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Veja a retrospectiva do Esquerda Diário com importantes temas para as mulheres e LGBT nesse um ano do portal, concretizando o objetivo de ser um instrumento que dê voz às mulheres, LGBT e toda a juventude no combate às opressões.

Odete AssisMestranda em Literatura Brasileira na UFMG

sábado 26 de março de 2016 | Edição do dia

Desde que inauguramos a seção, em 25/3, viemos denunciando a violência contra mulher que ocorre em todos os lugares.

Na Universidade de São Paulo, denunciamos os casos de estupro no campus e na Faculdade de Medicina que ocorriam com a conivência das direções e da reitoria, que inclusive tentou punir as estudantes e trabalhadoras que se mobilizaram num ato que percorreu a rota dos estupros

Mostrando sua íntima relação com a manutenção da opressão às mulheres, a reitoria da USP retira creches e subestima as trabalhadoras ao considerar que não possam ter produção intelectual . Denunciamos também a prática do trote e a violência de gênero nas universidades, como o brutal assassinato de Louise.

Nos metrôs de São Paulo, denunciamos que a corrupção e a política da empresa levam à superlotação e à falta de funcionários, criando um ambiente de insegurança, humilhação e constrangimento para as mulheres, trabalhadoras e estudantes, que todos os dias saem de casa para trabalhar, estudar, passear. Demos visibilidade para ações independentes de coletivos de mulheres e da Secretaria de Mulheres, como o ato contra a violência e o plebiscito sobre assédio sexual impulsionado pelas metroviárias.

Contrariando a visão de que os relacionamentos e a violência que as mulheres sofrem dentro deles não é um problema público, não só visibilizamos os casos terríveis de violência contra a mulher como o de Gisele Santos, que teve suas mãos decepadas pelo ex-marido, ou Geiza Martinez, trabalhadora da USP assassinada pelo namorado, como apoiamos iniciativas de solidariedade como a que tiveram as trabalhadoras da USP e as mulheres do Pão e Rosas.

Enviamos uma carta de solidariedade à Gisele e fizemos uma campanha financeira para sua recuperação, porque a violência contra estas mulheres representa a violência contra muitas mais, e exigimos um fim.

As trabalhadoras da USP deram um grande exemplo ao se colocarem como protagonistas da luta contra a violência à mulher. A organização e atuação política das mulheres tem um enorme potencial e causa rápida reação contrária dos setores conservadores, como expressou Alexandre Frota ao processar uma feminista que organizou evento em repúdio à declaração de estupro feita por ele. Rompendo o cerco da mídia e dos patrões buscamos dar visibilidade a forte greve das trabalhadoras terceirizadas da Higlimp na USP e no Metrô.

Num pais como o Brasil, um dos mais inseguros para as LGBT. Trouxemos à tona o cotidiano das mulheres trans denunciando a violência policial, devolvendo o rosto e a história que o preconceito lhes rouba... Escancarando os números absurdos das mortes por transfobia logo no início de 2016.

Junto ao grupo de mulheres Pão e Rosas, organizamos dossiês sobre a Terceirização; o Direito ao Aborto; a Mulher Negra; Stonewall (http://www.esquerdadiario.com.br/Dossie-Stonewall); a Saúde da Mulher; a Violência contra a Mulher, entre outros.

Também impulsionamos um importante Encontro de Mulheres e LGBT para avançar em sua organização independente e mostramos que a luta das mulheres é internacional, trazendo exemplos das companheiras do Pão e Rosas da Argentina e que também organizam uma seção de Gênero e Sexualidade em espanhol.

Do encontro, saímos com resoluções como lutar duramente contra o trabalho precário que atinge principalmente a vida das mulheres, seguir a luta pelo direito ao aborto, contra a violência à mulher entre outras, que expressamos no jornal do Pão e Rosas.

Nas fábricas, organizamos panfletagens, divulgamos as lutas contra as demissões.

Combatemos a demissão de uma operária por perseguição política com ações audazes como o ato que fechou a Av. Paulista por alguns minutos e, também, demos voz à essa trabalhadora numa entrevista em vídeo com grande quantidade de acessos.

Estivemos nas principais capitais e cidades do país acompanhando a luta das mulheres contra o PL 5069 que tomou às ruas.

Debatemos com outras visões feministas qual a estratégia de luta mais correta para o movimento avançar de maneira independente dos setores conservadores, mas também do governo Dilma e do PT que em todos os anos de mandato, não legalizou o aborto, esse triste direito das mulheres que pode impedir a morte de milhares.

Publicamos a informação da participação do PT na elaboração desse PL e vários ataques do governo Dilma contra as trabalhadoras.

Diante da epidemia do Zika vírus e do surto de microcefalia lançamos a campanha "A mulher é quem decide", pelo direto ao aborto legal seguro e gratuito, assim como toda assistência médica e psicológica para aquelas que decidirem levar a gravidez adiante.

Rumo ao 8 de março intensificamos nossa campanha pelo direito ao aborto e contra o sequestro orquestrado pelos setores governistas de um dia histórico de luta das mulheres num dia de defesa do governo, de Lula e Dilma. Retomando o exemplo das jovens secundaristas que estiveram na linha de frente da luta contra a reorganização escolar e em 2016 contra o machismo em seus colégios, pelo direito de usar a roupa que quiserem.

Diante do avanço da direita, da oposição conservadora e da manutenção dos ajustes e ataques do governo do PT lutando como uma menina pra arrancar todos nossos direitos.

Escrevemos e traduzimos elaborações teóricas para dar ferramenta para as mulheres que, além de compreender sua condição de opressão nesta sociedade, querem transformar a realidade com a mais profunda energia que tem os setores que mais sofrem com ela.

Algumas delas são: Amor e Revolução; Trotski e a Luta das Mulheres; A Emancipação das Mulheres em Tempos de Crise I e II ; A Origem da Opressão às Mulheres está na Sociedade de Classes; Um Novo Feminismo Operário, entre outros.

O Esquerda Diário continuará dando voz as milhares de mulheres e LGBT mundo a fora através da rede Internacional de diários digitais impulsionando nossas lutas contra toda forma de opressão e exploração, e contra todas as cadeias do capitalismo. Visando construir, assim como colocou a grande revolucionário Rosa Luxemburgo, "um mundo onde possamos ser socialmente iguais, humanamente diferentes e plenamente livres".




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