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CORONAVÍRUS | Unicamp suspende aulas por causa do Coronavírus: liberação das terceirizadas já!

Nesta quinta-feira, 12, foi divulgado pelo site oficial da Unicamp que as aulas da universidade serão suspensas por duas semanas devido ao Coronavírus. Foi notificado que apenas “atividades essenciais” serão mantidas. É necessário exigir que trabalhadores terceirizados também sejam liberados de suas funções e que a reitoria ofereça um auxílio financeiro para estudantes bolsistas que não conseguirão voltar para casa e ficarão sem Restaurante Universitário.

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quinta-feira 12 de março de 2020 | Edição do dia

Além da suspensão das aulas de 13 a 29 de março, todas as viagens de docentes e funcionários da universidade foram suspensas, assim como o recebimento de visitantes. Uma reunião do “Comitê de crise” criado pela reitoria acontecerá ainda hoje, 12, para decidir quais são as atividades essenciais que serão mantidas.

Desde já, é necessário exigir que não apenas estudantes, professores, e trabalhadores efetivos sejam liberados das suas funções, mas também os terceirizados, que absurdamente não são considerados trabalhadores da universidade pela reitoria, mas estão aqui todos os dias prestando serviço, logo também têm que estar dentro da medida de liberação das funções. Torna-se ainda mais absurdo pensarmos na possibilidade de 330 trabalhadores do bandejão terem que trabalhar no período de suspensão mesmo com ameaça de demissão da reitoria. Estes trabalhadores devem contar com seus direitos, refeição e salários garantidos pela Unicamp e também contar com o mesmo apoio médico e hospitalar igualmente aos estudantes, funcionários efetivos e professores.

Também é preciso que medidas básicas em relação a estudantes bolsistas devem ser tomadas pela reitoria. Em primeiro lugar, é necessário garantir que esses estudantes não tenham que cumprir as horas de bolsa trabalho nem durante e nem depois do período de suspensão das atividades. Além disso, a reitoria deve oferecer auxílio financeiro para estudantes que não têm condições de voltar para suas casas no período de suspensão, e que dependem do bandejão para se alimentar. O DCE e associações de professores (Adunicamp) e trabalhadores (STU) têm que exigir com toda força essas medidas.

Na quarta-feira, 11, antes de sair a declaração da Unicamp, o governo Dória começou a se pronunciar sobre o tema e sugeriu o fechamento da USP. Isso é um verdadeiro absurdo pois as universidades têm que ter autonomia para decidir seus rumos. No entanto, as próprias decisões na universidade não podem vir apenas de uma comissão da reitoria, e sim ser tomada por toda a comunidade da Unicamp. Por isso, é preciso que todas as informações que a “comissão de crise” criada pela reitoria tem sejam divulgadas para todos os setores da universidade.

Ontem a OMS declarou que o coronavírus é uma pandemia, pois o estágio de transmissão da doença é global. Segundo a OMS, 118 mil pessoas foram diagnosticadas com o vírus em 114 países, entre as quais 4.291 morreram. Enquanto isso, Bolsonaro deu declarações minimizando a doença, dizendo se tratar de uma crise "superdimensionada" que em sua opinião não é "isso tudo" e se trata muito mais de uma "fantasia". Mas o fato é que a doença já está afetando a população de todo o mundo, em especial a mais pobre, e a bolsa de valores.

É uma crise que se alastra e que temos que pensar a melhor saída que ela pode ter para a maioria da população e do povo pobre, que é quem mais é afetado. É preciso exigir que hospitais de referência deveriam estar sendo designados para a população, onde os casos suspeitos poderiam ser avaliados, e em caso de confirmação, os pacientes terem acesso a um tratamento digno, ao invés de impor uma quarentena a amplas massas de pessoas, sem confirmação ou não.

O governo e as patronais deveriam se encarregar de todos os custos das famílias trabalhadoras para obter cuidados às crianças, caso as escolas fechem, e que ninguém seja demitido durante a crise. Nesse momento, a revogação do teto de gastos para que a saúde pública possa tomar as medidas necessárias é mais que essencial.

Medidas básicas na Unicamp também podem ser tomadas com as potencialidades que já temos. Com diversos cursos da área da saúde com muito nível de conhecimento, informações sobre as formas de contaminação e prevenção devem ser divulgadas imediatamente, para ajudar a combater o medo e evitar que mais pessoas sejam afetadas. O Hospital universitário, o HC, deve oferecer testes para diagnostico de toda a comunidade da Unicamp, incluindo as terceirizadas. A reitoria, os pesquisadores da Unicamp e o HC devem colocar todo potencial intelectual e físico para contribuir na solução desse problema social. Assim, o conhecimento produzido na universidade estará voltado para os interesses e necessidades da maioria. Vale lembrar que a política de privatização e precarização do HC, um dos mais importantes pólos de saúde da região, será um dos entraves que dificultará um tratamento adequado para toda a comunidade universitária e a população, demonstrando claramente como a política de desmonte cobrará seu preço diante desta crise, e que será pago pelo trabalhadores e povo pobre.

Junto a isso, deve-se articular a contratação imediata de equipe de saúde e apoio para abrir todos os leitos, questionando os parâmetros de sustentabilidade que impedem a contratação, e articular com os equipamentos primários e demais hospitais da região para uma política pública unitária para atender o conjunto da população.

Mundialmente, com países em quarentena como a Itália e com casos como o dos EUA no qual é preciso US$ 1000 para ir a um consultório de emergência, vemos a falência do sistema privado na saúde que não oferece direitos básicos para a maioria da população. Frente a isso, apenas um sistema único de saúde 100% estatal e gerido pelos trabalhadores pode dar uma saída para essa crise.




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