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METRÔ | Trabalhadoras e trabalhadores da empresa Higilimp deflagram GREVE na manhã desta segunda-feira

terça-feira 12 de janeiro de 2016 | 00:00

Na manhã deste segunda-feira, os trabalhadores da empresa Higilimp, mobilizados pelo Sindicato dos Metroviários, cipistas e ativistas da categoria e do Metroviários pela Base, se reuniram na estação da Luz, sede administrativa da empresa que toma conta da limpeza da maior linha de metrô da cidade, a Linha 1 -Azul, que liga os bairros de Tucuruvi, na Zona norte da cidade, e do Jabaquara, na região sul, para reivindicar da empresa o pagamento dos salários, benefícios e férias atrasados a quase 2 meses. Com gritos de "Eu não sou otário, paga meu salário" e "Higilimp, cadê você, eu vim aqui pra receber", os trabalhadores da limpeza estavam decididos a não trabalhar enquanto não recebessem seus direitos. A empresa Higilimp alega que o metro não repassou a verba prevista em contrato desse mês e por isso não realizou o pagamento. Por sua vez o metro nega essa informação, além de ser conivente com a situação. A empresa manteve hoje que só pagará os atrasados no dia 30 de janeiro.

Reconhecido como o metrô mais limpo do mundo, o Metrô de São Paulo se vangloria deste título ás custas do trabalho de milhares de trabalhadores terceirizados no serviço de limpeza, que recebem um salário de fome e se sujeitam a limpar áreas consideradas perigosas, seja pelo contato com sangue e fezes, seja pela proximidade com correntes elétricas de alta voltagem. Invisíveis a maioria dos mais de 5 milhões de usuários que utilizam o transporte diariamente, estas trabalhadoras e trabalhadores, mulheres, negras, haitianos, decidiram se levantar contra o abuso praticado pelo metrô e pela empresa terceirizadora, a Higilimp. Os trabalhadores decidiram, por unanimidade, entrar em GREVE DE 48 HORAS.

Para o Esquerda Diário, Guarnieri integrante da Subcomissão de Integração da CIPA da Linha 1 Azul, responsável pelos últimos a partir da bancada apresentar diversas denúncias contra a Higilimp, comentou: “Hoje um grito que estava entalado na garganta dos trabalhadores, desde a morte pelas condições precárias de trabalho da funcionária Regina nas salas internas da Estação Santa Cruz, começou a ser ouvido. São centenas de famílias que não tem o que comer, são dividas que estão sendo acumuladas, são as condições básicas que não estão sendo garantidas para essa trabalhadoras e trabalhadores, responsáveis cotidianamente pelo Metro de SP ser reconhecido como um dos mais limpos do mundo. O metrô e a Higilimp serão os responsáveis pela sujeira que ficará nas estações e nos trens da Linha Azul. Esse é o resultado da política de terceirização e privatização levada a frente pelo Governo Alckmin no Metro de SP, e pelo Governo Dilma nos metros de outros Estados”.

A força da mobilização das trabalhadoras foi tão grande que obrigou, o SIEMACO, sindicato oficial dos trabalhadores da Higilimp- que já havia negociado o parcelamento e o atraso dos salários com a empresa, a acatar a greve. Houve tensão com os Diretores e seguranças levados pelo Sindicato, que chegaram a rasgar um cartaz que pedia a efetivação, sem necessidade de concurso publico, as trabalhadoras terceirizadas. Aguiar, metroviário demitido político presente para apoiar a manifestação, falou sobre o ocorrido “Nós defendemos a efetivação de todas as trabalhadoras e trabalhadores terceirizados do metrô sem concurso público, pois entendemos que estes trabalhadores já comprovaram na prática que possuem capacidade de exercer aquela função. Não existe razão dessas trabalhadoras não possuírem os mesmo direitos e salários dos metroviários. Estão dia a dia do nosso lado. Os diretores vieram para cima de mim dizendo que eu estava atacando eles, mas é o SIEMACO que mostra como está contra as trabalhadoras, e a favor da terceirização, pois tem seus privilégios garantidos, sem precisar trabalhar as custas do imposto sindical.”

Ainda a tarde, a adesão a greve no trecho sul do metrô, que compreende de Vila Mariana a Jabaquara foi de 100% praticamente a greve, enquanto nos demais trechos apesar das ameaças da chefia a greve seguiu forte em praticamente e com adesão massiva em todas as estações. A greve seguirá até quarta feira (13/01) quando ocorrerá uma audiência na SRTE (Superintendencia Regional do Trabalho) as 10hs, próximo ao Metro Annhangabau, aonde logo após deve ocorrer nova assembleia. Sobre o avanço do movimento, Guarnieri, avalia que “é fundamental que o Sindicato dos Metroviários, que esteve a frente em convocar a mobilização junto com os cipistas e ativistas, agora construa uma enorme campanha de solidariedade na categoria, e junto a outros sindicatos de centrais como a Intersindical e a CSP Conlutas, organizando um fundo de greve, moções, tirando fotos de apoio e solidariedade, e deem condições para que as trabalhadoras se fortaleçam ainda mais nessa batalha contra a patronal, o Metrô e a burocracia sindical”.




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