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MOVIMENTO ESTUDANTIL | UJC e UJS se unem na UFRGS para fazer a eleição de CONUNE mais antidemocrática dos últimos anos

A poucos meses do 59º Congresso da UNE (CONUNE), nacionalmente acontece um intenso processo de burocratização das eleições com o objetivo de esvaziar o congresso e garantir que a UNE e todas as entidades estudantis estejam apartadas das bases e subordinadas ao governo. Um governo que está aprovando a toque de caixa o arcabouço fiscal, um novo teto de gastos para garantir o pagamento da dívida pública, uma medida contra a qual o ME precisa travar uma luta independente e que deputados dos mesmos partidos da majoritária da UNE (PT e PCdoB) votaram a favor. Na UFRGS, é a serviço dessa subordinação que a UJC vai se tornando cada vez mais parecida com a UJS em seus métodos, garantindo a eleição de delegados para o CONUNE mais antidemocrática dos últimos anos.

quinta-feira 25 de maio de 2023 | Edição do dia

No dia 11 de maio, a União da Juventude Comunista (UJC) na atual gestão do DCE da UFRGS decidiu lançar um edital de chamamento das eleições para o CONUNE sem nenhuma consulta com a base dos estudantes e nem mesmo um Conselho de Entidades de Base (CEB) para decidir (sendo essa uma de suas principais promessas de campanha). Para além dessa ação antidemocrática perante ao movimento estudantil, o absurdo inusitado deste edital eram novas regras para inscrição de chapa para o CONUNE jamais vistas nas eleições anteriores, como a obrigação de no mínimo 68 estudantes para formar chapas e a obrigação de um representante de dois institutos específicos da universidade, Campus Litoral Norte e CECLIMAR, contando com datas irrisórias para todo o processo de eleição (1 semana para inscrição de chapa e 6 dias de campanha, sendo 2 destes final de semana e outros 2 de votação). Apesar de apresentarem um discurso inclusivo em relação a estudantes de campi historicamente marginalizados do resto da universidade, essas medidas na prática acabam funcionando como uma cláusula de barreira, restringindo a participação ampla des estudantes, porque coloca uma série de restrições para que estudantes que queiram formar suas próprias chapas possam fazê-lo sem ter que conhecer um estudante de cada campi e reunir 68 estudantes em uma semana. Isso mostra que a gestão do DCE, em conluio com a majoritária da UNE pouco se importa com a participação da base dos estudantes da nossa universidade, já que essas regras e períodos esvaziam o debate político do processo eleitoral e ainda sustentam um absurdo discurso divisionista entre es estudantes, dizendo que es estudantes da capital não se importam com as demandas des estudantes do litoral

Mas foi no dia 17 de maio, no CEB eleitoral, que o burocratismo chegou ao seu ápice. Enquanto nós da Juventude Faísca Revolucionária defendemos que esse processo de eleição deveria servir para politizar e reorganizar o movimento estudantil contra os indeferimentos e ataques na UFRGS, as reformas, como a do Novo Ensino Médio, e ataques como o arcabouço fiscal de Lula-Alckmin, o que só poderia acontecer com a participação da base dos estudantes e sem nenhum obstáculo para a participação efetiva de todas as organizações e estudantes independentes interessados, a UJC se blocou junto com UJS e PT contra toda a oposição de esquerda defendendo que se mantivessem as restrições, assim como as datas completamente apertadas, avessas a qualquer processo democrático de fato.

Depois dessa verdadeira união da burocracia (UJS e PT) e seus satélites (UJC), com direito a abraços de vitória entre os dirigentes destas organizações, o que se viu foi um verdadeiro show de horrores que terminou em regras tão burocráticas quanto, votadas inclusive pelos CAs da oposição de esquerda como o Juntos/PSOL, Alicerce/PSOL e Correnteza/UP, agora tendo que ter a participação de 1 (um) representante de cada um dos campus da UFRGS e apenas 1 semana para inscrição de chapas. Regras que diretamente dificultam, senão impedem, que estudantes não organizados politicamente ou então forças políticas menores tenham expressão no processo eleitoral. Ou seja, um movimento estudantil pensado para quem? Apenas para as mesmas organizações que controlam a UNE há anos.

O fato é que esse processo de burocratização é nacional e vem acontecendo em diversas universidades federais, estaduais e privadas pelo país. Uma postura que está a serviço de perpetuar a atual direção burocrática da UNE, indo na contramão da batalha por um movimento estudantil massificado e politicamente independente dos governos e reitorias, aliado aos trabalhadores e a juventude contra a precarização do trabalho e a terceirização, que lute pela revogação integral das reformas e contra o novo Teto de Gastos do PT, o arcabouço fiscal, que irá significar mais ataques contra as universidades e a educação de conjunto. No final, essa política apenas fortalece a majoritária que está há mais de 30 anos na direção através de fraudes e muito dinheiro de partidos governistas envolvido. É nesse marco que na UFRGS vemos a UJC levando à frente os mesmos métodos da UJS, numa aliança que demonstra na prática que de comunistas e socialistas só tem o nome, e que de diferenças são apenas as últimas letras de suas siglas.

Veja mais -> Basta de burocratismo nas eleições ao 59º CONUNE: eleições democráticas e de base já!

Nacionalmente, nós da Faísca Revolucionária estamos dando uma batalha central contra esse burocratismo, defendendo processos democráticos de fato, organizados desde as bases, ao contrário do que vemos hoje na UFRGS. É nessa perspectiva que estamos fazendo chamados para a construção de chapas comunistas por um movimento estudantil antiburocrático, aliado aos trabalhadores, negros, indígenas, mulheres e LGBTS, e que seja independente de qualquer reitoria e governo, na batalha por uma universidade a serviço dos trabalhadores e não do lucro dos capitalistas.

Veja mais -> Vamos debater com os estudantes por que construir chapas comunistas para o CONUNE




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