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CRISE DOS ESTADOS | União se dispõe a ajudar Estados em troca de aprovação da Reforma da Previdência

Ideia vista com maus olhos pelo Governo inicialmente passa a ser uma alternativa de garantir apoio dos Estados e cobrar compromisso de sua base aliada a impopular proposta de corte de direitos: a Reforma da Previdência.

terça-feira 7 de março de 2017 | Edição do dia

Em mais um passo de sua negociação para garantir os votos favoráveis à Reforma da Previdência, Michel Temer afirmou que a União auxiliará os Estados que apresentam déficit financeiro, mas exigiu uma "contrapartida": a garantia de apoio a PEC que altera as aposentadorias. "A União está disposta a ajudar os Estados. Para ajudar, precisamos de contrapartida a ser dada pelos Estados", disse, "Isso vai significar que a União terá de aportar recursos e, quem sabe até, deixar de cobrar dívidas".

Se referindo diretamente a reforma, Temer a lembrou como uma medida "mais delicada e complicada" relacionando a crise financeira enfrentada pelos estados do RJ, MG e RS como sendo diretamente ligada ao setor previdenciário e cobrou o compromisso dos Estados em seguir os passos do governo federal e realizarem reformas previdenciárias locais.

Além disto, o presidente golpista tentou minimizar o rechaço as mudanças afirmando que o grupo contrário é composto apenas por quem recebe valor acima de um salário mínimo ou quem obtém "aposentadoria precoce".

Em nenhum momento os altos salários e diversos benefícios de políticos e juízes foram citados pelo presidente em sua análise sobre a crise financeira dos Estados. Nem mesmo os mais de 50% da verba pública destinado aos bancos foram mencionados.

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Enxergando a falta de apoio parlamentar e popular em torno da medida, que é a principal de seu conjunto de reformas, Temer tem feito uma campanha ofensiva para importo a aceitação. Buscando relacionar todos os problemas enfrentados no país com os gastos com as aposentadorias e pensões, defendeu que a sociedade precisa se conscientizar e que a reforma "não tem interesse político", mas "tem como interesse o País".

O tom sentimentalmente apelativo de Temer contrasta com a estratégia inicial de ameaças encabeçada pelo PMDB. Um ajuste na forma de expressara necessidade da Reforma que não esconde o objetivo central da proposta: cortar o precioso direito de aposentadoria do trabalhador brasileiro e forçar idosos a trabalhar anos a mais.

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