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EXPLORAÇÃO | Um ano de Bolsonaro, 70% de aumento no trabalho precário e intermitente

Aumenta a modalidade de trabalho na qual o patrão convoca o trabalhador quando bem entende e ainda o trabalhador pode receber menos que um salário mínimo. Bolsonaro e O Globo comemoram como esse ataque aumenta dos lucros dos empresários.

segunda-feira 30 de dezembro de 2019 | Edição do dia

O jornal O Globo publicou nesta segunda-feira, dia 30/12, análise que aponta explosão do uso da modalidade de trabalho intermitente, autorizada pela reforma trabalhista de Temer. Segundo a pesquisa 12% de todos os trabalhos formais registrados são desta modalidade, que o trabalhador fica a disposição da empresa para ser convocado quando ela quiser, e ainda ganhar menos que um salário mínimo.

A matéria do Globo ainda aponta que algumas das empresas que foram maiores entusiastas de Bolsonaro são as campeãs em contratação nessa modalidade exploradora. Empresas como Renner e Magazine Luiza figuram como líderes desta modalidade de exploração “just-in-time”.

A degradação das condições de trabalho e vida dos trabalhadores submetidos a este tipo de trabalho é tão flagrante que a própria matéria do jornal carioca, eufórica com a generalização destas contratações funcionais a aumentar muito o lucro, entrevista um trabalhador que aponta como ele era chamado só 2 a 3 vezes por semana quando o Burger King queria e tinha que completar sua renda vendendo chocolate no trem, e água na praia no Rio de Janeiro.

Eis o admirável mundo novo para o Globo, a Bovespa, Bolsonaro e Guedes. Milhões pedalando de sol a sol para entregar comida em aplicativos, sendo registrados mas ganhando menos que um salário mínimo no Burger King, na Renner, etc.

Os grandes jornais burgueses não conseguem esconder como o programa econômico aplicado por Bolsonaro leva a degradações das condições de vida. Buscam justificar o sacrifício da vida dos trabalhadores afirmando como essa situação seria melhor do que a miséria com o desemprego. Enquanto cobram dos trabalhadores sacrifícios aumentam os lucros das empresas, aumentam as isenções de impostos a quem viva de renda investindo em Bolsa, e para juventude querem retirar ainda mais direitos com carteira de trabalho verde-amarela.

Esse programa de aumento dos lucros patronais às custas de aumento da exploração dos trabalhadores é um programa de buscar copiar no Brasil algumas das conquistas do Chile de Pinochet, primeiro país a abrir caminho na ofensiva neoliberal após sanguinário golpe de estado com apoio americano. O povo chileno segue nas ruas lutando contra a herança pinochetista apesar da repressão do governo e papel das direções políticas e sindicais que aceita explicitamente (ou nos fatos) as manobras de contenção com o plebiscito constituinte daqui a muitos meses, bem como a aprovação de medidas repressivas votadas juntas de Pinochet.

Para saber mais sobre o Chile veja “Dois meses de luta: o cinismo de Piñera e as perspectivas da esquerda revolucionária ->http://www.esquerdadiario.com.br/Dois-meses-de-luta-o-cinismo-de-Pinera-e-as-perspectivas-da-esquerda-revolucionaria

O Globo, Bolsonaro podem comemorar o aumento do miserável trabalho intermitente, como também comemoram como há cada dia mais gente vendendo comida em trens, entregando comida pedalando ou se arriscando com sua moto sob o sol. Mas como o recente protesto em Salvador mostrou, quando motoboys de aplicativo pararam o transito sob o grito de protesto “é a escravidão” a conquista exploradora da burguesia pode ensejar a revolta. Isso é uma perspectiva analítica, mas também uma aposta e iniciativa cotidiana que fazemos neste Esquerda Diário para que seja dada uma resposta aos capitalistas, a Bolsonaro e sejam eles e não nós que paguemos pela crise.




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