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Cortes nas federais | UFPE será a segunda universidade federal mais afetada com os cortes

Os cortes realizados por Bolsonaro atingirão em cheio as universidades pernambucanas, com especial destaque para a UFPE. É necessário desde já preparar a mobilização para barrar esse ataque do Bolsonaro, sem nenhuma ilusão no novo governo.

sábado 3 de dezembro de 2022 | Edição do dia

A educação, a ciência e as universidades foram um dos alvos prioritários do governo Bolsonaro. Desde as declarações que ali só ocorriam balbúrdias por parte de seu Ministro da Educação em 2019, todo o desprezo negacionista e os recorrentes cortes no orçamento. Faltando 1 mês para terminar seu mandato, anuncia mais um corte na educação que irá tirar mais de 300 milhões das universidades federais (UF’s) e institutos federais (IF’s). Horas após o MEC divulgar que tinha cancelado os cortes, voltou atrás e manteve o ataque. Com isso, as universidades que já vinham numa situação de extrema precariedade correm o risco de não conseguirem terminar o ano.

Aqui no estado, foram 29,1 milhões bloqueados tantos das universidades, como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), além dos IF’s como o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE).

Desse valor, cerca de 19,5 milhões serão apenas da UFPE, o que faz com que seja a segunda universidade do país mais afetada pelos cortes, atrás apenas da UFJF. Ante esse cenário, o reitor garantiu que a universidade [conseguirá fechar o ano funcionando.> https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/enem-e-educacao/2022/11/15131206-em-pernambuco-novo-bloqueio-de-verbas-para-universidades-e-institutos-federais-soma-rs-296-milhoes.html]

Essa garantia, segundo o reitor, é justamente porque desde o meio do ano a universidade já vinha cortando gastos, principalmente nos sérvios terceirizados. Isso significa não apenas uma maior precarização do ensino, como também a demissão e maior precarização de inúmeros trabalhadores.

Além disso, apesar da universidade continuar funcionando, as obras serão afetadas, como por exemplo a obra do bandejão, que deveria ter ficado pronto em setembro mas que até agora não se sabe quando abrirá, com quase 1000 dias de seu fechamento. Além disso, a reitoria não deixou claro de que forma isso impactará na assistência estudantil.

Portanto, a universidade continuar funcionando, na prática, significa que a corda estourou no lado mais fraco, como os trabalhadores terceirizados – que ou estão sendo demitidos ou estão que trabalhar em dobro para tapar o buraco de seus antigos colegas – e dos estudantes mais pobres que há quase 3 anos estão sem poder ter acesso à refeições dignas e acessíveis com o bandejão fechado.

Frente a esse cenário, o DCE se limitou a ter uma reunião com a reitoria e dizer que “irá luta pela educação e para que chegue logo a posse do nosso presidente Lula”. Repetem a orientação da direção majoritária da UNE, formada pelas mesmas forças políticas que hoje também estão a frente do DCE, que apesar de dizer repudiar os cortes, estão mais empenhados em levar os estudantes para a posse do Lula do que em mobilizar contra esse ataque.

Se durante os cortes anunciados no meio do segundo turno, a UNE se limitou a chamar assembleias e manifestações com tom eleitorais, agora simplesmente depositam toda a confiança no novo governo. Ao contrário desse caminho, acreditamos que é necessário a mais ampla mobilização e autoorganização, com assembleias em cada curso e buscando se aliar com os trabalhadores defendendo as suas demandas, a começar pelos trabalhadores terceirizados que já estão sendo atingidos.

É esse caminho que pode reverter não apenas esse ataque, mas também avançar na revogação do teto de gastos, que tira recursos dos serviços públicos para pagar enriquecer os banqueiros, assim como a reforma trabalhista e da previdência, que faz com que a perspectiva da juventude, mesmo a que consegue se formar, seja muitas vezes ir trabalhar em empregos precários sem a menor perspectiva de se aposentar. Isso não se dará confiando nas reitorias que hoje estão aplicando os cortes, muito menos num governo do PT que está junto com a direita, os banqueiros e os neoliberais e que já disse que não irá revogar nenhuma das reformas – pelo contrário, agora se aliam a figuras como Artur Lira, protagonista do orçamento secreto e que foi um dos principais responsáveis por sustentar o governo Bolsonaro e todos os ataques! Apenas confiando nas nossas forças e na mobilização que poderemos garantir um futuro para a juventude!




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