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BOLSAS PIBID E RP | UNE deve convocar JÁ assembleias de base pelo pagamento das bolsas e uma coordenação nacional

A força dos bolsistas de programas de formação de professores, PIBID e Residência Pedagógica, precisa ser potencializada. Com mais de 180 representantes de todos os estados do país decidiram por indicativo de greve frente ao não pagamento das suas bolsas. A UNE, entidade estudantil nacional, tem a obrigação de convocar assembleias de base em cada IFE do país: a luta pelo pagamento das bolsas e contra os cortes é de todes!

Luno P.Professor de Teatro e estudante de História da UFRGS

domingo 24 de outubro de 2021 | Edição do dia

Manifestação em Porto Alegre no 15M. Fotos: Carol Ferraz/Sul21

A incapacidade de pagar aluguel, de comprar comida e de atender necessidades básicas se alastra de forma alarmante no Brasil, o país da fila do osso e da fila do lixo. Neste mês, mais de 90 mil professores em formação passam pelo desespero de não ter recebido a ínfima bolsa de R$ 400 que recebem para ajudar a dar vida a milhares de escolas públicas, são mães cujas fraldas dos filhos dependem das bolsas, famílias cujo aluguel é pago com esta “ajuda” primordial da primeira membra da família aprovada em uma universidade pública, jovens que dão tudo pela sua formação mas agora sequer tem dinheiro da condução até o local de trabalho.

Mas ao invés de resignação, estão batalhando por saídas e sabem bem quem são os responsáveis pelo que vivem: Bolsonaro, Mourão, diretamente Paulo Guedes com o último corte de orçamento, um senador do PSDB sentado em cima da PLN que precisa ser aprovada para garantir este pagamento, o Congresso Nacional que aprova cortes e mais cortes ano após ano. Estes representantes da burguesia estão unificados para garantir os ataques e frente a eles nossa organização precisa ser implacável, por isso, a força dos bolsistas precisa ser potencializada ao máximo possível e disso dependente a unidade com os estagiários CIEE, dos quais milhares ainda não receberam o pagamento do salário e com o conjunto dos estudantes, bolsistas e não bolsistas.

Mas como poderia se dar essa unificação? Bem objetivamente, é necessário que os próprios estudantes tenham espaços nos quais possam definir como e porquê se unificam, como assembleias nas universidades e frente à importância e peso que a UNE tem, esta precisa convocá-las. Pensemos em cada estudante que está sofrendo com a precarização da permanência estudantil, quem escreve é uma delas e quem nos lê provavelmente também é, pensemos nestes estudantes com a oportunidade de se reunir em assembleia e poder decidir, contra a separação que o EAD nos impôs, o que fazer juntos para lutar? Isso tem uma potência gigantesca, que contagiada pela força dos pibidianos e residentes, pode abrir espaço para mover uma força social capaz de arranjar o pagamento, o reajuste e se ligar aos trabalhadores que têm sofrido dia após dia.

As Reitorias da UFRPE, IFRR, UFFS, IFNMG, UFPEL, UFRB, UNEB e UFFS publicaram moções de exigência do pagamento imediato das bolsas. Estas Reitorias, assim como todas as que se colocam contra Bolsonaro e discursivamente em defesa da permanência estudantil, como a da UFMG, precisam garantir todas as condições necessárias para a mobilização dos estudantes, técnico-administrativos, terceirizados e professores, garantindo liberação das atividades e nenhuma medida de perseguição aos lutadores, já que mesmo ditas progressistas administram os ataques implementados. Estas medidas podem ser ponto de apoio em defesa da autonomia universitária e contra os interventores de Bolsonaro, agentes diretos dele estruturados em cima das estruturas de poder ultra antidemocráticas existentes em todas as universidades, com seus Conselhos Deliberativos autoritários.

Não pode ser que nossa principal entidade estudantil, com a UJS à frente, ao invés de batalhar para promover a nossa auto-organização, seja a linha de frente de querer alianças cada vez mais espúrias e confiança na pressão no Congresso com medidas institucionais, como defendeu Bruna Velaz na assembleia nacional de bolsistas na última semana. Não é na frente ampla com aqueles que nos atacam que podemos confiar, mas sim na nossa força organizada junto aos trabalhadores, com o exemplo da educação em greve de São Paulo.

As outras alas da majoritária, compostas pelo PT e Levante, são funcionais à linha nacional de transformar o próximo ato nacional em reunião de cúpula no dia 15 e a preparação das eleições de 2022, junto a Sarney e Collor. Inadmissível, temos fome agora.

Assim, fazemos esta exigência à UNE, construiremos as ações do dia 26/10 onde estamos com toda força, mas para massificar e podermos vencer, precisamos de assembleias de base em cada IFE que votem um plano de lutas chamando os trabalhadores à unificação e um comando nacional de delegados revogáveis bolsistas e não bolsistas, que possa tomar os rumos da mobilização. Convidamos todas as organizações e entidades à esquerda do PT a se somarem a esta exigência e construirmos juntos iniciativas onde estamos, dando exemplo neste sentido.




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