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JUVENTUDE | Uma juventude que não naturaliza o capitalismo

No dia 04 de junho ocorrerá o lançamento da Faísca - Anticapitalista e Revolucionária no RJ. Chamamos todos jovens a debater os rumos do país frente aos ataques do governo golpista do Temer, seguir o exemplo da juventude que ocupa escolas em todo país e nos organizar para combater a opressão machista, racista e LGBTfóbica estrutural ao capitalismo.

domingo 29 de maio de 2016 | Edição do dia

A mentira que contaram aos nossos pais de que história havia acabado e o capitalismo havia vencido nunca colou com a nossa geração. Somos os filhos da crise de 2008 e protagonizamos os primeiros processos de luta contra este sistema desde então. A juventude no mundo todo, acostumada a lutar para viver neste sistema, se levanta internacionalmente contra a ruína social que o capitalismo nos reserva para o futuro.

Seja como a juventude no Chile que se levanta hoje contra as reformas educacionais de um regime que ainda carrega consigo as marcas da ditadura de Pinochet, herança transmitida de governo a governo, se enfrentando com a polícia para se defender da contra reforma educacional de Bachelet e lutar por educação gratuita e de qualidade para todos. Estes jovens esta semana notificaram que ao governo que começaram a ofensiva, encontram um eco num outro continente na juventude francesa que está sendo ponta de lança de um dos maiores processos de luta que está acontecendo hoje contra as reformas trabalhistas de Hollande, numa forte aliança com os trabalhadores. Reformas que o governo passa sem sequer a consultar o reacionário parlamento francês, em uma das democracias mais antigas do planeta, mostrando que estas democracias no fim nada mais são do que farsas à serviço da exploração capitalista. Na França, a luta da juventude contra a reforma trabalhista acordou os batalhões da classe operária francesa, paralisando refinarias, usinas nucleares, impedindo impressão de jornais e se enfrentando com uma duríssima repressão policial. A luta da juventude e os trabalhadores da França são um exemplo do potencial explosivo que esta aliança tem.

Esta é a tarefa da juventude em todo o mundo e também no Brasil, aonde a juventude foi o primeiro setor a acordar e perceber que chegava ao fim os anos de “marolinha” de Lula e Dilma, havia acabado o pacto entre os grandes capitalistas e latifundiários que sempre mandaram no país, e o PT e a burocracia sindical acomodada com cargos no estado sempre cumpriram papel de papel de contenção da juventude e dos trabalhadores.

A juventude de junho de 2013 antecipou o descontentamento social trazendo à tona os problemas latentes no país chocando as expectativas com o fim de ciclo Lula-Dilma, mostrando que 13 anos de PT no poder garantiu conciliação de classes e contenção social, e um plano para fazer com que trabalhadores e juventude paguem pela crise. O PT acabou sendo chutado para fora, para garantir que os ajustes e cortes sejam acelerados pelas mãos de um governo golpista sem legitimidade criado para fazer com que paguemos a conta da crise mais rapidamente.

O governo golpista de Temer veio quente para tentar calar nossos protestos fortalecendo esta justiça dos poderosos e sua polícia e tropa de choque, que foi usada para nos reprimir nas jornadas de junho de 2013 e agora é usada novamente contra os estudantes secundaristas das ETECs de SP e os estudantes do RJ reprimidos brutalmente na Secretaria de Educação do Estado. Os setores mais reacionários dão as caras para mostrar que vão querer atacar ainda mais as mulheres, negros, LGBTs e a juventude, mas não passarão!

A juventude está fervendo, não carrega nas costas a traição do PT, porque odiamos desde sempre está direita golpista com quem o PT se aliou na tentativa de evitar o golpe, ao invés de recorrerem à mobilização da juventude e dos trabalhadores para barrá-lo. Uma onda de juventude toma o país, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, Ceará, Paraná com mais de 300 escolas ocupadas em todo país. Com as greves e ocupações das 3 universidades estaduais em SP, da UERJ e professores no Rio de Janeiro ou das universidades no Rio Grande do Sul. De norte a sul desse país a juventude está na linha de frente, mostrando que não baixaremos a cabeça. Pelo contrário, tomaremos as ruas em defesa de nossos direitos e por um mundo livre de toda exploração e opressão.

Lutaremos contra essa direita que nos impede de expressar nossa sexualidade e construção de gênero livremente, em nome da moral de uma família tradicional brasileira que não existe. Família que eles mesmos são responsáveis por destruir através da exploração do trabalho, ao aumentar o desemprego e cortar dos direitos sociais que os trabalhadores haviam imposto com sua luta. Uma direita racista herdeira até da escravidão que não suporta ver os pouquíssimos negros que estão na Universidade ao invés de um presídio. Que não suporta a possibilidade de que as mulheres possam ser livres, e por isso impedem o direito ao aborto legal seguro e gratuito, enquanto varrem para baixo do tapete a violência machista estrutural. Uma direita e mídias machistas que tentam a todo momento naturalizar, legitimar e justificar os injustificáveis casos de violência sexual e doméstica, como o dilacerante caso de estupro coletivo da jovem de 16 anos no Rio de Janeiro.

Uma direita golpista que sequestrou com a ajuda da mídia e do partido do judiciário o voto de milhões de brasileiros para passar um golpe institucional em toda linha.

Nós do Faísca – Anticapitalista e Revolucionária, queremos convidar a todos os jovens que nunca naturalizaram a miséria que vivemos no capitalismo a construir uma nova juventude, que tal já está mostrando internacionalmente nos exemplos da França e do Chile, já começou a sua ofensiva contra este sistema de opressão e exploração, que vive de nosso suor e só nos reserva a miséria. É para romper a miséria do possível e por uma vida plena de sentido, livre da exploração e da opressão, que chamamos todas e todos a participarem da atividade de lançamento da Faísca - Anticapitalista e Revolucionária no Rio de Janeiro.

É pela vida das mulheres, negros e negras, LGBTs.

É pelas vítimas de violência que se enfrentam diariamente com 1, 2, 3...30.

É pelos 5 jovens mortos com 111 tiros da polícia e por todas as vítimas do genocídio da juventude negra.

É pelos trabalhadores e trabalhadoras que deixam sua vida e suor, enquanto uma casta de corrupto governa pelos seus interesses e negócios.

Se atacam uma lutamos milhares.

Somos as mulheres que não vamos aceitar os estupros, somos os secundaristas que estão dando uma aula em defesa da educação. Somos a juventude que não aceita este governo golpista e não tem medo de lutar. Somos a juventude chilena, somos a juventude francesa que esta incendiando a França ao lado dos trabalhadores. Somos a juventude quer trazer o capitalismo abaixo.
Faísca




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