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USP | Trabalhadores da prefeitura da USP conquistam exames emergenciais

Segundo comunicado da Superintendência de Saúde da USP, a universidade se compromete com os trabalhadores da prefeitura do campus a realizar os exames relacionados a riscos cardíacos a partir da segunda quinzena de agosto.

sexta-feira 29 de julho de 2022 | Edição do dia

No final do dia de ontem, dia 28/07, o SINTUSP, Sindicato dos Trabalhadores da USP, recebeu um email do Superintendente de Saúde da USP, Paulo André Lotufo, dizendo que as reivindicações dos trabalhadores são justas e que providências serão tomadas para ampliar o diagnóstico precoce de doenças crônicas e sequelas da covid. Segundo o documento haverá uma reunião com os trabalhadores da prefeitura dia 08 de agosto e serão agendados exames para perfil de risco cardíaco no Hospital Universitário (HU) a partir da segunda quinzena do mesmo mês. No documento, a superintendência também afirma que o plano de exames poderá se estender também às demais unidades da USP.

Os trabalhadores da prefeitura do campus Butantã da USP paralisaram suas atividades de trabalho no dia 27/07, após a morte repentina de dois trabalhadores, um deles, inclusive, durante o trabalho na universidade. Os funcionários paralisados denunciam a falta de atendimento de saúde, o sucateamento dos serviços de saúde da universidade, o desmonte do Hospital Universitário, o HU, e exigiam a realização de seus exames periódicos trabalhistas, que estavam em atraso há alguns anos. Apuramos que em diversas unidades da USP, os exames e consultas periódicas estão com grande atraso. Veja mais detalhes aqui.

Hoje, dia 29/07, os trabalhadores da prefeitura realizaram uma assembleia, leram e debateram o comunicado para avaliar quais os próximos passos de sua mobilização. Considerando o comprometimento registrado pela Superintendência de Saúde e assinado pelo professor titular Paulo Andrade Lotufo, os trabalhadores votaram por unanimidade encerrar sua paralisação até a reunião do dia 8 de agosto. Mas discutiram de manter estado de mobilização pois sabem que o comprometimento da USP com esses exames emergenciais são um primeiro e importante passo, mas que toda a situação de sucateamento do Hospital Universitário e Centros de Saúde e as ameaças de desvinculação seguem vigentes, como é possível ver na situação do HRAC (Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais) em Bauru. Na quarta-feira, dia 04, o SINTUSP convocará um ato dos trabalhadores de toda a universidade para reivindicar sua pauta específica e o tema da saúde e a luta pela vida será uma das pautas.

Diante das mais de 660 mil mortes por covid no Brasil, fruto da política assassina de Bolsonaro e dos militares, da sanha por lucros dos empresários da saúde e de seus convênios médicos, se faz mais urgente a luta em defesa da vida da nossa classe. Para isso é fundamental a luta contra a Lei do Teto dos Gastos. Na USP, a aprovação dos chamados Parâmetros de Sustentabilidade, em 2017, tem sido responsável pela precarização dos aparelhos de saúde da universidade, ao custo da vida dos trabalhadores e da população, principalmente da Zona Oeste de São Paulo. Nesse sentido, a luta no início do ano dos trabalhadores do restaurante universitário por testes de covid para barrar a contaminação, somada a luta dos trabalhadores do HU por contratações e agora a luta dos trabalhadores da prefeitura da USP mostram que somente a classe trabalhadora pode dar uma resposta real em defesa da vida.

Essa importante conquista dos trabalhadores da prefeitura da USP só foi possível pela decisão desses trabalhadores de confiar nas suas próprias forças e transformar a tristeza pela perda de dois companheiros em luta. Paralisaram suas atividades por três dias, fizeram reuniões e assembleias, organizaram suas comissões, contaram com o fortalecimento do SINTUSP e com o apoio de dezenas de outros trabalhadores de diversas unidades da USP, de estudantes e, inclusive, trabalhadores de outras categorias. Essa luta exemplar, demonstra a necessidade da mais forte unidade entre os lutadores para, com a força da nossa classe, defender as nossas vidas e a universidade de forma independente dos patrões e da burocracia acadêmica.




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