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Fome | “Tudo muito caro, a gente não sabe nem o que comer” diz aposentada chorando em entrevista

A aposentada Suzete Maria da Silva se emociona em entrevista sobre o preço dos alimentos em Alagoas: “a gente não sabe nem o que vai comer”. Maio fechou o mês com 0,83% de inflação, a maior taxa para o mês em 25 anos.

sexta-feira 16 de julho de 2021 | Edição do dia

O acumulado da inflação dos últimos meses fez saltar o preço dos alimentos, a carne por exemplo sofreu uma variação de 38% no último período. Dados divulgados pelo IBGE em junho revelam aumento no aluguel, nos transportes, combustíveis e no gás de cozinha. No entanto o preço dos alimentos aumentou três vezes mais que a inflação quando fechou um ano de pandemia.

Não a toa o vídeo de Suzete bombou nas redes, essa é a triste realidade de 113 milhões de brasileiros e brasileiras que se encontram em vulnerabilidade alimentar de acordo com dados divulgados pelo Relatório Luz elaborado por diversas ONGs. Segundo relatório da ONU a insegurança alimentar no Brasil aumentou 32,2% desde 2016. Desses 113 milhões, mais da metade da população do país, 19 milhões vivenciam efetivamente uma situação de desnutrição e fome.

Outro dado desesperador é que quatro a cada dez pacientes internados em hospitais públicos sofrem de desnutrição conforme levantamento da Sociedade Brasileira de Nutrição Parental e Enteral (Braspen). A insegurança alimentar atinge a imunidade das pessoas o que desmente a falácia de que a pandemia é democrática, ou seja, que atinge igualmente todas as classes. Quem mais morre de Covid-19 é a população pobre, trabalhadora e desempregada que não teve direito a quarentena muito menos a nutrição adequada para fortalecer a imunidade.

É isso que o capitalismo reserva para os de baixo uma epidemia de fome por cima de uma pandemia de Covid-19. Somente a classe trabalhadora unificada e auto organizada pode derrotar esse sistema que descarrega sua crise sobre nossas costas e nos reserva somente miséria e mais mortes. É preciso exigir das grandes centrais sindicais como CUT/PT e CTB/PCdoB que saiam da paralisia e organizem uma greve geral no país, para impor uma saída dos trabalhadores e da juventude com uma nova Constituinte Livre e Soberana para colocar nas mãos da população os rumos do país. Esperar as eleições ou apostar no impeachment pela via institucional é vender ilusões. Somente confiando nas próprias forças é que os trabalhadores e trabalhadoras podem impor que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

Leia também: Índice de inflação de abril aponta mais alta no preço dos alimentos básicos

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