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1 ANO DE ESQUERDA DIÁRIO | Um ano de Esquerda Diário: uma nova juventude para uma nova realidade

Nós, jovens, não fomos às ruas com os coxinhas e a família tradicional brasileira no dia 13 defender o impeachment reacionário da direita e do "partido Judiciário", liderado por Moro. Tampouco estamos com o governo do PT, que também representa a corrupção, os ajustes e a impunidade, atacando nossos direitos e precarizando nossas vidas. Mas desde 2013 temos tomado as ruas, sim, e dado exemplos de lutas e vitórias contra toda a miséria de nossas vidas e toda a podridão desse regime. Em 2016, já mostramos que não será diferente

sábado 26 de março de 2016 | Edição do dia

A luta dos secundaristas de São Paulo, que ocuparam suas escolas contra o projeto de reorganização escolar e derrotaram o Alckmin, representa o fio de continuidade desse espírito da juventude, que se materializou em junho de 2013. "O Estado veio quente, e nóis já tá fervendo" tornou-se o hino daqueles que trazem consigo o inconformismo e a combatividade de junho. Em 2016, essa juventude já mostrou que não para por aí: não se conformará com os cortes, a terceirização, a reorganização disfarçada, a falta de permanência estudantil e com toda a miséria e precarização que hoje perpassa a vida da maior parte da juventude brasileira.

De São Paulo à Paraíba, viemos sendo exemplo do que significa enfrentar os ajustes e nos mobilizar independentemente das burocracias estudantis, para derrotar governos e patrões. No estado de São Paulo, "quem vai punir os ladrões da merenda"¿ Mal começou o ano, e os estudantes secundaristas deram prosseguimento a suas lutas, contra a "reorganização disfarçada", com o fechamento de centenas de salas de aula, e contra o esquema de corrupção tucana que deixa as crianças nas escolas sem alimentação adequada. As minas nas escolas mostraram que vai ter shortinho, sim!

Por sua vez, os estudantes da EACH (USP Leste) fizeram atos, acampamentos e cortes de rodovia contra o desmonte da universidade e por políticas efetivas de permanência, como auxílio moradia e transporte. Nesse sentido, ligaram-se aos estudantes da UFPB, na Paraíba, que se acorrentaram em frente à reitoria e fizeram greve de fome por mais de 150 horas contra os cortes do governo Dilma e por assistência estudantil.

Em Goiás, não foi diferente. Os estudantes do Ensino Médio se levantaram contra a privatização, que representam as OS (Organizações Sociais), a militarização, o trabalho terceirizado em suas escolas e fizeram como em São Paulo, ocupando-as. E se a juventude do Brasil já está fervendo, no Rio está pegando fogo! Pezão que se cuide: junto a professores e outros setores de servidores públicos, secundaristas e universitários não vão deixar os ataques do governador PMDBista passarem. Não pagarão pela crise com sua saúde, o desmonte das UPAs, de Hospitais Universitários e dos postos de saúde não passará. Não aceitarão o atraso dos salários dos trabalhadores terceirizados da UERJ, e tampouco o corte de bolsas. Não estudarão em salas de aula sem infraestrutura e, como diria o grupo de teatro da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena, "o governador diz não ter dinheiro, mas pode apostar tá lá no bolso do empreiteiro", ao mesmo tempo, cantam todo o anseio da juventude por lazer, arte e cultura, quando denunciam que "o governador deu a cultura pra OS".

Diante desse regime podre, podemos com as nossas lutas apontar um caminho para todos aqueles que querem se levantar contra o impeachment, sem se sujar com a lama do governo petista. Podemos, unindo o melhor de cada uma de nossas experiências, passar a questionar não só governos e regimes, mas o próprio sistema em que vivemos. Essa efervescência da juventude no Brasil afora é caixa de ressonância das contradições que atravessam nossas vidas e pode ser a faísca capaz de incendiar todos os setores que são oprimidos e explorados neste sistema capitalista. Façamos como a juventude francesa e lutemos ao lado dos trabalhadores contras os governos e os capitalistas que querem nos fazer pagar por suas crises e nos privam de uma vida plena de sentido!

No dia 2 de abril, juntes-se a nós em São Paulo para o lançamento de uma nova juventude, que esteja à altura dos desafios colocados pela nova realidade nacional e possa dar uma resposta verdadeiramente anticapitalista e revolucionária. Queremos confluir com todos esses setores em luta para construir uma juventude intransigente no combate às opressões e na defesa de nossos direitos! Transformar o mundo a nossa volta, por lazer, cultura, educação e trabalhos dignos, mas também mudar a vida em todos os seus aspectos, na sexualidade, nas relações humanas e na arte, para que possamos ser a semente de uma nova sociedade.




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