃO | Veja 7 barbaridades do programa de educação de Bolsonaro

Aléssio Ribeiro Souto, assessor do reacionário Jair Bolsonaro que está cotado para o Ministério da Educação, deu entrevista ao Estadão recentemente em que afirma uma coleção de barbaridades sobre seu projeto educacional, em que revela reacionarismo, autoritarismo e uma volta ao século passado. Veja algumas delas.

segunda-feira 15 de outubro de 2018 | Edição do dia

Aléssio Ribeiro Souto, assessor do reacionário Jair Bolsonaro (PSL) para a Educação, afirmou recentemente em entrevista que é preciso retirar livros “com ideologia” das escolas e ensinar “a verdade” sobre o golpe militar de 64. O ex-chefe do centro tecnológico do Exército foi chamado a coordenar debates de ciência e tecnologia, mas acabou acumulando educção “por afinidade”. Hoje ele promete uma educação autoritária, alienante, privatista e pró-militar. Nesse Dia dos Professores, vamos desenvolver aqui 7 barbaridades do retrógrado e assustador projeto de educação de Bolsonaro.

1) Cortes no orçamento
Bolsonaro é o único candidato que afirma que a verba destinada à educação atualmente é suficiente mesmo com as reformas do governo golpista de Temer, como a PEC 55, que congela investimentos em saúde e educação por vinte anos. Para ele, os cerca de 5% do PIB que é investido hoje é o patamar máximo que vai ser mantido, ignorando as metas de 7% do PIB para 2019 e 10% para 2024 que constam na Lei 13.005/2014. Fazendo comparações rasas com outros países, seu assessor Aléssio afirmou que enquanto em “países razoáveis” são destinados entre 30% a 40% dos recursos para o Ensino Superior, no Brasil foram destinados 70%. Com esse argumento, defende que essa redução é necessária e vai ocorrer, mas de forma “pactuada, aos poucos”, pois para ele essa é a diferença da democracia para ditadura. Se as universidades já passam por uma profunda crise, no entanto, que faz com que alguns prédios falte até luz por falta de pagamento como aconteceu na Universidade Federal da Bahia, como ele pretende melhorar a educação com menos perspectiva de investimento?

2) Precário salário para os professores
Aléssio afirmou que uma boa remuneração para os professores é o “quinto ou sexto tópico a se considerar”, e que “pagar bem é uma absoluta impossibilidade agora”. Ou seja, apesar da demagogia que faz falando que vai valorizar a educação, promete um salário baixo aos professores, com o argumento de que os “que estão aí precisam começar a acreditar que são importantes, porque hoje ninguém quer ser professor”. Ou seja, o famoso "não reclama que vai piorar!"

3) Repressão e militarização das escolas
Sem entender nada sobre educação e sobre a função que a escola deveria cumprir, o general que elabora as propostas para o Ministério de Educação de um eventual governo de Bolsonaro defende que “tem de haver repressão democrática” nas escolas. Esse método repressivo não é novidade para quem reivindica um torturador da ditadura militar, que acha que a solução para os problemas de indisciplina devem ser tratados com chumbo.

4) Contra as cotas étnico-raciais e sociais
Aléssio se pauta em um discurso meritocrático extremamente retrógrado para ser contra o sistema de cotas. Ele afirma que "o país nunca vai transformar pobre em rico", mas que os mais talentosos entre os pobres devem ter acesso ao ensino superior. Assim, ele iguala toda a população, como se todos tivessem as mesmas oportunidade, ignorando questões socioeconômicas e históricas/estruturais. Com isso, Aléssio legitima a exclusão existente na educação, que deveria ser um direito de todos, ignorando a barreira de classe. Para além, ele também não considera que existe uma diferença racial, e chega até a questionar: "Pobre branco de olhos azuis não tem direito?". Com essa comparação absurda, então, fechando os olhos para a realidade do Brasil, onde a maioria da população é negra e, nas universidades, o número de negros é gritantemente baixo.

5) Revisão nos processos curriculares
Como se já não houvesse um grande limite nos conteúdos que o professor pode trabalhar em sala de aula para formar a criança enquanto ser integral, Bolsonaro e seu assessor para a educação defendem uma revisão dos processos curriculares e das bibliografias para combater a “ideologização nas escolas”. Nessa revisão ele visa expurgar nada mais do que uma das maiores referências na Educação, que é o pedagogo Paulo Freire, pois para o candidato a educação crítica não apenas é inaceitável, como também é um perigo. Para Bolsonaro qualquer assunto que trate sobre sexualidade ou combata a homofobia é doutrinação. Ele quer que as crianças tenham um ensino tecnicista e conservador, que as forme não para pensar, mas para repetir.

6) Contra o desenvolvimento e estudo da ciência, defende o ensino do Criacionismo
De forma contraditória com seu discurso de uma educação supostamente “neutra”, Aléssio defende o estudo do Criacionismo nas escolas. Para ele, Charles Darwin e a Evolução das Espécies só deve ser ensinado para as crianças saberem que ele existiu, “não para concordar”, e se o professor quisesse ensinar o Criacionismo ao invés da Evolução, não teria problema. Se qualquer professor, no entanto, falasse de outra religião em sala de aula, seria completamente repudiado. Bolsonaro não é contra a “ideologização” nas escolas, só quer controlar o conteúdo ensinado.

7) Apagamento da história e defesa da ditadura militar
Ao ser questionado sobre o golpe militar de 1964, que marcou o início de um regime repressivo contra jovens que se enfrentavam com a ordem vigente e que Bolsonaro reinvindica com orgulho, Aléssio afirmou que para ele o golpe era algo algo menor. Logo após, disse que não concorda que soneguem para crianças o que ocorreu, dando a entender que o retrato que é passado da ditadura é incompleto, como uma tentativa de legitimar o governo dos militares. A verdade é que os defensores da ditadura que calou, torturou e matou jovens como Edson Luís querem apagar a história e privar o ensino dela nas escolas.

Nesse momento político tão polarizado no país, Bolsonaro, herdeiro da ditadura militar que vem para implementar através da força as reformas que Temer não conseguiu, procura precarizar a profissão dos educadores e reprimir ainda mais o ensino nas escolas, sob uma ótima militarista, repressora, autoritária e completamente retrógrada. Os professores, no entanto, podem ser linha de frente contra esse projeto privatista, neoliberal, e fascistizante, na luta pela criação de comitês de base massivos em todas as escolas e todos os locais de trabalho para preparar um verdadeiro combate nas ruas para derrotar Bolsonaro e a extrema direita.




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