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Vacina da Pfizer mostra eficácia, mas governos buscam lucros e interesses políticos

As farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram, nesta segunda-feira (9), que sua candidata a vacina contra Covid19, que está sendo testada no Brasil, é mais de 90% eficaz na prevenção à doença, segundo dados iniciais do estudo da fase 3. Entretanto, a taxa de proteção inicial pode mudar quando o estudo terminar

segunda-feira 9 de novembro de 2020 | Edição do dia

A análise provisória foi realizada após 94 participantes do estudo desenvolverem o vírus e passarem por verificação para saber quantos deles receberam a vacina em comparação com o placebo. Segundo a farmacêutica, a pesquisa vai continuar até que 164 casos de Covid19 sejam diagnosticados entre os participantes.

Apesar de costumar ser realizada a fase de testes separadamente, a urgência da pandemia fez com que várias empresas realizassem mais de uma etapa ao mesmo tempo. Já são 43.538 participantes nos testes da vacina, distribuídos entre Estados Unidos, Brasil e outros 4 países. Desses, 38.955 já haviam recebido uma segunda dose da vacina até o dia 8 de novembro.

As farmacêuticas esperam obter autorização de uso emergencial nos EUA ainda este mês. Entretanto, a FDA, agência regulatória dos Estados Unidos, já anunciou que qualquer vacina deve comprovar 50% de eficácia antes de ser liberada. A agência regulatória americana também exige que as vacinas candidatas no país sejam estudadas em pelo menos 30 mil pessoas. Os estudos devem incluir, além de adultos mais velhos, outros grupos de risco, como minorias e pessoas com problemas crônicos de saúde.

Aqui no Brasil, temos o conflito entre Bolsonaro e Dória sobre a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantã, e que Bolsonaro se nega a autorizar que seja comprada. Em função da disputa política entre eles e as frações da burguesia que representam, são colocadas em risco as vidas de milhões, especialmente trabalhadores, negros e pobres. Isso deixa claro que o que está em jogo para Bolsonaro e Dória não é a vida da população, mas sim o uso político do tema, quando na realidade, assim como fizeram durante toda a pandemia, não disponibilizam a testagem massiva para a população, se negando a impor a reconversão da produção industrial que seria capaz de produzir respiradores mecânicos e leitos de UTI, obrigando milhões de pessoas a seguir trabalhando em condições insalubres.

Entretanto, não devemos confiar que a vacina e a testagem serão massivas, tendo em vista que as empresas estão buscando lucrar com a doença, como já tínhamos relatado aqui no Esquerda Diário que a Pfizer e outras empresas já garantiram que o preço da vacina da fabricante será avaliado e levará em conta a emergência global de saúde, não sendo garantida a venda a preço de custo.

Devemos batalhar para que nossas vidas não estejam a serviço dessas disputas políticas e dos lucros dos monopólios que brigam pelos bilhões oferecidos pela vacina. Ela precisa ter produção estatal, sob controle e fiscalização das organizações de trabalhadores da saúde e científicas, e distribuição rápida e massiva para todos que queiram, assim como as demais medidas, equipamentos e condições de prevenção e tratamento contra a Covid-19, e que todo sistema de saúde seja centralizado sob controle dos trabalhadores, para que possa atender a população e não os lucros dos grandes empresários.




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