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GREVES OPERARIAS | Trabalhadores mostram o caminho! É possível derrotar Bolsonaro, os golpistas e os ataques

Nesta semana, trabalhadoras e trabalhadores metalúrgicos dão o exemplo, e nos relembram que a nossa classe ainda respira, e tem forças para lutar contra os ataques dos governos e das patronais. É nessa força que temos de apostar para enfrentar Bolsonaro, Mourão e todos os golpistas.

terça-feira 6 de abril de 2021 | Edição do dia

Nas últimas semanas, o Esquerda Diário vem divulgando uma série de denúncias sobre as condições dos trabalhadores em meio à pandemia e a crise econômica. Relatos da situação tensa vivida dentro de fábricas, transportes, e outros locais de trabalho, fruto do descaso de governos e patrões, que colocam os trabalhadores brasileiros em uma sinuca de bico, entre a fome e o desemprego, e o temor de contrair o coronavírus, e assim como milhares de brasileiros, morrer a espera de um leito de UTI.

Mas não é só dos arranhões e ataques das garras dos empresários que vive a classe trabalhadora brasileira. Mesmo com a paralisia das principais centrais sindicais, como a CUT e a CTB, em uma clara trégua com Bolsonaro e todos os golpistas, que aproveitam da pandemia para avançarem com a precarização do trabalho, setores da classe trabalhadora se organizam para enfrentar seus patrões.

É o caso de trabalhadores da LG e de seus fornecedores, e também trabalhadores da Khronos, mostrando que os trabalhadores, ainda que atacados por todos os lados, não estão derrotados, e podem sim se enfrentar contra os desejos de governos e patronais.

O anúncio da LG, de encerramento da operação de produção de celulares afeta diretamente uma de suas fábricas no Brasil, em Taubaté. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, seriam 400, dos mil trabalhadores da planta, que poderiam perder seus empregos. Também em resposta, as trabalhadoras de três fornecedoras da LG decidiram que nesta terça (6), entrarão em greve, pressionando a LG pela garantia de empregos.

Desde a semana passada as trabalhadoras das empresas Sun Tech, em São José dos Campos, e da Blue Tech e 3C, de Caçapava, estavam em estado de greve, exigindo saber do futuro da fábrica. Na Khronos, também em São José dos Campos, trabalhadores entraram em greve, contra o atraso de salários e direitos trabalhistas, como FGTS e INSS.

Esses exemplos, mesmo que ainda localizados, servem para mostrar que existem sim forças na classe trabalhadora para se levantar. Foi o que mostraram também as professoras e professores em todo o pais, que lutam contra os retornos inseguros às aulas, assim como a luta dos petroleiros neste 2021 e também a luta dos condutores de ônibus, que paralisaram no último dia 24 exigindo vacina para todos. Essas “reservas” de força, no entanto, precisam ser desatadas. E as centrais sindicais que teriam a capacidade de cumprir um papel fundamental para isso, não o fazem, como é o caso de CUT e CTB, dirigidas por PT e PCdoB.

Se mantém em um profundo sono, em quarentena, enquanto os trabalhadores ligados a seus sindicatos sofrem todo o tipo de ataques. Cumprem seu papel dentro da política petista, que agora conta com Lula com direitos políticos novamente, em se mostrar viável como administrador do conjunto da obra golpista no Brasil. E nessa trajetória, erguer os batalhões da classe trabalhadora para se enfrentar contra os patrões, Bolsonaro e os golpistas, por emprego, salários e medidas sanitárias contra a pandemia, é algo que definitivamente não está na ordem do dia para Lula, o PT, CUT e CTB e suas burocracias

Por isso é fundamental que se batalhe por um pólo anti-burocrático, abrangendo as organizações de trabalhadores e movimentos sociais, que trave uma disputa com essas burocracias para que coloquem nossa classe em movimento, para lutar ao lado das mulheres, dos negros e da juventude que paga o preço da crise em cima de bicicletas, para lutar não apenas contra Bolsonaro, mas contra Mourão e toda a corja golpista que der despejar a crise sanitária e econômica nas costas da classe trabalhadora.

Lutar contra Bolsonaro, Mourão e os golpistas, porque a luta precisa ser contra o conjunto dos ataques que desde 2016 vêm nos trazendo para as condições que estamos hoje. Contra o Teto de Gastos que estrangula o SUS em plena pandemia, mas também contra as reformas da previdência e trabalhistas, em especial a última, que Bolsonaro aproveitou para implementar de forma mais definitiva durante a pandemia, e contra o STF e seus juízes que não foram eleitos por ninguém, mas quando querem decidem pela ilegalidade de greves e lutas dos trabalhadores.

A luta dos trabalhadores precisa apontar para uma resposta contra esse conjunto golpista, batalhando por uma Assembleia Constituinte, que não seja tutelada por nenhum poder desse regime golpista, e que possa revogar todos estes ataques, e fazer mais do que quer Lula esperando 2022 para mudar os jogadores no tabuleiro. Uma nova Constituinte para mudar as regras do jogo, em função não de eleger um próximo presidente, mas de definir os rumos do país pelos interesses da classe trabalhadora.




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