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DEMISSÕES NA ABRIL | Trabalhadores da Abril realizam ato contra as demissões e o calote da família Civita

Nesta tarde, os trabalhadores da Abril realizaram um ato contra as 800 demissões e o calote que a empresa vem dando nos funcionários, pois sequer pagou os direitos. A família Civita, que dirigiu por anos a editora e passou esse tempo lucrando com a exploração dos trabalhadores, é uma das 15 mais ricas do Brasil e mesmo assim alega o absurdo de não ter dinheiro.

sexta-feira 14 de setembro de 2018 | Edição do dia

Com gritos de “Abril caloteira”, trabalhadores de diversas categorias (jornalistas, freelancers, administrativo, gráficos) se unificaram no ato ocorrido hoje (14) em frente à editora, que contou inclusive com apoio de um setor de trabalhadores que paralisou em solidariedade à luta dos demitidos durante a manifestação, além de apoio externo como expressou em nota o Sindicato de Trabalhadores da USP.

A empresa demitiu em massa 800 funcionários nas últimas semanas e pediu recuperação judicial como um mecanismo para que não pagasse nem os direitos trabalhistas mínimos, alegando que não teria condições de pagar seus “credores”. Com isso, jogam o peso das suas dívidas para trabalhadores que nada têm a ver com essa crise criada pelos empresários.

Enquanto isso a família Civita, que dirigiu por anos a editora e passou todo esse tempo lucrando em cima do trabalho dos trabalhadores, apareceu na lista das mais ricas do país neste ano, segundo a Forbes, com um patrimônio de 3,3 bilhões de dólares, ocupando o décimo primeiro lugar. São estes os que alegam “falência”.
Segundo os capitalistas, na crise todo mundo perde um pouco. Os trabalhadores perdem o emprego e os direitos. Porém com a família Civita o máximo que ocorre são algumas dívidas a mais que em nada abalam seu lugar no ranking dos bilionários que detêm metade das riquezas da população, já que têm todo o aval da justiça e do governo para fazer com que os trabalhadores paguem por essa crise.
Isso tudo se dá em meio a um cenário nacional de continuidade do golpe, em que juízes não têm nenhum pudor em manipular as eleições retirando o direito do povo decidir em quem votar ao negar a candidatura de Lula, buscando escolher o melhor presidente para avançar com ataques aos direitos trabalhistas ainda mais profundos que os que o governo PT, que não apoiamos, já vinha fazendo. Aprovam assim a terceirização irrestrita para que os empresários possam substituir os demitidos por contratados precários, medida aprovada no mesmo dia que esses mesmos juízes aumentam seus próprios salários para 39 mil reais.

A única saída possível para a crise é se apoiando na luta dos trabalhadores em defesa de seus empregos e direitos, como buscam os gráficos, jornalistas e funcionários da Abril. Para que essa luta ganhe força e consiga ser vitoriosa, é preciso exigir dos sindicatos que unifiquem as categorias, unindo inclusive os demitidos aos ainda empregados, para que sejam uma só força para impor aos governos e aos patrões não só o pagamento da rescisão, mas também a reintegração imediata dos demitidos.

Além disso, para que não haja mais nenhuma demissão, é necessário buscar uma saída de fundo para a crise da empresa, que se dá não por culpa dos trabalhadores mas sim daqueles que a gerem. Essa saída só é possível se empresa for controlada pelos próprios trabalhadores, expropriada e estatizada, não para ficar nas mãos do governo corrupto, mas para ser controlada sob a gestão daqueles que nela trabalham, passando a disponibilizar toda sua estrutura não para lixos golpistas como a Veja, mas para benefício da população, como oexemplo da gráfica Madygraf na Argentina.

A Juventude Faísca - Anticapitalista e Revolucionária também esteve presente no ato e deixou seu recado. Veja o vídeo abaixo:




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